Sinopse: Um policial uniformizado bate à sua porta‚ dizendo ter ordens de prendê-lo‚ devido a um crime ocorrido em seu bairro na noite anterior. Pessoas da vizinhança dizem ter visto você fugir do local do crime. O policial ajunta que você talvez seja acusado de assalto à mão armada.
“É ridículo!” você diz. “Estou inocente‚ e posso prová-lo!” Calmamente‚ você pede permissão para chamar seu advogado‚ sabendo que conta com testemunhas de confiança que podem confirmar onde você de fato esteve, além de ter provas irrefutáveis de que não infringiu a lei‚ nem cometeu nenhum crime. Você não tem dúvidas de que isso não passa dum engano e de que a verdade, a lei e todas as testemunhas estão a seu favor.
Logo‚ confirmado esse fato‚ você é solto‚ e já não está sob suspeita e acusação. Não é preciso acrescentar que você não será punido por um crime que nunca cometeu.
Uma cena um tanto ridícula‚ talvez. Mas‚ o simples fato de imaginar-se em tais circunstâncias já ilustra uma questão óbvia: você não vai aceitar uma falsa acusação. Em vez de permanecer indiferente ou triste‚ você enceta ação vigorosa para provar sua inocência! É natural que toda pessoa inocente tome providências sábias e firmes para proteger sua liberdade pessoal.
Quando se trata de enfrentar doenças‚ porém‚ é tendência das pessoas resignar-se a “cumprir pena” por terem supostamente transgredido alguma suposta lei fisiológica ou hereditária. Ora‚ que justiça é essa? Onde está a justiça? Em Ciência e Saúde‚ a Sra. Eddy faz a seguinte declaração provocadora: “O homem moral não receia que possa ser coagido a cometer homicídio‚ e deveria igualmente não ter receio no tocante a moléstias.” Ciência e Saúde‚ p. 406.
A razão pela qual podemos enfrentar destemidamente as supostas exigências da doença é a de que Deus não fez a moléstia. A moléstia não está em consonância com Sua lei. A Bíblia registra a lei divina. A lei de Deus suplanta todas as demais pretensões a lei; supera e cancela “leis” injustas de hereditariedade ou doença. Qualquer lei que pronuncie necessário ou inevitável o sofrimento humano (exceto a lei de que o pecado acarreta seu próprio castigo)‚ é anulada pela lei de Deus.
As Escrituras revelam claramente a natureza de Deus como o bem sempre presente e onipotente — o Amor universal‚ incapaz de criar ou permitir a existência do mal ou da moléstia. “Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus decretos.” O Salmista teve diversos vislumbres da natureza verdadeira das leis ou decretos de Deus e os compartilhou. Também disse‚ a respeito de Deus: “A tua justiça é justiça eterna‚ e a tua lei é a própria verdade.” Salmos 119:68‚ 142.
Olhando à nossa volta‚ vemos‚ em nossa vida e na de outros‚ situações dolorosas‚ “sentenças injustas”‚ sofrimento que não é justo de modo algum. Nosso íntimo nos diz que a vítima é inocente. Não há lógica que nos dê‚ nisso‚ paz ou noção de justiça.
Quando nossos corações se rebelam ante sofrimento absurdo‚ nosso sentido espiritual inato exige que o bem e a justiça sejam reconhecidos como o certo. Educada pela verdade sanadora da Bíblia e ensinada a praticar a lei espiritual‚ nossa compreensão espiritual da justiça prevalece‚ sob a forma duma restauração dos direitos individuais outorgados por Deus‚ inclusive a cura de doenças físicas.
