Antes da faculdade não tive interesse em aprender computação. Quando comecei o curso de Engenharia Mecânica, em 1990, foi necessário adquirir um computador para elaboração de gráficos e desenhos técnicos. Fiz um curso de informática e eram 40 alunos por turma e a média era de 4 alunos por computador. Para o meu pai, professor e diretor de escola de ensino médio, não foi fácil aprender computação, mesmo sendo um homem que fala fluentemente português, alemão e inglês e tem noções de francês, italiano e latim. Foi um lento processo de aprendizado. Mas, sinto-me orgulhoso de dizer que meu pai não se deixou abater pelo “monstro” da tecnologia e hoje, aos 72 anos, navega bem pela Internet.
Quando terminei a faculdade, a Clarissa, minha esposa, estava grávida. Ela não tinha conseguido vaga na faculdade no Rio de Janeiro, e tinha o risco de perder a vaga na faculdade da sua cidade. Eu estava desanimado com meu trabalho e sem perspectivas de crescimento. Oramos para que Deus nos inspirasse a tomar a decisão correta. Minha esposa encontrou um trecho que foi muito apropriado: “...na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações. Conduziu-os pelo caminho direito para que fossem à cidade em que habitassem.” (Salmos 107:6, 7). Então, nos tranqüilizamos e sentimos que haveria um caminho claro e que teríamos um lugar para habitar, o nosso lar. Resolvemos nos mudar para São Leopodo, no Rio Grande do Sul.
Eu só conhecia a cidade como turista, pois visitava a Clarissa quando namorávamos, e se compará-la com o Rio de Janeiro, talvez ela seja metade da Barra da Tijuca, que é apenas um bairro. Eu estava habituado com um tipo de trabalho que aqui não é o convencional. Meu trabalho era de projetos de matrizes plásticas e plástico injetado. E aqui no Sul, na região de Novo Hamburgo e São Leopoldo, o calçado é o principal produto, por isso é comum o trabalho com couro, fivelas e metal. E eu cheguei com um conceito: “Como sou engenheiro mecânico, tenho de ganhar tanto por mês.” Com esse conceito errado, bati com a cara na porta algumas vezes. Distribuí alguns currículos, fui chamado para algumas entrevistas. Alguns se entristeciam ao saber que eu já era engenheiro formado, outros não estavam dispostos a pagar o que eu exigia. Fiquei um mês procurando emprego, sem sucesso. Em Porto Alegre, porém, durante uma entrevista, percebi que eu só tinha 50% do conhecimento necessário para aquela vaga. Minha oração mostrou-me que eu não estava valorizando respeitando nem o tempo dos outros nem o meu.
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