Fui criado na religião cristã, mas, como muitos africanos, cresci em um ambiente onde a cultura e a tradição exercem forte influência nas crenças da população. Antes de começar a ler e a descobrir a Bíblia em profundidade, eu adorava os ancestrais e achava que meus bisavós, que faleceram antes de eu nascer, podiam tomar decisões boas e más a meu respeito.
Alguns anos depois, quando comecei a questionar a solidez dessa tradição, tive o desejo de conhecer melhor os ensinamentos da Bíblia. Assim, comecei a frequentar os cultos dominicais de uma igreja cristã e a seguir as recomendações da Palavra da Bíblia.
Certo dia, tomei a decisão de sair do meu país natal, Camarões, porque minha família e eu estávamos passando por uma situação social difícil. Tive de me mudar na esperança de encontrar um emprego melhor em outro lugar, para poder sustentar a família.
Quando cheguei à Mauritânia, um país onde a maioria da população não é cristã, entrei rapidamente em contato com a comunidade cristã da capital, Nouakchott. Ali moram muitos estrangeiros e, quando comecei a conhecer essas pessoas, uma delas, da República Democrática do Congo, me ofereceu um exemplar da edição em francês dO Arauto da Ciência Cristã. Essa era a primeira vez que eu lia uma revista sobre espiritualidade, e logo fiquei interessado. Sem demora, escrevi para A Igreja Mãe em Boston para obter mais informações sobre a Ciência Cristã e encomendei um exemplar (em francês) do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy.
Depois de ler cuidadosamente o livro, o capítulo intitulado “A Ciência Cristã frente ao espiritualismo” chamou minha atenção. Na introdução a esse capítulo, Mary Baker Eddy nos lembra desta declaração bíblica: “Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu Deus? — Isaías [8:19]” (p. 70). Identifiquei-me bastante com os ensinamentos desse capítulo, e eles me despertaram daquilo que eu costumava acreditar no passado.
Hoje, sou um novo homem graças aos ensinamentos da Reverenda Mary Baker Eddy. Agradeço a Deus por me proporcionar sabedoria e graça.
Desde que fui apresentado à Ciência Cristã, fui curado várias vezes por meio da oração, e a última cura ocorreu em setembro de 2015, depois de eu ter sido atropelado por um carro. O carro não estava correndo muito, mas o motorista não estava prestando atenção porque estava conversando com um dos passageiros. Ele só se deu conta do que acontecera quando as outras pessoas no carro começaram a gritar para fazê-lo entender que havia atropelado alguém.
Quando me levantei, vi que eu havia sofrido apenas alguns pequenos arranhões nos braços. O motorista se ofereceu para me levar ao hospital a fim de nos certificarmos de que tudo estava bem. Como naquele momento eu não sentia nenhuma dor e estava com pressa, agradeci-lhe e respondi que, apesar do impacto, eu me sentia bem, e segui meu caminho.
Uma semana depois, comecei a sentir dores esporádicas no tornozelo direito. Depois de um mês, a dor piorou e se tornou praticamente constante. Então, lembrei-me de que o tornozelo havia batido no asfalto quando fui atropelado.
Imediatamente, pensei nas curas que havia vivenciado; a primeira foi de enxaqueca, sete anos antes; a segunda de dor na coluna, não fazia muito tempo. Então, li esta passagem: “...não há dor na Verdade, e não há verdade na dor; não há nervo na Mente, e não há mente no nervo; não há matéria na Mente, e não há mente na matéria; não há matéria na Vida, e não há vida na matéria; não existe matéria no bem, e não existe o bem na matéria” (Ciência e Saúde, p. 113). Orei com as ideias desse trecho e o sofrimento desapareceu completamente em poucas horas. Levantei-me na manhã seguinte sem nenhuma dor no tornozelo direito, e ela não voltou mais.
Encontrar a Ciência Cristã foi tão importante para mim. Agradeço a Deus e expresso minha gratidão pela Ciência Cristã, que destrói as crenças materiais por meio da compreensão a respeito do Espírito.
Abel Kamano, Nouakchott
Original em francês