Muitas pessoas que prezam as Escrituras aceitam o poder de Deus para converter ou salvar o indivíduo do pecado e seus terríveis efeitos. Essa salvação do pecado é doutrina amplamente aceita. O que dizer‚ porém, do poder completo e total da graça salvadora de Deus para nos livrar da doença? Essas são de fato facetas unidas da mesma lei de salvação. O ministério de Cristo Jesus mostra o alcance completo da salvação de Deus. Além de resgatar as pessoas dos problemas morais de roubo‚ adultério e violência‚ Jesus curou inúmeras outras pessoas de lepra‚ cegueira‚ surdez‚ paralisia‚ febres‚ deformidades‚ loucura‚ acessos e outros problemas. Ensinou seus seguidores a curar‚ e o livro dos Atos registra a maré de curas impressionantes por meio das quais a Igreja primitiva cresceu.
A herança cristã de curar por meio da lei espiritual está presente hoje‚ e a Ciência Cristã torna disponível essa herança a todo indivíduo sincero que queira entender e praticar essa lei.
A Ciência Cristã nos anima a questionar a legitimidade do que parece ser “lei” física. Ciência e Saúde pergunta: “Em razão de os sistemas feitos pelos homens insistirem em que o homem adoece e se torna inútil‚ sofre e morre‚ tudo em consonância com as leis de Deus‚ devemos acreditar nisso? Acaso devemos acreditar numa autoridade que nega o mandamento espiritual de Deus relativo à perfeição — autoridade que Jesus provou ser falsa? Ele fazia a vontade do Pai. Curava a doença em desafio ao que se chama lei material‚ porém de acordo com a lei de Deus‚ a lei da Mente.” Ciência e Saúde‚ p. 168.
Praticar a Ciência Cristã‚ ou a Ciência do cristianismo‚ é praticar a lei espiritual. Quando aplicamos‚ ao nosso caso ou ao de outrem‚ a lei de Deus‚ a lei da Mente divina perfeita‚ a lei do Amor divino‚ agimos‚ de certo modo‚ como um advogado agiria em defesa dum cliente inocente. Apresentamos os fatos espirituais. Declaramos que a identidade do homem é a de filho perfeito de Deus‚ governado só pelas incontestáveis leis divinas de justiça e misericórdia. Denunciamos as acusações injustas contra o homem como não tendo jurisdição real nem poder real.
Ciência e Saúde nos mostra como fazê-lo de modo eficaz. O capítulo intitulado “A Prática da Ciência Cristã” inclui o julgamento alegórico dum homem acusado culpado de doença hepática. Com perspicácia‚ humor e extremo esmero‚ a Sra. Eddy explica como a lei de Deus liberta esse homem e o livra dos sintomas que ameaçavam lhe ser fatais.
À luz desse exemplo‚ toda pessoa que estivesse sofrendo a injustiça da moléstia‚ sentir-se-ia encorajada a não aceitar o veredicto de ter cometido o crime de adoecer e de infringir leis de saúde. O estudo da Bíblia e de Ciência e Saúde fortalece-nos a compreensão espiritual intuitiva e natural. A compreensão que obtemos‚ nos mostra que a verdade‚ em nossa consciência‚ é mais forte do que quaisquer temores ou crenças de que a matéria possa ter poder sobre Deus‚ o Amor divino‚ ou sobre o filho amado do Amor. O livro-texto da Ciência Cristã o declara da seguinte maneira: “Exilemos a doença como a um proscrito e atenhamo-nos à regra da harmonia perpétua — a lei de Deus. Assiste ao homem o direito moral de anular uma sentença injusta‚ sentença que jamais foi imposta pela autoridade divina.” Ibid.‚ p. 381.
À medida que aprendemos mais acerca das leis de Deus‚ e as pomos em prática em maior plenitude‚ os pontos de vista e hábitos errados e pecaminosos nos deixam. Nosso direito moral se torna cada vez mais evidente e inegável.
A lei de Deus‚ onipotente e universal‚ se impõe por si mesma. Nunca houve um momento em que a lei de Deus não estivesse totalmente em vigor‚ nem haverá um momento em que não o esteja. A lei perfeita da Vida‚ da Verdade e do Amor nos dá poder. Essa lei nos mantém livres.
    