“O conhecimento dos textos originais e a disposição de abandonar as crenças humanas (estabelecidas por hierarquias e instigadas às vezes pelas piores paixões dos homens), abrem o caminho para que a Ciência Cristã seja compreendida, e fazem da Bíblia o mapa náutico da vida, no qual estão assinaladas as bóias e as correntes curativas da Verdade” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p.24). No espírito dessas palavras de Mary Baker Eddy, oferecemos as seguintes anotações relativas às Lições Bíblicas deste mês, publicadas no Livrete Trimestral da Christian Science.
1 — 7 de dezembro
DEUS, A CAUSA ÚNICA E O ÚNICO CRIADOR
Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe, e faça resplandecer sobre nós o rosto. (Salmos 67:1)
A palavra “gracioso” tem o significado pouco usado de “generoso, benigno”. “Fazer resplandecer o rosto sobre alguém” é uma expressão do hebraico que significa “sorrir, mostrar-se satisfeito com alguém”.
Porventura, dentro em pouco não se converterá o Líbano em pomar, e o pomar não será tido por bosque? (Isaías 29:17)
No original, a palavra “pomar” é o nome próprio “Carmelo” que designa uma pequena cordilheira, a que a Bíblia se refere como Monte Carmelo, assim chamado justamente por ser cheio de pomares. O Líbano era conhecido por seus bosques. Assim sendo, o que o versículo diz é que o bosque (o Líbano) se transformará em pomar, e o pomar (o Monte Carmelo) se converterá em bosque. Com isso, o profeta indica a inversão de um estado aparente das coisas.
Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus... (2 Tim. 1:8)
Diz um comentarista que, através dos séculos, cada geração de cristãos enfrentou duas grandes tentações. Uma é a de tentar adaptar o cristianismo às opiniões correntes, de maneira a evitar atritos com o mundo (e por isso Paulo recomenda: “não te envergonhes do testemunho...); a outra tentação é a de considerar o sofrimento como se nele houvesse algum mérito próprio de santificação, ao passo que Paulo mostra que o eventual sofrimento deve ser apenas como participação no trabalho de divulgação do evangelho que ele havia feito “segundo o poder de Deus”.
8 — 14 de dezembro
DEUS, O PRESERVADOR DO HOMEM
O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra. (Salmos 34:7)
Davi escreveu o Salmo 34 após livrar-se de um perigo. Ele estava fugindo do rei Saul, que tinha ciúmes do seu sucesso, e havia ido parar na terra de Gate, cujo herói, o gigante Golias, ele havia derrotado e matado. Ali Davi sentiu grande medo de que o rei local o matasse por vingança. Teve então a idéia de um disfarce e o rei não o reconheceu (1 Samuel 21:10-15). Em júbilo, Davi celebra a proteção do Senhor.
...falava ainda na oração, quando o homem Gabriel, que eu tinha observado na minha visão ao princípio, veio rapidamente, voando, e me tocou à hora do sacrifício da tarde. (Daniel 9:21)
Gabriel é aqui chamado “homem” enquanto em outras passagens é chamado “anjo”, ou seja, “mensageiro”. O significado do nome Gabriel é “homem de Deus”. Nessa passagem bíblica, ele consola Daniel e explica-lhe o que estava acontecendo.
Por aquele tempo, mandou o rei Herodes prender alguns da igreja para os maltratar... (Atos 12:1)
A palavra “maltratar” tem um significado muito suave em relação ao original grego. Na realidade, tratouse de uma violenta perseguição, tanto que o apóstolo Tiago foi morto nessa ocasião.
15 – 21 de dezembro
É O UNIVERSO, INCLUSIVE O HOMEM, EVOLUÍDO PELA FORÇA ATÔMICA?
O Senhor desnudou o seu santo braço à vista de todas as nações; e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus. (Isaías 52:10)
A expressão “desnudar o braço” significa que Deus “manifestou, deixou claro, Seu poder”. O “braço do Senhor” aparece diversas vezes no Antigo Testamento para significar a força, o poder de Deus. Nota o comentarista que “todas as nações” serão beneficiadas pela “salvação do nosso Deus”.
Eu fiz a terra e criei nela o homem; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens. (Isaías 45:12)
Os hebreus usavam a palavra “exércitos” para designar os vários conjuntos de coisas nos céus (estrelas, cometas, fenômenos atmosféricos) e na terra (homens, animais, plantas), não como idéia de exércitos combatentes, mas como idéia de uma multidão ordenada e obediente, movendo-se em conjunto, sob as ordens de um só, isto é, Deus, o Senhor dos exércitos.
Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus... (Apoc. 19:1)
Nota o comentarista que a palavra traduzida como “multidão” designava um ajuntamento de pessoas comuns, não anjos, nem seres celestiais, mas realmente pessoas da terra. Isso reforça a compreensão de que essa realidade celestial é acessível a todos nós.
22 – 28 de dezembro
CHRISTIAN SCIENCE
...esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. (Jeremias 31:33)
A palavra original traduzida como “mente”, significa: “íntimo”. No Antigo Testamento, o coração é usado com o significado de mente e suas faculdades, memória, compreensão, idéias e, especialmente, decisões conscientes. Assim, o profeta estabelece um paralelo entre as leis gravadas na pedra, os Mandamentos, e a lei gravada no íntimo de cada um. Trata-se de uma nova aliança, baseada na regeneração, numa motivação e numa força interior para cumprir a lei.
Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhes os ensinamentos. (Lucas 10:39)
Na época, as mulheres não ficavam à mesa com os hóspedes. Elas apenas serviam, portanto, iam e vinham. Conforme era costumeiro, Jesus devia estar comendo, em sentido perpendicular à mesa, tendo os pés para trás. O Mestre falava com os comensais, e Maria queria ouvir mas, indo e vindo no serviço da mesa, não conseguia continuidade. Por isso que-dou-se aos pés, isto é, atrás de Jesus, ouvindo.
Bibliografia
The Interpreter’s Bible Bíblia de Estudo Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil Commentary on the Old and New Testaments, Jamieson, Fausset, and Brown
Dicionário do Strong’s Exhaustive Concordance of the Bible
John Gill’s Expositor
