Se você acha estranho acreditar que o estudo profundo, a oração e o crescimento espiritual na Ciência Cristã trazem alegria, bem, considere isto: Acaso não nos enche de profunda alegria começar a compreender e a comprovar as infinitas possibilidades de se vencer as limitações e as desarmonias da matéria? Não é inspirador provar, passo a passo, que a matéria, com todas as suas alegações presunçosas de que é a verdadeira substância, não é o que parece ser? Mary Baker Eddy descreveu um período de profundo estudo, depois que descobriu a Ciência Cristã. Ela pesquisou a Bíblia para descobrir mais sobre o que estava por trás da cura significativa que havia vivenciado na ocasião. Ela escreveu: “A pesquisa foi doce, calma e animada pela esperança, não apegada ao ego, nem deprimente” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 109).
Cristo Jesus, que falou inúmeras vezes a respeito da alegria, caminhou sobre as águas, ressuscitou mortos, alimentou as multidões e então, ele mesmo ressurgiu do túmulo, para depois ascender. Devido a seu grande amor, e como garantia àqueles dispostos a segui-lo, ele disse: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará...” (João 14:12).
Embora certamente ainda tenhamos de crescer muito espiritualmente, antes de estarmos prontos para caminhar sobre as águas, é bom realmente crescermos em graça para alcançar esse tipo de elevação espiritual. Não é esse exatamente o ponto que sustenta os ensinamentos de Jesus, isto é, provar que Deus é Tudo e que a matéria não é a realidade do existir?
Então, por onde podemos começar? Ou melhor, como é que podemos crescer espiritualmente para realizar as obras sobre as quais Jesus falou? Como Cientistas Cristãos, pode ser que, por meio da cura, já estejamos demonstrando muitas das verdades a respeito da realidade espiritual, mas para compreender plenamente o reino dos céus, que está dentro de nós, todos temos de aprender mais sobre o Amor divino.
Uma maneira de percebermos mais constantemente o que significa amar a Deus e sentir o amor dEle é conhecer melhor a Bíblia. Quando a estudamos e com ela oramos mais profundamente, os personagens da Bíblia e suas lições espirituais se tornam nossos amigos. Isso tem um efeito que eleva nosso pensamento, inspirando-nos e despertando nosso senso espiritual para que sintamos as maiores alegrias do Amor divino. Existem ocasiões em que eu realmente sinto como se estivesse ali mesmo com Cristo Jesus, sendo ensinada por ele; isso porque seus ensinamentos são atemporais e não estão sujeitos a restrições materiais ou limitados por elas. Seus ensinamentos, tais como o Sermão do Monte (ver Mateus 5-7), nos colocam no caminho da vida eterna. Jesus guia seus seguidores a se livrarem de traços da mentalidade carnal, tais como, inveja, ciúme e dureza de coração, e a substituí-los pela expressão genuína de amor espiritual, substituí-los pelo perdão, pela honestidade e humildade. Em outras palavras, ele nos leva a buscar essa compreensão mais elevada a respeito de Deus, a qual resulta na regeneração espiritual do pensamento. Essa “nova” consciência, mais semelhante ao Cristo, resplandece e nos torna melhores sanadores cristãos, amigos e colegas de trabalho.
Naturalmente, além de estudar a Bíblia com dedicação, devemos também estudar os escritos de Mary Baker Eddy. À medida que conhecemos esses livros mais profundamente, o materialismo começa a desmoronar no pensamento, o que nos permite sentir a luz da presença do Amor de uma maneira mais poderosa.
Mas talvez nos perguntemos: “seria realmente possível, nesta época materialista, fazer as obras que Jesus disse que deveríamos fazer”? A Sra. Eddy aborda essa questão no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, no qual ela escreve: “Se aquelas maravilhas não se repetem com mais frequência hoje, não é tanto pela falta de desejo, mas pela falta de crescimento espiritual” (p. 243).
