Desde muito pequeno, era atormentado por convulsões. Acordava no pé da cama e meu irmão me dizia que eu tinha tido convulsões durante a noite. No início, isso só acontecia uma ou duas vezes por ano. Quando tinha 12 anos, minha mãe me internou no Boston Children's Hospital (Hospital de Boston para Crianças). Passei por uma série de exames, mas não me foram dados tratamentos ou medicamentos e voltei para casa. A equipe do hospital não ofereceu nenhuma solução para o problema.
Quatro anos mais tarde, durante a terceira série do ensino médio, sofri convulsões em duas sextas-feiras seguidas, o que assustou meus professores e os outros alunos. Estava jogando basquete na ocasião e pediram que eu parasse de jogar por um tempo. Depois de algumas semanas comecei a jogar de novo. Semanas mais tarde, porém, em casa, num espaço de poucas horas, tive duas convulsões. Minha mãe, que era enfermeira, me internou no Massachusetts General Hospital (Hospital Geral de Massachusetts) para que eu novamente fosse examinado. A série de exames levou dois dias. Entretanto, mais uma vez, não recebi nenhum tratamento ou medicamento.
Minha mãe veio me buscar e, antes de receber alta, consultamos o médico-chefe que me disse que eu sofria de epilepsia. Depois acrescentou: "Não sabemos realmente o que fazer com você ou por você, mas achamos que a sua condição tem algo a ver com sua alimentação. Acreditamos que, se você seguir uma dieta especial e só comer o que for de fácil digestão, talvez possa levar uma vida um tanto quanto normal."
Eu estava ouvindo coisas que nunca ouvira antes. A praticista disse que, por eu ser à imagem e semelhança de Deus, minha inteireza não tinha falhas.
Agora, ao pensar naquela ocasião, as palavras: "um tanto quanto normal" me fizeram sentir como se tivesse recebido uma pena de prisão. Eu iria me formar dentro de um ano e, com aquela predição, não poderia tirar carteira de motorista, e nem mesmo conseguir um emprego.
A caminho de casa, minha mãe perguntou se eu gostaria de experimentar a Christian Science para curar aquela doença. Havia alguns anos ela se casara de novo e meu padrasto era Cientista Cristão. Eu sabia pouca coisa sobre a Christian Science. Já tinha visto as palavras em alguns livros em casa, mas não me diziam nada. No entanto, disse à minha mãe: “Eu quero tentar qualquer coisa. Não tenho nada a perder." Os médicos muito prestativos, de dois hospitais diferentes, não me haviam podido oferecer uma solução e eu queria um futuro melhor do que aquele que eles podiam me prometer.
Mamãe marcou uma consulta com uma praticista da Christian Science e fomos de carro até Swampscott, ao norte de Boston, para vê-la em sua casa. Enquanto conversava com a praticista, ela me disse algo que eu nunca ouvira antes: que Deus me criara à Sua própria imagem e semelhança, como diz a Bíblia. Lembro-me dela, sentada à minha frente, orando em voz alta. Eu estava ouvindo coisas que nunca ouvira antes. Ela disse que, por eu ser criado à imagem e semelhança de Deus, minha inteireza não tinha falhas. Lembro que me senti, pela primeira vez, completamente ciente da presença de Deus em minha vida, uma compreensão totalmente nova do meu relacionamento com Deus e do cuidado dEle por mim.
Ela também citou, da Bíblia, uma afirmação que Jesus fez a seus discípulos: "...Por isso, eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer..." (Lucas 12:22). Suas palavras, muitas vezes são compreendidas como uma advertência para não nos preocuparmos em saber de onde virá nossa próxima refeição; porém, instante, a praticista estava me mostrando que a comida não tinha a capacidade de afetar o meu bem-estar enquanto filho de Deus. Suponho que, antes dessa visita, minha mãe tenha contado à praticista o veredicto médico que me fora pronunciado.
Essa bondosa senhora também leu para mim o Salmo 91 da Bíblia. Disse que eu deveria aprendê-lo de cor e repeti-lo todos os dias. Assim o fiz e achei que se tratava de uma mensagem maravilhosa (como acho até hoje), uma mensagem que me assegurava a presença de Deus em toda e qualquer circunstância. A praticista também sugeriu que eu começasse a assistir à Escola Dominical da Christian Science e foi o que fiz.
As idéias que discutimos na Escola Dominical, tiradas da Bíblia e do livro-texto de Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, me pareceram muito lógicas. A Sra. Eddy insiste em que nossa vida não está na matéria, porque Deus é Espírito e o Espírito é nosso Criador. Na realidade, somos espirituais e não materiais. A cura espiritual é o despertar para a realidade de quem somos, isto é, a imagem e semelhança de Deus, que foi exatamente o conceito que a praticista me ofereceu em seu tratamento e oração de cura.
Aquela única visita à praticista e seu tratamento de uma única oração, foi tudo de que precisei. Fiquei completamente curado da epilepsia. As convulsões nunca voltaram e isso aconteceu em 1932, por isso creio que posso dizer com convicção que minha cura foi permanente!
