Durante um treinamento de acrobacias, torci o tornozelo ao cair com o pé na borda do tablado. Isso já havia acontecido várias vezes antes. Senti forte dor na perna e imediatamente fiquei preocupado e irritado comigo mesmo. Vieram-me pensamentos agressivos, tais como: “Por que você não teve mais cuidado”? “A culpa é toda sua!” e “mais uma vez você não poderá treinar por algumas semanas.”
Ninguém havia notado o ocorrido. Tentando chamar o menos possível a atenção, e a fim de orar sobre o problema, fui ao vestiário. Comecei a acalmar o medo e a rechaçar os pensamentos errôneos. Lembrei-me de uma pergunta que Mary Baker Eddy faz no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Mas por que deveríamos ficar apavorados ante o nada?” (p. 563).
Quando cheguei ao vestiário, sentei-me e orei com essa ideia. Declarei que a substância é espiritual. O homem é uma ideia espiritual, e as ideias espirituais não podem sofrer lesões nem ser destruídas. As ideias dependem de sua fonte, a Mente divina, Deus, e visto que a Mente não muda, as ideias também não mudam. Portanto, é científico dizer: “Nada aconteceu”, porque a Mente nunca mudou.
Veio-me também o pensamento de que o Princípio divino, outro nome para Deus, inclui a ordem harmoniosa e nada nem ninguém jamais pode cair dessa ordem harmoniosa estabelecida pelo Princípio ou dar um passo em falso. Isso era precisamente o que o erro estava alegando, isto é, que eu havia dado um passo em falso e dobrado o tornozelo na direção errada. Percebi que o erro estava realmente sugerindo que o Princípio divino não controlava tudo. Isso era claramente uma mentira, visto que o Princípio é infinito e não há nenhum lugar e nenhum momento em que o Princípio não esteja presente e no controle de tudo.
Mesmo assim, ainda me vinha ao pensamento a sugestão de que eu não poderia treinar por pelo menos quatro semanas (conforme já havia acontecido no passado com esse tipo de lesão) e a sugestão de que, mesmo depois de todo esse tempo sem treinar, eu não conseguiria colocar todo o peso do corpo sobre o pé que fora lesionado. Mas então me lembrei de uma percepção espiritual muito clara que obtivera durante o Curso Primário de Ciência Cristã: Em realidade existe somente um “agora”, e o tempo é apenas uma medida finita, que não tem existência alguma. De repente, a crença de que a cura era um processo que envolve o tempo me pareceu infantil, e tive de rir. Em tom de brincadeira, perguntei-me: “Quantos ‘agoras’ cabem em quatro semanas”?
O último obstáculo para a cura era a crença de que o acidente havia acontecido por culpa minha e que eu merecia não treinar por algum tempo, ainda que eu gostasse tanto de acrobacia. Declarei que a única fonte do movimento é a Mente (ver Ciência e Saúde, p. 283), que cada um de meus movimentos expressa a harmonia e que essa harmonia não pode ser interrompida. Não há nada de errado em praticar exercícios acrobáticos. Pelo contrário, é meu propósito expressar a Deus em tudo o que faço. Portanto, raciocinei, não sou culpado de nada.
Quando me levantei, percebi que a dor havia desvanecido completamente. Tentei torcer e girar o pé em todas as direções e tudo estava bem. Depois de aproximadamente dez minutos, voltei para o ginásio de esportes. Veio-me o pensamento de que talvez eu devesse ir com calma e não começar a fazer os exercícios imediatamente. Detectei, contudo, a alegação do erro de que eu deveria continuar a ter medo, pois, apesar de tudo, um acidente havia de fato acontecido. Afirmei mentalmente que, em realidade, nada de perigoso havia acontecido. Comecei a praticar uma pirueta completa no ar terminando com um salto mortal de costas, um movimento que, de acordo com a opinião humana, coloca muita pressão no tornozelo, mas que desempenhei sem nenhum problema. Nos dois ou três dias seguintes, sempre que pensamentos de medo tentavam retornar, eu os rejeitava afirmando com convicção que nada de desarmonioso poderia acontecer no reino de Deus.
A cura foi completa e não tive mais nenhum problema com o tornozelo. Sou muito grato pela Ciência Cristã. Posso imaginar os inúmeros desafios que Mary Baker Eddy teve de vencer para nos trazer a Ciência Cristã.
