A Educação Não Precisa ser um jogo mental desgastante de puxa-que-puxa entre pais e filhos. Querer forçar os filhos a aceitar um determinado comportamento ou atitudes específicas, é tão pouco producente como querer introduzir objetos quadrados em orifícios redondos. A solução que eu encontrei foi parar de insistir e, ao invés disso, dar lugar ao Pai celestial por meio de humilde oração.
Meu conselho quanto a não continuar insistindo não significa capitular ou deixar de cumprir as responsabilidades paternas. Em vez disso, requer um reconhecimento bem fundamentado de que Deus, a Mente divina, é o mais eficiente Professor e Comunicador. Quando me sinto frustrado em meus esforços de transmitir uma idéia aos meus filhos, saio do campo de batalha. Trato de acalmar meus próprios pensamentos, e oro: "Que os anjos falem com eles."
Essa frase é o título de uma poesia que apareceu no The Christian Science Journal (setembro de 1981, p. 524). Copiei-a e colei-a no espelho do banheiro, como lembrete constante de que a persuasão humana não é o meio mais eficaz de comunicar-se. Os anjos fazem isso bem melhor. Os anjos, conforme a definição de Ciência e Saúde, da Sra. Eddy, são "pensamentos de Deus que vêm ao homem; intuições espirituais, puras e perfeitas; a inspiração da bondade, da pureza e da imortalidade, neutralizando todo o mal, toda a sensualidade e mortalidade." Ciência e Saúde, p. 581.
Deus, a Mente infinita, está sempre transmitindo idéias corretas a Seus filhos. Comunicar-se faz parte da natureza da Mente. E ser receptivo faz parte da natureza do homem, a semelhança espiritual de Deus. Como pais e filhos são, em sua identidade verdadeira, idéias de Deus, a comunicação divina atinge tanto a uns quanto aos outros. Não precisa necessariamente passar por mim, como pai, para poder alcançar meus filhos, pois a Mente não precisa de intermediários nem de intérpretes.
Embora essa comunicação clara de Deus para o homem seja contínua, temos de ouvir a Deus de todo o coração a fim de excluir a interferência da vontade pessoal. Aí ouvimos as mensagens angelicais e podemos agir de acordo com elas.
Quando oro para deixar os anjos agirem, na realidade, estou orando para mim mesmo como pai. Pais e mães talvez queiram assumir pessoalmente o controle das coisas, dominar a situação e resolvê-la rapidamente. Não há necessidade de argumentação nem de discussão, raciocinamos, porque nós sabemos a maneira de fazer as coisas. À nossa maneira.
Não há dúvida de que às vezes é necessário guiar nossos filhos com firmeza. Mas quando as disputas se baseiam em opiniões humanas em vez de orientação divina, os resultados são, não raro, contraproducentes. Pais e filhos se tornam vítimas da vontade humana e daí vem a confrontação.
Tais confrontos podem parecer inevitáveis na criação dos filhos. Mas justamente nessas ocasiões, recorrer humildemente aos anjos é mais eficaz. Depois de uma explosão de raiva, melhor ainda, antes que ela ocorra, submeter nosso pensamento às mensagens angelicais de Deus traz calma, raciocínio e cura. Vemos que "... a peleja não é [nossa], mas de Deus". 2 Crônicas 20:15. Quando permitimos que Deus assuma as rédeas, a vontade humana se dissolve, a agitação se dissipa.
Quando confiamos no fato de que Deus está constantemente enviando mensagens angelicais a Seus filhos, ficamos com mais força para ter paciência. E a paciência é o começo da cura de relações estremecidas. Ciência e Saúde dá um sábio conselho: "Aquilo de que mais necessitamos, é a oração motivada pelo desejo fervoroso de crescer em graça, oração que se expressa em paciência, humildade, amor e boas obras." Ciência e Saúde, p. 4.
No fundo do coração, é provável que desejemos que essas qualidades se manifestem em nossas relações com os filhos, mas às vezes isso é difícil. No entanto, até nas piores situações, o Cristo está presente para abrir o caminho. É papel do Cristo, a influência divina sempre presente na consciência humana, redimir o pensamento extraviado, a fim de alinhá-lo com Deus, o Amor divino.
Não podemos sentir essa redenção por meio da força de vontade humana. O Cristo vem e faz seu trabalho somente quando deixamos de lado a vontade humana. Jesus submeteu sua vontade inteiramente à divina, e isso o capacitou a redimir pecadores e a reformar o caráter daqueles que entravam em contato com ele. E o efeito de sua obra sanadora sempre foi o de restaurar na pessoa um conceito correto de sua relação com Deus.
Em última análise, o que importa é a terna relação entre o Pai divino e Seu filho. A compreensão disso traz cura a qualquer conflito entre pais e filhos. Por ser Deus Espírito, o homem que Ele cria é espiritual, inseparável dEle. Esse homem está firmemente sob o harmonioso governo de seu Pai celestial, e não há nada que possa opor-se a esse fato, ou revogá-lo. Deus e Suas idéias nunca estão em conflito, nunca estão uma contra a outra. Aliás, nenhuma vontade obstinada ou mal orientada pode afetar essa relação indestrutível.
Deus, na Sua infinita sabedoria e amor, faz com que cada um dos Seus filhos Lhe seja obediente. O fato espiritual é que ninguém pode extraviar-se. Os esforços humanos para assumir o controle têm eficácia duvidosa, se presumirem que a sabedoria de Deus está ausente, ou que de algum modo Ele abandonou o controle de Seus filhos.
Desse modo, quando oro, trato de certificar-me de não ter aceito essa hipótese errônea. Esforço-me para deixar de lado minhas opiniões e reconhecer a constante presença dos pensamentos de Deus, que a todo momento comunicam idéias corretas a cada um de Seus filhos, aos meus adolescentes, e a mim. A comunicação angelical é suave, completamente eficaz e não tem elementos de coerção ou imploração. Leva-nos à ação certa no momento certo. E não há resistência a essa diretiva, porque ela tem em si o poder divino.
Quando mentalmente me afasto da cena humana, consigo ver melhor o ser espiritual de cada membro da família. Esse ser não contém nem um grão de desobediência, intimidação ou autodestruição. Cada um é feito para glorificar a Deus.
Recorrendo aos anjos, na criação de meus filhos, tenho visto situações problemáticas serem corrigidas e modificadas. Minhas filhas encontraram soluções para seus problemas, cresceram em graça e capacidade, e não foram prejudicadas por erros advindos da teimosia. Tem havido mais harmonia na comunicação pais-filhos, e com isso há mais receptividade às razões que motivam as decisões. Desenvolveram-se hábitos mais eficientes nos estudos, melhor administração do tempo, mais contentamento em compartilhar e maior gratidão por tudo o que é necessário para fazer com que a família viva harmoniosamente.
Eu mesmo cresci, e muito. Os anjos me ajudaram a expressar mais paciência e graça e curaram a angústia criada quando imponho minhas próprias regras. Tenho mais sensibilidade para apoiar o jovem que esteja enfrentando a decepção ou o medo. Quando percebo a pressão da turma no pensamento de um filho, sinto menos medo, enquanto trabalhamos juntos para resistir e destruir as influências danosas.
Os anjos nos ajudam a cultivar relacionamentos que trazem profunda satisfação. Nossa confiança no trabalho deles poupa um bocado de sermões e eleva as relações pais-filhos a patamares espirituais.
 
    
