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Rei Davi

Ele encontrou a Deus em seus triunfos e suas derrotas

Da edição de outubro de 2004 dO Arauto da Ciência Cristã


Pode se dizer muito sobre uma pessoa pela maneira como ela lida com o bem e o mal em sua vida; o que fazem com os triunfos pessoais e como relatam seus fracassos. O rei Davi é um desses claros exemplos bíblicos, cuja experiência de vida às vezes era de bênçãos e alegria e outras vezes de abandono e tristeza. Mas, como ele enfrentava essas situações — a quem atribuía seus sucessos e como compensou suas deficiências — é que mostra quem ele era como pessoa.

A história de Davi começa de um modo simples. Davi, cujo nome significa amado em hebreu, era um jovem pastor de Belém (cidade onde mais tarde nasceria Jesus e passaria a ser o berço do cristianismo), que apareceu pela primeira vez em cena como "o receptor de uma importante promessa divina" (The Anchor Bible Dictionary (New York: Double-day, 1992, Vol. 2. p. 46), ao ser ungido secretamente pelo profeta Samuel, para suceder a Saul como o rei de Israel.

O jovem Davi foi levado à corte de Saul como músico. Tornou-se conhecido ao derrotar em uma única batalha um perigoso filisteu, o gigante chamado Golias. Apesar da sua falta de experiência, Davi não ficou intimidado e se ofereceu para lutar com Golias. Para os demais soldados que estavam ao seu lado, tremendo de medo, tal atitude era muito desconcertante. Mas houve outra surpresa: Davi recusou-se a usar armas de batalha. Ao invés disso, a arma de sua escolha foi uma funda e algumas pedras. Deu certo. Davi derrubou o poderoso gigante. Entretanto, mais importante do que sua própria vitória, foi o fato de que Davi confiou a Deus o seu sucesso sobre o que parecia impossível. Como ele disse para Golias antes de lançar a pedra: "Hoje mesmo, o Senhor te entregará nas minhas mãos... ...do Senhor é a guerra..." (1 Sam. 17:46-47) Como muitos, poderia ter dado o crédito de sua vitória a si mesmo, mas ele não o fez. Ele a atribuiu a Deus, mesmo antes de vencer.

Davi, contudo, não foi sempre um vencedor durante sua vida; e às vezes, ele deve ter-se perguntado se Deus realmente estava ao seu lado. Afinal de contas, ele passou muito tempo da sua vida fugindo e se escondendo de um Saul ciumento. Quando Saul não estava arremessando uma lança contra Davi (e nada parecia ajudálo, nem mesmo o fato de ser genro de Saul), estava freqüentemente planejando alguma outra forma de destruí-lo. Davi poderia ter agido da mesma maneira, senão pelo desejo, pelo menos por necessidade. Não que ele nunca tenha tido chance, pois teve, duas vezes. Mas, em nenhum momento preparou armadilhas.

Por quê? Poderia ter sido a sua oportunidade de se livrar do homem que há muito o perseguia. Não somente poderia ter colocado um ponto final nas ameaças a sua vida, mas também poderia ter sentido a satisfação de uma revanche. Mas, agiu de maneira diferente: "O Senhor me guarde de que eu estenda a mão contra o seu ungido" (1 Sam. 26:11) foi a explicação que usou. Em resumo, Davi sabia que um dia ocuparia o lugar de Saul, assim o que lhe restava fazer era "mostrar-se digno de ser um oficial do rei ungido" (Anchor Bible Dictionary Vol.2 p. 42), escolhendo não retribuir ódio com ódio. Davi seguia as regras da justiça, apesar de Saul não as seguir. Um verdadeiro desportista, poderíamos dizer. Melhor que isso, verdadeiramente humanitário (depois da morte de Saul, Davi tornou-se de fato rei de Judá e depois, de todo Israel).

Em outros momentos, o único inimigo que Davi teve que confrontar foi ele mesmo. Suas falhas pessoais, às vezes, fizeram dele um mau exemplo. Certa vez, quando tentou esconder um erro com outro mais sério, o seu mundo interior desabou. Após cometer adultério com sua bela vizinha Bate Seba e ao confirmar que esta esperava um filho seu, Davi sentiu que não teria outra escolha a não ser planejar a morte de Urias, marido de Bate Seba. Colocou, então, Urias na linha de frente de batalha, deixando-o exposto ao ataque do inimigo.

Após a morte de Urias, Davi só percebeu o mal que havia feito quando o profeta Natã o confrontou. Deve ter sido muito difícil, mas Davi humildemente admitiu sua culpa, e disse a Natã: "Pequei contra o Senhor" (2 Sam. 12:13). Sua oração dolorosa consta no Salmo 51, em que clama a Deus: "Cria em mim um coração puro" (Salmos. 51:10).

Embora o filho de Davi e Bate Seba não tenha sobrevivido, tempos depois tiveram um filho saudável, que se tornou o sucessor de Davi — Salomão, um rei que seria muito conhecido por sua sabedoria. Davi foi um dos antepassados de Jesus, o personagem mais famoso da Bíblia, conhecido por muitos como "filho de Davi".

Davi teve vitórias pessoais e também atravessou águas muito turbulentas. Ele tinha sua cota de culpa — que ele próprio enxergou. Mas, sua vitória sobre um incansável inimigo, os anos tumultuosos de sua vida e o remorso que sentiu após arquitetar a morte de outro homem, todas essas experiências aprofundaram sua humanidade porque fortaleceram sua confiança no Divino.

Muitas das experiências da vida de Davi aparecem nos livros de Samuel, Reis e Crônicas.

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