Alicia Zanella vive em Santa Catalina, um bairro de Montevidéu, Uruguai. Quando se mudou para essa vizinhança, grande parte da propriedade havia sido abandonada pelos donos e o município havia tomado posse dela. O governo cedeu a propriedade a novos residentes, digamos colonos, dispostos a construir sua própria moradia. Além da Sra. Zanella e outras pessoas obedientes à lei, estabeleceram-se ali também narcotraficantes e até um prostíbulo foi construído. Este artigo, escrito por Mari Milone, nos conta como a Sra. Zanella ajudou a trazer paz e harmonia à sua vizinhança.
Alicia é dona de casa. Uma heroína cuja luta diária consiste em assegurar que haverá pão na mesa para sua família, apesar das dificuldades econômicas de seu país. Praticamente sozinha, e com a maneira de orar que aprendeu ao ler Ciência e Saúde, ela conseguiu resultados decisivos na transformação de sua vizinhança. Alicia é modesta quanto a seu papel: “Deus fez a obra.”
Quando chegou a essa região de Montevidéu, Uruguai, havia só um terreno baldio, invadido por ervas daninhas e por ratos, mas com os esforços de todos os vizinhos, o local foi desbravado e limpo até que a propriedade de cada morador ficasse devidamente delimitada. No início, Alicia morou numa tenda com seu marido e quatro filhos, enquanto construíam a casa de seus sonhos. Mas, junto com as humildes casas dos trabalhadores, começaram a surgir narcotraficantes e ladrões. Até um prostíbulo foi construído bem ao lado da escola.
“Eu estava convencida de que Deus, que me havia guiado a esse lugar, se encarregaria de limpar o ambiente mental e de fazer dele um lugar em que eu pudesse criar meus filhos e netos.”
“Também entendi que devia amar e devia começar pelo lugar em que morava, então me dediquei a procurar as pequenas coisas pelas quais tinha de ser agradecida: as flores, os pássaros, as casinhas que estavam sendo construídas... cada vez mais numerosas e bonitas.”
No começo ela fazia denúncias à polícia quando meninas pequenas eram atacadas na saída da escola, mas as autoridades diziam que nada podiam fazer contra as gangues do local.
“Muitos vizinhos se reuniram para tentar resolver o problema, mas logo depois do primeiro encontro os delinqüentes machucaram uma de minhas filhas, como para nos avisar de que, se continuássemos tentando restringir a liberdade dos traficantes, o prejuízo seria ainda maior.”
“Você não tinha medo?” perguntei.
“Claro que sim, e ainda mais quando nos disseram que não devíamos dar parte à polícia, pois as casas dos informantes costumavam ser incendiadas, ou algo pior poderia ocorrer. Eu sentia muito medo por minha família e decidi orar. Eu já tinha visto muitas vezes o efeito da oração em minha vida. Por isso, sabia que poderia confiar em Deus para resolver esse problema.”
Assim que Alicia afirmou o que sabia a respeito de Deus, o ser totalmente justo e poderoso que não criou nem permite o mal, ela sentiu a necessidade premente de perdoar.
“Todas as vezes que me defrontava com uma das pessoas que eu sabia estar vendendo drogas em frente à escola, tentava vê-la da maneira que Deus a vê”, explica. “Lembrava-me de que todos são criados por Deus e são inocentes. Em realidade, então, não havia o que perdoar.
Uma passagem de Ciência e Saúde muito me ajudou nessa época: ‘Com um só Pai, isto é, Deus, toda a família humana consistiria de irmãos; e com uma Mente só, ou seja, Deus, ou o bem, a fraternidade dos homens consistiria de Amor e Verdade, e teria a unidade do Princípio e o poder espiritual que constituem a Ciência divina’ (pp. 469–470).
Também entendi que devia amar e devia começar pelo lugar em que morava, então me dediquei a procurar as pequenas coisas pelas quais tinha de ser agradecida: as flores, os pássaros, as casinhas que estavam sendo construídas... cada vez mais numerosas e bonitas. Mesmo quando cruzava com pessoas engajadas na prostituição, esforçava-me para reconhecer sua origem espiritual como filhos de Deus.
Foi muito difícil, mas aos poucos a situação começou a mudar. Um dia o prostíbulo fechou as portas e os residentes se foram. Os narcotraficantes desapareceram e nunca mais os vimos. O aspecto da escola melhorou, uma pequena igreja evangélica foi construída num dos quarteirões e o município edificou uma escola de ensino médio para que os jovens não tivessem de viajar para outros bairros para continuar seus estudos.
Quando a situação se tornara insuportável para uma de minhas vizinhas, eu recomendei a ela que orasse e ela acabou reconhecendo que só a oração pode ter operado as mudanças enormes que já estávamos vendo. Eu lhe dei Ciência e Saúde e ela me agradeceu com lágrimas nos olhos.”
Agora Alicia quer estabelecer uma casa para crianças que fugiram de casa ou foram abandonadas. Seu objetivo é afastar as crianças das ruas, com todas as suas tentações, para oferecer a elas um lugar cheio de amor e bons exemplos.
Esse artigo apareceu originalmente no site www.espiritualidad.com.
