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A verdade que derrota a mentira

Da edição de novembro de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Um Amigo Meu, quando menino, gostava de exibir-se perante os colegas mais abastados. Certa vez foi a uma festa com seus amigos e levou o sobretudo de seu pai, sem poder vesti-lo, porque era muito grande. Havia colocado dinheiro num dos bolsos. No entanto, ao querer pagar um lanche, não o encontrou. Disse então aos amigos o que havia ocorrido, mas em vez de dizer a verdade e relatar que tinha trazido dois dólares, disse-lhes que tinha seis.

Mais tarde, dois dólares foram encontrados no chão, mas não pôde dizer que eram seus porque dissera que havia trazido seis. A mentira não prejudicara a ninguém, a não ser a ele mesmo e com isso aprendeu uma boa lição.

Todos nós conhecemos muito bem essas pequenas mentiras. Mente-se por orgulho, medo, conveniência, falsa solidariedade e por dezenas de outros motivos. A mentira parece uma saída conveniente. Acontece, porém, que muitas vezes deparamo-nos com conseqüências amargas.

A bem conhecida história bíblica de Jacó relata-nos como ele mentiu descaradamente com o objetivo de obter a bênção destinada a seu irmão Esaú. Como resultado, foi obrigado a fugir e a passar muitos anos em dificuldade. No entanto, seu caráter foi finalmente transformado e reconquistou a amizade e o perdão de seu irmão. Ao ler a história, porém, percebemos também que durante esse período Jacó obteve provas da presença e do auxílio de Deus, como a dizer-lhe: "Não há necessidade de mentir." No entanto, foi só quando verdadeiramente começou a compreender a Deus e seu relacionamento com Ele, que conseguiu vencer o desejo de confiar em estratégias humanas.

A mentira não é apenas a tentativa de manipular as coisas com um estratagema humano. No fundo, é manipular as coisas com um estratagema humano. No fundo, é a tendência de subestimar a Deus e recusar-se a confiar em Sua inteligência e em Seu poder retificadores. Significa, também, negar a espiritualidade, que é nossa por sermos o homem feito à imagem de Deus.

O fato é que Verdade é divina, poder absoluto, é o próprio Deus. Progredimos e vivemos à medida que compreendemos a Verdade e nosso inseparável relacionamento com ela. "A verdade vos libertará," disse Cristo Jesus. A Verdade divina é um poder genuíno, eficaz e ativo. Sei disso porque certa vez comprovei tal fato em minha própria vida, quando senti o poder libertador da Verdade.

Há muitos anos, eu fazia parte de uma empresa que estava por demais endividada e enfrentava uma situação muito difícil. Meu trabalho era basicamente o de manter contato com os vários credores da firma. Era comum perguntarem como estavam indo as coisas e meus empregadores exigiam que eu simulasse uma aparência calma e mantivesse os credores satisfeitos com as mais variadas mentiras. Essa atitude era totalmente contrária à minha convicção moral e causava um conflito interno muito grande entre minha fidelidade à companhia e meus conceitos morais. O problema chegou a tal ponto que decidi pedir demissão.

A época era de crise econômica e fiquei literalmente na rua. Parecia ter sido extremamente imprudente deixar um bom emprego por questões de princípio. No entanto, graças a meu estudo da Ciência Cristã, eu tinha confiança absoluta na proteção divina. Minha fidelidade à verdade significava que eu havia optado pela mais poderosa fonte do bem que conhecia. Tinha certeza de que não poderia ser levado a um estado de pobreza por haver decidido tomar posição do lado da Verdade.

Como resultado de minha oração, fui conduzido a emigrar para outro país onde toda a minha família encontrou valiosas oportunidades para progredir. O que me deixou profundamente grato com o novo emprego que encontrei é que nunca foi preciso mentir. Em vez disso, pude comprovar que a capacidade do homem de expressar a Deus, a Verdade, não é uma característica teórica, mas um poder que nos proporciona o bem e que se manifesta em nossa vida como ajuda eficaz.

O que fazemos ao mentir? Esquecemo-nos da grande missão do homem. E qual é essa missão? Na Bíblia, Deus diz aos homens: "Vós sois as minhas testemunhas." Nosso propósito, portanto, é viver como filhos e filhas de Deus e dar testemunho apenas da verdade. A mentira é como mancha em roupa nova. Ninguém gosta de apresentar-se com uma mácula. Nessas condições podemos, verdadeiramente, dar testemunho da grandeza de Deus? É óbvio que não. Pelo contrário, negamos nosso valor, a verdadeira razão de nossa existência.

