A revolução digital avançou muito. Hoje, um pequeno aparelho telefônico tira fotos, traz notícias via Internet, filmes e músicas; é uma máquina completa para entretenimento.
Estamos na era da mobilidade e essa facilidade à mão, mantém a mente sempre ocupada, podendo causar agitação mental. Um aparelho que ajuda a informar; produz conhecimento, mas, não sabedoria.
Se essa busca por informações for incessante, pode causar ansiedade. Atentos a isso, médicos, psicanalistas e religiosos vêm alertando as pessoas sobre a necessidade de se aquietarem. Laurence Freeman, em seu livro Os Olhos do Coração — a Meditação na Tradição Cristã escreve: "Os ruídos distraem e impedem o efeito do silêncio: descobrir e aceitar a própria singularidade."
Parte da sociedade já despertou para esse fato e está determinada a construir sua estrutura mental e emocional para enfrentar, com segurança, os obstáculos do dia-a-dia.
Para o psicanalista Renato Mezan "é vital reservar um tempo para si mesmo e fazer aquilo que nos proporcione prazer, como meditar, ler um bom livro, levar o animal de estimação para passear ou fazer uma auto-análise em busca do autoconhecimento" (Veja 25/8/2004).
Essa procura pelo equilíbrio tem levado muitas pessoas à prática da meditação, antes identificada com as religiões orientais, mas hoje também exercitada por grupos esotéricos e alternativos.
A quietude é um estado mental pelo qual muitos aspiram e seu caminho pode ser através de ensinamentos religiosos ou terapias alternativas. "Essa tendência não é uma fuga, é a busca do equilíbrio — uma virtude imprescindível nesses tempos modernos" (B2B — Paz, Amor e Negócios 02/2004).
O cultivo e a prática de virtudes também contribuem para esse resultado e são recomendados por Tim Sanders, em seu livro O Amor é a Melhor Estratégia: "esse sentimento transformador (o amor), aplicado ao trabalho, é fundamental para o sucesso e realização profissional. Isso implica compartilhar, com inteligência e sensibilidade, os bens intangíveis que produzimos com os colegas."
Opções e práticas de reflexão que conduzem ao bem-estar beneficiam também crianças "que se sentem mais tranqüilas, melhoram o controle emocional, aumentam a concentração...", diz Mercedes de Paula Ferreira, Colégio Ítaca, Butantã, São Paulo (Revista da Folha, 26/9/04).
A primeira etapa da meditação é o encontro do silêncio, mas há um ponto mais elevado: o da percepção do sentido espiritual, que contém "intuição, esperança, fé, compreensão, fruição, realidade" (Ciência e Saúde, p. 298). O sentido espiritual abre o caminho para a compreensão de que Deus, o Princípio da harmonia, está sempre presente. Dessa forma, recupera-se o equilíbrio e é possível estabelecer a identidade espiritual de homens, mulheres, jovens e crianças, vivenciando o que Jesus ensinou: "O reino de Deus está dentro de vós" (Lucas 17:21).
