Abrir seu próprio negócio pode ser um projeto que assusta muita gente. Mas de acordo com K-K Gregory, você só precisa de uma boa idéia e de coragem para levá-la adiante. O Arauto conversou recentemente com K-K.
Arauto: Você tem um negócio bem sucedido, chamado Wristies®. Como foi que tudo começou?
K-K: Quando eu tinha uns dez anos, estava um dia ao ar livre, brincando com meu irmão, e os meus pulsos estavam ficando frios. Entrei em casa, pensando em encontrar uma solução. Peguei um tecido de lã, com uma costura fiz dele um tubo e cortei um orifício para o polegar, assim nasceu Wristies, uma espécie de luva só para o pulso. Agora já tenho dezesseis anos e faz uns cinco anos que tenho este negócio. Levou algum tempo para ele deslanchar.
Arauto: Onde está estabelecida a sua empresa?
K-K: Fica em nossa casa mesmo. Para os pedidos menores costuramos as peças em casa. Os pedidos grandes, para companhias maiores, são terceirizados. Quando começamos, eu é que costurei o primeiro par. No fim de semana seguinte, tivemos um encontro de escoteiras e eu costurei um par para cada uma das participantes, pois iríamos andar de trenó. Elas gostaram muito da idéia! Disseram: “Você deveria vendê-las e ganhar algum dinheiro.” O pai de uma das meninas era inventor. Ele conhecia um bom advogado de marcas e patentes e pôs-me em contato com ele. O pai de outra menina tinha uma loja de bicicletas e ele fez o meu primeiro grande pedido. Minha mãe realmente me ajuda muito, pois me leva de carro aonde eu preciso ir e também se incumbe dos telefonemas porque tem voz de adulto. A minha voz soa como a de alguém muito jovem e as pessoas não me levam a sério.
Arauto: Seu pai também participa do negócio?
K-K: Meu pai tem seu próprio trabalho, mas ele nos dá muitos conselhos.
Arauto: Qual é o seu papel na firma?
K-K: Escrevo cartas e respondo ao correio eletrônico através do meu site na Internet. Recebo os pedidos e debito os cartões de crédito dos clientes. Também viro os Wristies e ponho as etiquetas. Acontece que as peças são costuradas pelo avesso e é preciso virá-las para o lado direito. Assim, eu faço o controle da qualidade.
Arauto: Como é seu escritório em casa?
K-K: Temos um computador, uma impressora, um modem e gavetas cheias de Wristies. Em outra sala, temos uma máquina de costura industrial; muitos pensam que é grande, mas em realidade é muito pequena. Faz milhares de pontos por minuto. Só pode ser usada por quem já tenha 18 anos. Temos também algumas escrivaninhas onde fazemos o trabalho de escritório.
Arauto: Quem compra o seu produto?
K-K: Qualquer pessoa que sinta frio nos pulsos! Até mesmo no verão, quem trabalha em escritórios com ar condicionado sente frio nos pulsos. Durante o inverno, os esquiadores, os funcionários de pedágios, os motoristas de ônibus, carteiros e pessoas que crêem que sofrem de artrite. Os Wristies são vendidos em várias cores e em cinco tamanhos, do tamanho “criança” até “adulto”.
Arauto: Como você chegou ao preço de venda para os Wristies?
K-K: No início, eram muito baratos e percebemos que não estávamos tendo lucro. Com o passar dos anos, as pessoas nos diziam que eram baratos demais.
Arauto: Agora que os Wristies dão lucro, você pensa em como aplicar o dinheiro?
K-K: Atualmente, o lucro obtido com a venda de Wristies é colocado em uma poupança para custear meus estudos universitários. Tenho outro emprego, numa academia de ginástica, onde ensino as crianças pequenas a escalar paredes. Este dinheiro é para meus gastos, agora.
Arauto: Você ora pelo seu negócio?
K-K: Não oramos por coisas específicas, como por exemplo, orar para ganhar muito dinheiro. Oramos para reconhecer que o negócio é uma idéia de Deus e que Ele a sustém. Há uma frase, em Ciência e Saúde, que nos ajuda. Diz o seguinte: “Deus expressa no homem a idéia infinita que se desenvolve eternamente, que se amplia e, partindo de uma base ilimitada, eleva-se cada vez mais” (p. 258). Também oramos de uma maneira geral, sabendo que tudo o que é necessário será suprido.