Jesus sabia o quão importante era estar um tempo a sós com Deus. A Bíblia nos diz que, às vezes, ele passava toda a noite em oração e depois descia do topo do monte e curava as multidões (ver Lucas 6:12-19). Nós também podemos aprender a passar mais tempo em oração “no topo do monte”. Ao confiarmos em que Deus nos proverá as oportunidades diárias para termos momentos tranquilos de oração, veremos o caminho se abrindo para encontrarmos e utilizarmos esses momentos. Por exemplo, começar nosso dia em comunhão com Deus traz um senso maior de paz, estabilidade e força para lidar com os acontecimentos do dia.
Quando nos dedicamos a estar diariamente em comunhão com Deus, nós nos tornamos mais confiantes na cura, porque estamos cultivando uma compreensão mais elevada de que somos um com Deus. Essa compreensão a respeito de nossa unidade com Deus é muito importante para nosso trabalho de cura. Jesus disse: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30) e “Eu nada posso fazer de mim mesmo” (João 5:30). Nós podemos reivindicar constantemente que refletimos a una e única Mente divina, durante todo o dia. Esse tipo de oração incessante nos proporciona um discernimento mais profundo da realidade espiritual e, conforme a Sra. Eddy diz em Ciência e Saúde: “Familiarizar-nos com a Ciência do existir nos habilita a estar em comunhão mais completa com a Mente divina, a prever e predizer acontecimentos concernentes ao bem-estar universal, a ser divinamente inspirados — isto é, a alcançar a amplitude da Mente sem limites” (p. 84).
Nós confiamos naquilo que conhecemos. O tempo que passamos orando em comunhão com Deus nos permite reconhecer e ter um senso mais tangível de que Deus nos ama e também de O amarmos mais. Vamos mais além do “conhecimento” intelectual de que Deus nos ama e de que nós amamos a Deus. Ter a letra da Ciência Cristã sem o espírito pode nos fazer sentir indiferentes, incuráveis ou sem alegria. Mas conhecer a Deus com um coração receptivo, comungando com Ele em oração, torna mais fácil viver o espírito e não apenas conhecer a letra. A Sra. Eddy diz: “Estuda a fundo a letra e embebe-te do espírito” (Ciência e Saúde, p. 495). Quando nos sentimos imbuídos de amor espiritual, nós naturalmente o irradiamos aos outros. Esse é um dos aspectos da alegria de crescer espiritualmente.
Todavia, os sentidos materiais e seu senso limitado da existência podem tentar nos convencer de que não temos tempo para ficar em oração, por meio de argumentos como: “Eu tenho um emprego”; “Preciso pegar as crianças na escola”; “Tenho de postar aquelas fotos na mídia social”! Deus trabalha na eternidade, não no tempo. Ao colocar em prática o Primeiro Mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3), descobrimos que as coisas do mundo começam a se adequar à nossa prioridade essencial de conhecer melhor a Deus. Moisés é um exemplo do que significa conhecer profundamente a Deus, porque a Bíblia nos conta que Deus falava com Moisés como qualquer homem fala a um amigo (ver Êxodo 33:11).
À medida que obtemos novas concepções acerca de Deus e do homem, aprendemos a linguagem do Espírito. Quando conhecemos melhor a Deus, nos tornamos mais fluentes nessa linguagem espiritual. Constatamos que estamos pensando e reconhecendo com mais facilidade as ideias espirituais que provêm de Deus; que estamos vendo a nós mesmos como o reflexo perfeito de Deus; que estamos rechaçando com mais naturalidade os conceitos errôneos de que o homem é doente, pecador e moribundo. Quando vivemos nessa altitude mais elevada do Amor divino, nossa experiência diária perde parte do aparente dualismo da existência material; o Espírito se torna mais real em nosso pensamento. Um dos efeitos dessa mudança de pensamento ou regeneração é que vivenciamos coisas maravilhosas. A tagarelice que nos cerca, algumas vezes desagradável e insensata, passa a nos afetar menos. Expressamos mais paciência, amor e criticamos menos os outros. Começamos a viver o amor do Cristo. Existe uma liberdade incrível nesse tipo de crescimento espiritual. Nossos pensamentos estão mais constantemente em paz porque estamos tendo pensamentos mais divinos, pensamentos celestiais. Esses pensamentos celestiais são reflexos da Alma e de sua harmonia, e eles trazem cura para nós mesmos, aos outros e ao mundo.
