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Praticar a cura cristã — a que se compara?

Da edição de agosto de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Nota da Redação: A Igreja de Cristo, Cientista, dedica-se há mais de um século à prática da cura cristã. Mary Baker Eddy, que descobriu e fundou a Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss), intitulou um de seus primeiros sermões “A cura cristã”.

A cura pela Ciência Cristã pode ser descrita como a prática contínua da cura cristã, tal como Cristo Jesus a ensinou e praticou. Essa maneira de curar, como os Cientistas Cristãos a entendem, está fundamentada na verdade e na lei espiritual e permanente.

As pessoas que fazem da prática desta cura a razão de seu viver, são chamadas praticistas da Ciência Cristã. Solicitamos a um desses praticistas, Margaret Rogers, que partilhasse conosco, de maneira informal, algumas considerações sobre a qualidade da oração e o tipo de convicção presentes nesse ministério de cura.

Para começar, minha oração, muitas vezes, inclui petição. Descobri que apenas pedir a Deus mais compreensão ou mais força, abre meu pensamento. É assim que dou início à minha oração, e para tanto é preciso humildade. Essa atitude mostra que não busco essa força dentro de mim mesma. Não recorro à minha capacidade humana para obter a graça ou o amor, mas recorro à fonte divina. Para mim, o poder da oração de petição reside na forma em que abre o pensamento. Põe-nos numa disposição mental de escuta, cheia de humildade.

Essa idéia de graça é, para muitas pessoas hoje em dia, um conceito difícil de compreender. Talvez seja, penso eu, porque a educação que recebemos não inclui a noção de que existe um poder divino. Cientistas Cristãos, tal como todas as outras pessoas, precisam tomar a precaução de não atribuir a pessoas o poder de curar. Graça é reconhecer que há um poder sagrado, invisível ao sentido humano das coisas. Confiamos, não nas “cousas que se vêem” 2 Cor. 4:18., mas no Espírito invisível.

E também não confiamos com fé cega, porque o que estamos procurando está solidamente presente. Lembro-me muitas vezes do trecho bíblico na Epístola aos Hebreus: “É necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.” Hebreus 11:6.

Eis um dos pontos principais na oração de um praticista, uma convicção de que Deus existe, de que há algo além daquilo que os sentidos físicos apresentam, além do que a mente humana está fazendo.

Acho deveras importante que a Sra. Eddy falasse na Ciência Cristã como sendo a lei divina em operação e afirmasse, da Ciência, que ela “... assenta no conceito de que Deus é a única Vida, substância e inteligência”, e que “exclui a mente humana como fator espiritual na obra curativa” Ciência e Saúde‚ p. 185.. É preciso entender melhor esse ponto, pois surge confusão, quando outras pessoas comparam a Ciência Cristã a formas de cura pela fé ou ao hipnotismo, os quais são apenas formas de tratamento em que realmente se utiliza a mente humana na tentativa de curar o que a própria mente humana causou.

A Ciência Cristã dá um salto gigantesco e afirma que a própria mente humana e seu conceito de que a vida seja corpórea, são representações falsas daquilo que o homem de Deus verdadeiramente é. Sumamente necessário para todos os que praticam a verdadeira cura espiritual é, que tenham uma percepção clara acerca da Mente divina, infinita e indivisível, o único Deus. Porque, na presença de Deus, aquela contrafação, o conceito usurpador que afirma haver uma mente separada de Deus e que diz estar a vida na matéria, precisa abandonar sua falsa pretensão. Não há lugar para ela.

A cura tal como Cristo Jesus a praticou parece misteriosa, só porque aceitamos, em grande parte, que seja o materialismo a única realidade da existência. Na cura científica e cristã, estamos em verdade falando a respeito da consciência humana, a qual precisa libertar-se do conceito finito de vida, precisa ceder à totalidade do Espírito. Vemos os efeitos dessa espiritualização do pensamento à medida que a doença ou o pecado desaparecem. E o que realmente acontece quando há uma cura, é a superação de um conceito finito de substância, conceito que nasce de pensarmos a nosso respeito como mortais limitados e separados de Deus, ao invés de nos sabermos a semelhança pura de Deus.

A noção de estarmos separados do bem é o que se desfaz, em cada cura genuína pela Ciência Cristã. Percebemos que não estamos separados, que o que verdadeiramente somos é a constante representação espiritual do Ser Divino.

Quando conseguimos dar esse passo, sair do conceito mortal de homem, ou noção de identidade mortal, dizemos que houve cura. A cura é a revelação do único homem que existe, o homem espiritual.

Uma questão básica a ser compreendida, no que se refere à cura, é a seguinte: O que é que dissolve a desarmonia? É a Verdade, é a luz. Quando a consciência do praticista está em união com a Verdade divina, essa luz dissipa as trevas do pecado e da doença. A ação do Cristo, na consciência humana, ilumina e cura.

