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Matéria de capa

Encarando as eleições de uma nova maneira

Da edição de outubro de 2002 dO Arauto da Ciência Cristã


O cenário é por demais conhecido: o candidato a um cargo político faz um discurso, promove um comício na cidade ou mantém um debate acirrado com seu opositor. Logo depois, analistas e observadores reduzem aquilo que foi dito a apenas umas poucas frases que são levadas ao ar no noticiário.

Essa espécie de tratamento que a mídia dedica a esses assuntos, tende a banalizar as idéias e a reduzir os pontos de vista dos candidatos a clichês previsíveis. Às vezes, ao procurar aumentar seus índices de audiência, os noticiários descobrem que a vida particular do candidato pode atrair mais atenção do que o programa de ação que ele pretende implantar, caso seja eleito. Os apresentadores dos programas de entrevistas, dependendo de suas preferências políticas, freqüentemente “torcem” os pontos de vista de um candidato para que se amoldem a um estilo: conservador, liberal, contrário a isto ou favorável àquilo.

Os eleitores conscientes, porém, podem elevar-se acima da reação que essas informações provocam, e considerar uma abordagem diferente, mais útil, na avaliação dos candidatos: a abordagem espiritual. Essa maneira diferente de encarar o assunto ajuda a afastar a sombra da “política baseada na personalidade”, e nos habilita a tomar decisões mais acertadas.

Para mim, uma abordagem espiritual dos assuntos relacionados com a minha vida inclui necessariamente a confiança em Deus. Encontro muita ajuda nesta afirmação que se encontra na Bíblia: “Porque o Senhor é o nosso juiz, o Senhor é o nosso legislador, o Senhor é o nosso Rei; ele nos salvará” (Isaías 33:22). Sou norte-americano, e o governo em meu país é constituído de três poderes: judiciário, legislativo e executivo. Mas, eu gostaria de apresentar esses poderes em termos espirituais, não políticos. Esses aspectos da natureza de Deus se aplicam ao governo de qualquer país, não importando a forma adotada.

Com o tempo descobri que é muito prático apoiar-me em Deus. Por exemplo, para melhorar meu conceito a respeito das eleições e da política acima das imagens superficiais transmitidas pela mídia e das pesquisas de opinião, precisei pensar nos candidatos e nos problemas em termos espirituais. Essa abordagem me desafia a rejeitar as imagens impressas em cartazes e os comentários banais, por serem distorções do que realmente existe: a natureza espiritual de todos como a idéia de Deus inteligente, zelosa e capaz.

Compreender que nós e os candidatos somos essa idéia de Deus, me ajuda a rejeitar a superficialidade e a adotar um conceito mais espiritual das coisas em todas as minhas decisões. Pode ser que surja o argumento de que a abordagem espiritual não ajuda na escolha de candidatos. Porém, aceitar que a lei de Deus é infalível, habilitanos a tomar a decisão correta. Dá-nos, como cidadãos, a capacidade de discernir quem pode melhor desempenhar suas funções no serviço público com verdade e integridade, e pode até levar o candidato a agir nessa direção.

Observadas sob essa luz espiritual, as eleições passam a despertar renovado interesse e a demonstrar sua aplicabilidade às questões sociais. A esfera de ação do pensamento público se revigora. Eleições em um clima de entusiasmo podem tornar-se a expressão visível de um ativismo público impelido por Deus, em vez de somente um concurso de popularidade na TV. O governo de Deus nunca está sujeito a programas de trabalho fracos, à retórica superficial ou à habitual indiferença.

A palavra eleger no dicionário, entre seus termos sinônimos, tem o sentido de “escolher” e “peneirar”. Peneirar, nesse caso, é mais um processo mental ou espiritual do que um processo material.

O livro Ciência e Saúde é um guia prático para essa “escolha” mental. Ao enumerar os amplos benefícios desse livro à sociedade, Mary Baker Eddy afirma que, devido à sua publicação “...o sentimento religioso cresceu; os credos e os dogmas foram peneirados e um amor maior pelas Escrituras manifestou-se” (Message to The Mother Church for 1990, p. 7 / Mensagem de 1900 para A Igreja Mãe).

