Quando começou a raiar o dia, ouvi nosso cão Laddie, um pastor escocês, ganindo mansamente na porta da frente. "Provavelmente deve ser algum alce pastando lá fora, bem cedo, no gramado da frente", pensei. Não era inusitado ver, ocasionalmente, em nossa casa nas montanhas, um urso, às vezes um leão montês, um coiote ou um cervo. Mas, quando fui até a porta, percebi que o cachorro estava vendo através do vidro uma cena com a qual nunca havia se deparado antes.
Cerca de uma dúzia de ovelhas haviam vagueado pelo nosso terreno e acabaram entrando no gramado da frente. Deixei o cão sair só para ver o que ele faria. Ele sabia respeitar os animais selvagens. O que ele iria pensar sobre esse animal completamente diferente? Não houve nenhuma hesitação. Ele começou a pastorear esse pequeno rebanho de volta para a estrada. Em seguida, retornou para buscar um carneirinho que ficara preso atrás da cerca, empurrando-o gentilmente até que todas as ovelhas se ajuntaram e seguiram novamente seu caminho.
Algumas pessoas chamariam as atitudes do cão de instinto natural. De certa forma, isso é verdade. Mas acredito que exista algo muito mais elevado nessa atitude. Sua tendência em pastorear aquelas ovelhas representava o símbolo de um talento que todos nós temos. Um sinal de intuição espiritual que talvez possamos descrever como um senso interior de conduzir, guiar, proteger, alimentar e que pode ser expresso de várias formas. Tais qualidades não são incomuns aos pastores, bem como aos cães que costumam utilizar nesse ofício.
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