Arauto: E você já pensou nas qualidades espirituais necessárias para gerenciar um negócio?
K-K: O amor é um item importante para dirigir seu próprio negócio. Amar os clientes e saber que eles também vão lhe dar amor. Ter força, quando as coisas parecem ir mal, sabendo que Deus está presente e que as coisas vão melhorar.
Arauto: Há ocasiões em que as coisas não funcionam muito bem ?
K-K: Sim, isso acontece. Certa vez, uma companhia cancelou o pedido algumas semanas antes da entrega‚ quando tudo já estava pronto para o embarque e ficamos com milhares de Wristies e não sabíamos o que fazer com eles. Logo depois que isso aconteceu, apareci no noticiário da televisão e com isso vendemos muito. Também fizemos doações para os albergues que acolhem os sem-tetos.
Arauto: Você acha que seu negócio tem beneficiado outras pessoas?
K-K: Gosto muito de ver a reação das crianças quando lhes conto a seguinte história: “Existe o caso de uma menina que quando tinha mais ou menos a sua idade, uns dez anos, inventou este produto...” E elas respondem: “É? Como ela fez isso?” Então lhes digo: “Esta menina sou eu.” E elas dizem: “Legal, eu também posso inventar alguma coisa?” Quando eu estava sendo entrevistada no noticiário local, uma senhora telefonou e disse que seus filhos haviam saído da mesa do jantar para tentar inventar alguma coisa. Fico feliz por encorajar as pessoas a realizar os seus sonhos.
Arauto: Você tem algum conselho para os adolescentes que queiram iniciar seu próprio negócio?
K-K: Se você tem uma boa idéia e acha que ela pode dar certo, procure alguma pessoa que possa lhe dar apoio e que tenha os mesmos motivos que você tem. Depois, vá em frente. Não é apenas uma questão de dinheiro. Confie em que Deus vai lhe dar as melhores condições e a solução correta.
Arauto: Como o negócio influiu em você como pessoa?
K-K: Tenho mais confiança em mim mesma. Antes eu tinha pavor de ficar no meio de muita gente. Mas, devido ao meu empreendimento, tenho de falar com muitas pessoas, dar palestras e falar para turmas de estudantes. Ainda não sou perfeita nisso, mas já estou muito mais calma do que antes, nessas ocasiões.
Arauto: E quais são os seus planos para o futuro do negócio?
K-K: Espero trabalhar com Wristies enquanto for possível. Se o negócio crescer muito, podemos vendê-lo, isto é, se crescer tanto que não pudermos mais cuidar dele.
Arauto: Existem organizações profissionais para jovens mulheres de negócios, como você?
K-K: Participo de algumas organizações locais, tais como: Rede de Jovens Empresários, Associação de Inventores e a NEWBO (Proprietárias de Negócios da Nova Inglaterra). E sei que a maioria dessas associações tem filiais em todo o país. Mas você também pode descobrir organizações locais que apóiem jovens empresários.
Arauto: Há algum trecho especial da Bíblia ou do livro-texto da Christian Science que a tenha ajudado durante estes anos?
K-K: Penso muito na Oração do Senhor, da Bíblia, especialmente na frase que diz: “Venha o Teu reino.” O livro-texto da Christian Science contém a interpretação espiritual dessa frase, que diz o seguinte: “O Teu reino já veio; Tu estás sempre presente” (Ciência e Saúde, p. 16). Saber que Deus está sempre com você e que o Seu reino já veio, é um bom pensamento. Ajuda-nos a perceber que não estamos sós no trabalho, não importa qual a situação.
O trecho abaixo foi tirado da Internet: www.cibc.com/smartstart/teen/:
Dicas para criar sua própria empresa Muitos empresários criam seu próprio negócio a partir de uma idéia engenhosa, mas falham devido à falta de planejamento. A fim de aumentar as probabilidades de sucesso de seu primeiro empreendimento, é preciso fazer uma avaliação do projeto, pensando no seguinte:
1. A descrição do produto ou do serviço que você vai oferecer.
2. O que diferencia o seu produto, ou serviço, do da concorrência.
3. Elaboração detalhada do custo de implantação e manutenção do negócio.
4. Uma estimativa dos lucros. Procure elaborar todo o processo de implantação de seu novo negócio. Se você conseguir detalhar os itens acima e continuar entusiasmado com a idéia‚ você está no caminho certo.