A prática Da feitiçaria é muito comum em algumas partes do mundo. Os feiticeiros são temidos, porque se acredita que possuam a capacidade de prejudicar outras pessoas por utilizarem meios sobrenaturais, contra os quais não há defesa. Em alguns lugares, com base na simples suspeita de que praticam feitiçaria, crianças pequenas são abandonadas pelos pais, e pessoas mais velhas são apedrejadas ou queimadas vivas pelos jovens da região. Para quem foi criado numa sociedade em que todos acreditam em feitiçaria, é difícil aceitar o fato de que ela não tem poder, e de que não há motivo para temê-la.
Mary Baker Eddy escreve em seu livro Ciência e Saúde: “A escuridão causa medo. O adulto, escravizado às suas crenças, não tem melhor compreensão do seu verdadeiro ser do que uma criança; e é preciso tirar o adulto de suas trevas, para que ele possa libertar-se dos sofrimentos ilusórios que pululam na penumbra. O caminho na Ciência divina é a única saída desse estado” (p. 371).
Como acontece com outros sistemas que não se baseiam em leis verdadeiras, a feitiçaria se origina no conceito errado a respeito de nossa verdadeira natureza. Encontramos na Bíblia a verdade acerca de cada um de nós. Deus nos criou à Sua imagem e semelhança, à imagem do Espírito. Será que um filho de Deus pode se tornar vítima de alguém que queira apanhá-lo e destruí-lo? Não, de maneira alguma. Nossa verdadeira natureza é totalmente espiritual e boa, e qualquer coisa que pareça ter o poder de nos controlar ou prejudicar não é real. O verdadeiro filho de Deus não intimida nem controla os outros. O único poder que existe vem de Deus, o bem infinito. Não existe nenhum outro poder.
A idéia de que algumas pessoas possuam poderes especiais, ou poderes animais, é contrária à idéia de que Deus dá a cada um de Seus filhos, sem medida ou favoritismo, qualidades espirituais que abençoam a todos. Ninguém está privado dessas qualidades, e ninguém possui poderes sobrenaturais.
Como a feitiçaria não tem nenhuma qualidade divina, podemos provar que ela não tem poder. Há algum tempo, ocorreu um incidente em minha família envolvendo a feitiçaria. Uma de minhas primas foi acusada por três crianças, com quatro, sete e nove anos, respectivamente, de ser feiticeira. Essas crianças admitiram que elas mesmas haviam sido iniciadas em feitiçaria e que, em seus “passeios noturnos” a tinham visto em ação. Quando questionada a esse respeito, minha prima zangou-se e dirigiu ameaças de morte a meu irmão mais velho. que presenciara a reunião em que fora apresentada a acusação.
Dois dias após a discussão, ele, repentinamente, começou a apresentar sintomas muito estranhos. Seu olho direito ficou inchado e ele começou a sentir dificuldade para respirar. Parecia que ele estava morrendo. Fui chamado ao quarto dele às pressas, e comecei a orar por ele. Mantive no pensamento o fato de que Deus é o bem. Qualquer manifestação que não fosse divina seria impossível. Percebi a onipotência de Deus, o Amor infinito, e a conseqüente irrealidade de qualquer outro pretenso poder. Após cerca de meia hora sua respiração tornou-se natural e o olho voltou ao normal.
E o que devemos pensar de quem se autodenomina “feiticeiro”? Diz-se que a criança possui o “dom” de enfeitiçar. Em realidade, não se trata de um dom, mas de uma imposição, da manipulação do pensamento de outra pessoa, especialmente de crianças pequenas. Portanto, o “feiticeiro”, seja pequeno ou adulto, nunca é culpado. Quando separamos o indivíduo (que é e sempre será a imagem e semelhança de Deus) das falsas crenças a respeito dele, essa compreensão espiritual destrói a causa e o efeito da feitiçaria.
Cristo Jesus disse a seus discípulos, “...tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33). Nossa identidade como filhos de Deus é e permanece pura, livre e indestrutível. Ela é defendida por Deus. Em realidade, não precisamos ter medo de feitiçaria.