Francamente, há ocasiões em que essa noção de luz não vem tão depressa quanto desejaríamos. É nessas ocasiões que mais necessitamos da qualidade de obediência. Há normas pré-estabelecidas que precisamos seguir, normas que permeiam todos os ensinamentos da Ciência Cristã. Por exemplo, o livro-texto, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria da Sra. Eddy, afirma: “Quando se supõe que o corpo diga: ‘Estou doente’, nunca te reconheças culpado.” Ibid.‚ p. 391. Bem, eis aí uma norma. Mesmo que alguém se sinta terrivelmente doente, essa é uma norma à qual pode obedecer. Mesmo não se sentindo no espírito dessa norma, pode começar pela humilde obediência.

E por que há poder nisso? Porque o obedecer é, em si mesmo, um estado de espírito correto. Nega a noção de estar-se separado de Deus. A mente mortal insiste que a doença é real, que se pode senti-la e vê-la. Ainda assim, e até mesmo em face disso, se pode negá-la e declarar que não se está doente. O fato é que, não importa qual seja a aparência material de doença, o homem não pode estar doente. Por isso, precisa não reconhecer-se culpado. E assim, por meio dessa obediência, o homem começa a estabelecer-se numa força, uma força que guia mais plenamente ao espírito daquilo que ele declara, e, finalmente, à verdade a respeito de seu verdadeiro ser como reflexo de Deus. Essa verdade, Compreendida, corrige o erro e dá lugar à cura.

Com isso, vemos o quanto precisamos da Ciência do Cristianismo. E já Paulo escreveu que não somos “por nós mesmos... capazes de pensar alguma cousa, como se partisse de nós” 2 Cor. 3:5.. Não somos capazes por nós mesmos de saber que o mal e a doença não são reais. Mas, por causa da descoberta da Sra. Eddy, temos a Ciência do Cristo para nos ajudar, e esta nos mostra a natureza verdadeira do homem, livre de pecado. E podemos dizer a nós mesmos: “Muito bem, os sentidos materiais são completamente desonestos. Vou pôr de lado minha confiança neles e perguntar: 'O que tem Deus a dizer? O que é que Deus vê nesta situação?’ ”

Sim, por vezes há uma luta para chegarmos até ao ponto em que podemos verdadeiramente ouvir e usufruir a nossa união com Deus. Contudo, mesmo em meio à luta, podemos conscientizar-nos de que estamos no processo de dominar todo pensamento humano e de fazê-lo obedecer a Cristo, e que esta é uma meta que se pode alcançar. Uma das formas sutis da mente carnal para resistir à espiritualidade é a de sugerir que a espiritualidade não é uma meta plausível‚ que é absolutamente impossível fazer todo pensamento obedecer a Cristo. Mas Deus nos mostra como começar‚ e nos mostra como prosseguir.

Precisamos persistir em desafiar o argumento de que a meta de compreender o Espírito e de pensar constantemente a partir dessa base‚ é inatingível‚ e precisamos continuar a desafiar tal argumento‚ não só em nosso próprio benefício. A humanidade toda necessita disso. Paulo fala acerca do trabalho que nos está à frente‚ “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus‚ à perfeita varonilidade‚ à medida da estatura da plenitude de Cristo”. Efésios 4:13.

É nesse contexto que vejo o trabalho de cura. É claro que sempre ficamos imensamente gratos por ter aliviados a dor e o medo‚ alívio que ocorre mediante a cura física. Mas‚ enquanto isso acontece‚ algo muito maior está também ocorrendo. Contudo‚ para dar-se conta do que realmente está sucedendo‚ é preciso elevar o pensamento.

Toda a humanidade se vê abençoada‚ de certa maneira‚ com cada caso de cura cristã. Algumas das limitações da matéria‚ e sua aparente solidez‚ como se ela fosse a realidade da vida‚ foram alteradas e perpassadas. E o mundo recebe os benefícios.

O trabalho de cura é a continuação de um ímpeto perpétuo. O que produz a cura é o mesmo Espírito Santo mencionado no Gênesis‚ quando “a terra ... era sem forma e vazia;. .. e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” Gênesis 1:2.. Afirma a Sra. Eddy: “Em diferentes épocas a idéia divina assume diferentes formas‚ de acordo com as necessidades da humanidade. Nesta época assume‚ mais inteligentemente do que nunca‚ a forma da cura cristã.” Miscellaneous Writings‚ p. 370.

É por isso que a cura é tão importante. Dá prova desse ânimo espiritual ou idéia divina‚ prova indispensável. Mary Baker Eddy tornou bem claro que‚ sem a cura‚ a vida cristã tem pouca energia espiritual. E a Sra. Eddy sabia que a cura precisa provir da altitude da espiritualidade. Não pode ocorrer de nenhuma outra maneira.

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