Na escola secundária, fiz o curso técnico de Contabilidade e, quando me formei, prestei vestibular para a faculdade de Direito. Sempre havia tirado as melhores notas, na escola, por isso achava que estava apta a ingressar em um curso superior. Contudo, não fui aprovada e a decepção foi muito grande. Eu tinha muita vontade de estudar Direito e estava convencida de que minha escolha era correta. Essa convicção me deixou ainda mais frustrada e, naquela tarde, chorei muito.
Após um período de muito abatimento, uma voz interior começou a me fazer lembrar de que podia confiar em Deus para dirigir minha vida. Decidi confiar mais em Deus e menos em minhas escolhas pessoais. Veiome a idéia de começar a trabalhar em contabilidade. Comentei com meu pai sobre essa possibilidade e ele me indicou um amigo que possuía um escritório de contabilidade.
Logo no dia seguinte, fui até o escritório desse senhor. Fui pensando que Deus é meu único empregador e que meu propósito é servi-Lo. Fiquei pensando que servir a Deus não seria um trabalho, mas sim, uma alegria.
O proprietário do escritório disse que, justamente no dia anterior, um funcionário que trabalhava na área fiscal, havia pedido demissão e o deixara em uma situação muito difícil, porque se aproximava a época de mais serviço naquele setor e ele precisava urgentemente de alguém para substituí-lo. A área fiscal era a que mais me fascinara na época da escola. Ofereci-me para o cargo e comecei a trabalhar no mesmo dia. De imediato reconheci que eu estava sendo guiada por Deus, porque se tivesse ido lá um dia antes, não haveria nenhuma vaga e, se tivesse chegado um dia depois, provavelmente a vaga já estaria preenchida, pois a procura de emprego é sempre muito grande.
Menos de um mês depois, a chefe do setor deixou o emprego, porque iria se mudar com o marido para outro estado. O proprietário convidou-me a assumir esse cargo de chefia. Aceitei na hora, mas comecei a orar imediatamente, pois tinha consciência de que era muito jovem e tinha pouquíssima experiência. Lembrei-me novamente do fato de que Deus era meu verdadeiro empregador. Ele conhecia minhas capacidades porque, em realidade, é Ele que dá a cada um a inteligência e todas as habilidades. Eu sabia que não estaria trabalhando sozinha, pois Deus estaria ao meu lado.
Encontrei um trecho em Ciência e Saúde que me ajudou a sentir segurança: “...o progresso é a lei de Deus, lei que exige de nós apenas aquilo que com certeza podemos cumprir” (p. 233). A nova função era um passo de progresso e, aceitando-a, eu estava apenas obedecendo à lei de Deus. Ao mesmo tempo, isso não exigiria de mim algo que eu não pudesse cumprir. Meses depois, o proprietário confessou que havia ficado admirado por eu não ter sentido medo, apesar de ser tão jovem. Fiquei naquela função durante alguns anos. Atualmente, sou a encarregada geral do escritório e gosto muito do que faço.
Nesse meio tempo, prestei novamente o vestibular para a faculdade de Direito e, dessa vez, fui aprovada. O ramo me fascina e consigo conciliar perfeitamente o curso universitário com o trabalho no escritório. Hoje, percebo claramente como foi melhor eu ter iniciado a faculdade mais tarde. Quando terminei a escola secundária eu era muito tímida, tinha medo de falar em público não sabia expressar minhas opiniões. Eu não teria aproveitado tão bem o curso como o estou aproveitando agora, que superei essas limitações.
Fui convidada para assumir um cargo de chefia. Aceitei na hora, mas comecei a orar imediatamente, pois tinha consciência de que era muito jovem.
Aprendi uma lição importante: é sempre melhor deixar-nos guiar por Deus, pelas idéias que Ele nos manda, em vez de seguir simplesmente nossa vontade e nossos planos. Nossos horizontes são amplos, nossas possibilidades são infinitas e não podemos limitar tudo isso com nenhum tipo de projeto. Deus tem um propósito para cada um de nós e esse propósito é sempre muito melhor do que podemos sonhar ou planejar.