Por outro lado, somos injustos para com nosso próximo, quando o julgamos incapaz de discernir a verdade. A mentira é um tipo de desprezo. Assim agindo, tratamos a outrem da forma como jamais gostaríamos de ser tratados. Não é nosso semelhante o mesmo que nós somos, a amada imagem e semelhança do Ser Divino? Quando mentimos a alguém, não estamos sendo justos para com o representante de Deus, para com a verdadeira identidade de nosso próximo.

Temos, também, de levar em consideração o falso "benefício" de se recorrer às mentiras inofensivas, as assim chamadas "mentiras por compaixão" (a expressão em si já é contraditória). É provável que em certas ocasiões pareça ser conveniente não dizer a verdade crua, "amenizando-se" as coisas a tal ponto que não reste nada da verdade. No entanto, em vez de dizer uma mentira que amenize as coisas, devemos ter a coragem de dizer a verdade e confiar em Deus. A necessidade de se enfrentar aquela verdade, por mais dura que ela pareça, a longo prazo beneficiará tanto a quem a diz, como a quem a ouve. Lembremo-nos de que, quando somos fiéis à verdade, temos Deus do nosso lado. Se nos volvermos à Mente divina em oração, seremos guiados a usar palavras sábias e adequadas que serão facilmente compreendidas pelos demais.

Por meio da oração reconhecemos a realidade espiritual de que Deus é fonte de auxílio prático sempre disponível. Seu amor não é limitado, o bem que Ele proporciona é inesgotável. Quando oramos de acordo com essas idéias, somos revigorados em nossa inspiração e, o que é mais importante, começamos a encontrar soluções harmoniosas para as situações difíceis, cuja aparente gravidade nos teria levado a mentir. Podemos estar certos de que Deus, a Verdade, está continuamente Se manifestando e à medida que estamos dispostos a obedecer-Lhe, podemos vislumbrar os passos acertados a serem dados.

E o que acontece quando parece que nós somos o alvo da mentira? A Verdade é um poder que se auto-revela, que ilumina e nos ajuda a evitar sermos enganados. Nossa própria fidelidade à Verdade atuará como escudo. A melhor defesa, porém, é mantermo-nos convictos a respeito da verdade sobre o homem. O homem é espiritual e partilha da mesma natureza divina da Verdade. Essa é a realidade sobre todas as pessoas. Portanto, se estivermos diante de alguém que aparentemente esteja tentando nos enganar, podemos seguir o conselho de Jesus de amar nossos inimigos. Amá-los significa vê-los em seu verdadeiro caráter como filhos e filhas de Deus, feitos à Sua imagem, reflexos da Verdade e do Amor. Se mantivermos essa visão em nossa consciência, os inimigos, bem como suas mentiras, desaparecerão. Nunca fizeram parte da realidade porque a única realidade é o universo harmonioso de Deus.

Ficar ao lado de Deus, ao lado da Verdade, é a fonte das soluções. A Sra. Eddy diz em Ciência e Saúde: "A obediência à Verdade dá ao homem poder e força. A submissão ao erro redunda em perda de poder."

Um outro tipo de mentira poderá ser classificado como mentira "inconsciente". Uma dessas mentiras inconscientes é proferida quando dizemos que alguém está doente. O testemunho divino da Verdade, porém, nos informa algo completamente diferente. O filho de Deus, ou a idéia espiritual, nunca se encontra em situação que não seja o estado de saúde e perfeição.

A maior mentira do mundo é aquela de que o homem é um ser material, dependente de causas materiais. Essa mentira nos engana, dizendo que vivemos num corpo frágil que, a qualquer momento, pode ser vítima das circunstâncias. Diante dessa mentira, a Verdade mantém-se majestosa como uma rocha. As ondas da materialidade nada podem fazer contra ela. Quando nos colocamos do lado da Verdade, adquirimos força, fazemos nossas as qualidades do Princípio divino, Deus, sólidas como granito. Dessa forma estamos a salvo dos ataques do pensamento mortal.

Além disso, há algo de muito belo no poder sanador e amoroso da Verdade. Quando estamos em comunhão com ela sentimos felicidade, a felicidade inefável de conhecer a presença e o apoio de Deus.

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