Para mim, esse trecho sugere a necessidade de encarar as eleições nacionais de uma maneira totalmente diferente, de encará-las como uma oportunidade de analisar cuidadosamente as qualidades de pensamento e as ações dos candidatos, procurando eleger aqueles que trarão maior progresso e maiores bênçãos para a sociedade como um todo.

Aprendi a avaliar as informações transmitidas pela mídia, os discursos dos candidatos e os comentários feitos por nossos amigos com base num padrão elevado de perspectiva espiritual para poder tomar uma decisão. Por exemplo, se minha opinião sobre algum candidato parece restrita aos “credos e dogmas” do partido (plataformas de campanha e discursos feitos em comícios), tenho de fazer uma análise cuidadosa e verificar se o candidato tem algum posicionamento quanto a questões espirituais e se seus objetivos são voltados para o bem comum, sem favoritismo.

Essa atitude de analisar o pensamento me ajudou, há algum tempo, a sair-me bem ao trabalhar com um deputado. Esse político havia apresentado um projeto de lei que obrigava a maior parte dos funcionários dos governos estaduais a se vacinar contra o antraz. A sua reputação na imprensa era a de ser dotado de uma vontade férrea, de ser arrogante e pouco cooperativo. Eu receava pedir-lhe que incluísse em seu projeto a possibilidade de que as pessoas que se apoiavam na cura espiritual por meio da oração fossem desobrigadas de tomar a vacina.

Aprendi a avaliar as informações transmitidas pela mídia e os discursos dos candidatos com uma perspectiva mais espiritual.

Percebi, porém, que incluir essa ressalva no projeto não era tão importante quanto a necessidade de rejeitar a idéia de insensibilidade e o apelido pouco lisonjeiro que havia muito tempo eram associados a esse deputado. O que eu mais necessitava era elevar o meu próprio conceito a respeito dele, reconhecendo que aquele deputado era também uma idéia de Deus, valiosa e conscienciosa. Ao orar para compreender mais claramente os motivos dele ao propor esse projeto de lei, percebi que, apesar do conteúdo controverso dessa lei, ele havia sido motivado pela sinceridade e pela coragem moral. O projeto refletia uma preocupação honesta com relação à segurança e à proteção dos funcionários públicos, bem como o desejo de assegurar a estabilidade no caso de uma emergência. Minhas orações levaram-me a esta idéia que está em Ciência e Saúde: “Os ricos em espírito ajudam os pobres numa grande fraternidade, em que todos têm o mesmo Princípio, ou Pai; e bem-aventurado é aquele homem que vê a necessidade de seu irmão e a satisfaz, buscando o seu próprio bem no bem que proporciona a outrem” (p. 518).

Ao pôr em prática essa “grande fraternidade” sob o governo infalível e fundamentalmente justo de Deus, aprendi que todos nós refletimos a Sua sabedoria e justiça e a Sua graça altruísta. Orei honestamente para ver aquele deputado não como uma pessoa rude ou voluntariosa, mas como o próprio modelo de integridade e honestidade ao tomar decisões. Tivemos uma reunião realmente produtiva e, em apenas dez dias, chegamos a uma conclusão a respeito da modificação no texto do projeto para esclarecer que a vacinação não seria obrigatória, mas que a sua aplicação seria feita somente com o “devido consentimento” daqueles que optassem por ser vacinados.

Um governo inspirado, imbuído de espírito público, está a serviço do maior bem ao refletir a natureza amorosa e inteligente de Deus, a fonte de todo o bem. A elevação do nosso conceito a respeito dos candidatos acima da política insípida substitui o pensamento superficial. Esse conceito mais elevado leva em conta o ser verdadeiro de cada um, na condição de filhos e filhas de Deus.

Quando escolhemos os candidatos para a condução política do nosso país considerando as qualidades deíficas que eles expressam, estamos encarando as eleições e outras questões legislativas de uma forma espiritual, ao invés de simplesmente estarmos amoldando nossa escolha às limitadas opções disponíveis.

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