Na cidade onde eu moro, Panambi, no Rio Grande do Sul, há vários ipês em alamedas e praças. O ipê é uma árvore que chega a ficar bastante grande e que, nesta época do ano, a primavera do hemisfério sul, fica inteiramente coberta de grandes flores. Eu sou apaixonado por essas e por todas as árvores. Elas oferecem tanta coisa boa para a humanidade: frutos, madeira, flores, sementes, sombra, proteção do solo, armazenamento de água, purificação do ar...
Infelizmente, a preservação das matas e florestas tem se tornado um problema para a humanidade. Há a consciência da importância desses elementos da natureza mas, ao mesmo tempo, parece difícil conciliar sua preservação com as necessidades econômicas prementes. Comecei a perguntar-me então, qual seria o meu papel diante desse quadro, além de proteger as árvores da rua. Dei-me conta de que os valores espirituais que fui adquirindo com o estudo da Bíblia, ajudaram-me a respeitar e a apreciar a natureza cada vez mais. O primeiro capítulo de Gênesis, por exemplo, descreve que Deus criou as árvores, os animais e o homem. É natural que a criação de Deus seja harmoniosa em todos os sentidos. Por isso, o cuidado e a apreciação da natureza é algo inato a todos, como filhos de Deus. A presença de árvores e o bem que proporcionam ao ambiente ao seu redor fazem-me pensar em exemplos de conduta, tais como: beneficiar o próximo, expressar beleza de caráter, estabilidade de postura, constância de sinceridade, amabilidade nos relacionamentos, sabedoria nas decisões. E para atuar dessa maneira, é preciso saber que a orientação vem do Amor divino.
A Christian Science me proporciona uma visão espiritual sobre essa questão e ajuda-me a procurar horizontes mais vastos de atuação. Gosto de ler obras relacionadas à ecologia e ao meio-ambiente. Veio-me, então, a idéia de criar um projeto de um parque regional que congregue atividades de plantio e acompanhamento de espécies arbóreas de belas florações, associadas a lazer e educação e pesquisa ambiental, sensibilizando crianças e adultos a compreenderem e amarem a natureza, e em especial as árvores. Em certo sentido é um projeto pioneiro no Brasil e uma necessidade do momento. Atualmente, estou trabalhando para a sua implantação, e sinto que, desta forma, estou colaborando para que mais pessoas valorizem a natureza.
A presença das árvores e o bem que proporcionam ao ambiente ao seu redor fazem-me pensar em exemplos de conduta, tais como: beneficiar o próximo, expressar beleza de caráter, estabilidade de postura...
A Sra. Eddy escreveu: “A natureza inteira ensina o amor que Deus tem pelo homem...” (Ciência e Saúde, p. 326). Para mim, o fato de a árvore ser tão útil para a humanidade é também um exemplo de como Deus ama Seus filhos.
Jesus com suas ações trouxe muitos benefícios à humanidade. Ele, muitas vezes, tirou exemplos da natureza para ilustrar seus ensinamentos e tinha consciência de que a natureza criada por Deus é espiritual, por isso não há por que danificá-la ou destruí-la. Diz o relato bíblico que durante uma tempestade no mar da Galiléia, o Mestre dormia na popa de um pequeno barco que estava prestes a afundar. Os discípulos ficaram com medo e acordaram Jesus. E ele foi capaz de fazer com que o vento parasse, e cessasse a ameaça. O incidente mostra Jesus agindo com calma e firmeza, qual um grande carvalho a oferecer abrigo contra o vento.
Estudando essa passagem, vejo que eu também posso adotar a postura que Jesus tinha, essa mesma consciência de aprender as lições que a natureza nos proporciona e passála para outros. E o que me dá certeza de que posso fazer isso é a declaração de Jesus no evangelho de João (14:12): “...aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço...”