A Sra. Eddy desejava que todos os seus alunos tivessem esse tipo de liberdade. Ela diz em Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896: “Uma coisa tenho desejado com fervor e, de novo, a peço sinceramente, a saber, que os Cientistas Cristãos, aqui e em toda parte, orem diariamente em favor de si mesmos; não verbalmente, nem de joelhos, mas mental, humilde e importunadamente” (p. 127).
Quando passamos mais tempo em oração, constatamos que estamos sempre prontos para “desempenhar nossa função de sanador”, independentemente do que estejamos fazendo, isto é, estamos prontos para curar, para sermos “perseverantes na oração” (ver Romanos 12:12). Nós nos tornamos mais perspicazes e temos mais pensamentos espirituais que nos dão respostas para vencer problemas que podem parecer insolúveis ou insuperáveis.
Apenas imagine o quanto esse tipo de crescimento pode ajudar um mundo em tamanha necessidade de iluminação espiritual. Sim, para tornarmos o estudo da Ciência Cristã uma prioridade, precisamos ter disciplina! Todavia, posso dizer por experiência própria que, quanto mais provamos dessa fonte da realidade espiritual por meio da oração e do estudo, mais desejamos conhecê-la e buscá-la. A realidade espiritual consiste no despontar das ideias infinitas de Deus dentro da consciência. “À medida que os mortais alcançam perspectivas mais corretas a respeito de Deus e do homem, inumeráveis objetos da criação, que antes eram invisíveis, se tornam visíveis” (Ciência e Saúde, p. 264). Creio que o esforço por encontrar a verdadeira substância da vida seja algo que podemos desfrutar. O melhor que os sentidos materiais limitados têm a oferecer nunca poderia, nem de longe, competir com o aprendizado do que a verdadeira realidade é.
Estudar nosso valioso Pastor, a Bíblia Sagrada e Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, nos ajuda em nossa jornada e nos leva a vivenciar maior alegria na oração. Sentir de maneira verdadeiramente inspirada a presença e o poder do Amor pode se tornar normal para nós, porque a presença e o poder do Amor não podem ser interrompidos. Se tivermos pensamentos do tipo: “Não consigo sentir o amor de Deus”, não devemos desistir, mas persistir! É inevitável que o senso errôneo de obstrução material ceda à presença palpável do Amor divino. Mesmo que a alegria pareça diminuir durante um momento difícil, ela pode reacender ao nos volvermos genuinamente ao Amor divino.
Um exemplo do efeito do crescimento espiritual aconteceu durante uma ocasião em que eu estava orando e aprendendo mais a respeito do que significa ceder à Mente única, Deus, a ter “uma única Mente”. Eu estava fazendo uma tarefa doméstica, quando, de repente, tive uma inspiração sobre a irrealidade de um caroço que estava crescendo embaixo do meu braço e que estava me incomodando. Naquele instante, pude sentir o poder espiritual, e de imediato o caroço começou a se dissolver. Em dois dias havia desaparecido por completo.
Por meio de muitas outras curas, aprendi que eu ouço a Deus quando silencio o medo causado pelos sentidos materiais. Jesus nos disse claramente: “Não temas” (Marcos 5:36). E no capítulo de Ciência e Saúde, intitulado “A prática da Ciência Cristã”, a Sra. Eddy deixa claro que dissipar o medo é um requisito para a cura. Às vezes, podemos simplesmente ficar em silêncio e nos volver de todo o coração a Deus e, assim, silenciar o medo. O medo não pertence a nós. Ele é uma imposição dos sentidos materiais e se dissipa quando aceitamos o Amor divino.
Para mim, foi uma enorme alegria ter conhecido a Ciência Cristã! A oração profunda e o estudo se tornaram de imediato uma prioridade, e esse desejo me levou a dar os passos para entrar na prática da cura em tempo integral. Todos os dias sou muito grata pelo fato de essa ser a maneira como passo os meus dias! Afinal, considere o que temos pela frente! Acaso não é uma alegria pensarmos nas infinitas possibilidades de praticarmos a cura pela Ciência Cristã e de começarmos a comprová-las?
Tradução do original em inglês publicado na edição de junho de 2016 de The Christian Science Journal.
