Flutuações na economia, mudanças inesperadas nos mercados, algumas profissões tornando-se obsoletas enquanto outras exigem novas habilidades e recursos — todas essas situações apresentam apenas parte do cenário complicado de circunstâncias que hoje parecem dar fundamento à incerteza, em nível individual, nacional e global.
Mas será que existe uma fonte segura de suprimento, um recurso inexaurível, ao qual podemos recorrer e que nunca se esgotará ou se tornará obsoleto? Podemos hoje encontrar um fundamento seguro para a vida, a felicidade e o progresso contínuo?
Felizmente, a resposta é um sonoro sim! Esse recurso provém daquilo que pode parecer, a princípio, uma fonte inesperada: a natureza espiritual do homem e seu relacionamento inquebrantável com Deus, que os ensinamentos da Bíblia e da Ciência Cristã revelam que é a fonte de todo o bem.
A Bíblia está repleta de exemplos que nos asseguram do terno amor de Deus e de Seu cuidado, que cinge toda a Sua criação espiritual. “Abres a mão e satisfazes de benevolência a todo vivente”, diz o Salmista (Salmos 145:16). É inerente à natureza de Deus, o Amor infinito, que é o Criador e Governador de todos, governar com segurança e sabedoria a atividade do homem, e, ao fazer isso, proporcionar abundante provisão para satisfazer às necessidades de Seus filhos.
Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, o livro-texto da Ciência Cristã, de Mary Baker Eddy, declara: “O Espírito alimenta e veste devidamente cada objeto, à medida que aparece na ordem da criação espiritual, expressando assim ternamente a paternidade e a maternidade de Deus” (p. 507). O livro-texto também explica: “A Mente divina sustenta a sublimidade, a magnitude e a infinitude da criação espiritual” (p. 511).
Se Deus é realmente todo o poder, toda a presença e o fundamento de toda a Ciência ou verdadeiro conhecimento, como a Ciência Cristã ensina que Ele é, e se Sua perfeição e excelência são refletidas em todos os momentos por Sua criação, então nem Deus nem o homem podem ser tocados ou limitados por crises econômicas, por flutuações na economia, pelo passado, por opiniões humanas, conexões materiais nem por nenhum dos inúmeros fatores humanos que talvez pareçam determinar nosso êxito ou fracasso econômico.
Cristo Jesus veio para ensinar e demonstrar essas verdades espirituais. Os Evangelhos estão cheios de exemplos que mostram que Jesus não dava crédito às chamadas leis materiais e que ele demonstrava o cuidado e a provisão abundante que Deus proporciona para todos os Seus filhos.
Hoje, a Ciência Cristã nos capacita a compreender e a demonstrar a terna provisão e o terno cuidado de Deus mediante o Cristo eterno, compreendido como sendo a ação e a presença de Deus, e que vem para trazer salvação para a humanidade. Em Rudimentos da Ciência Divina, Mary Baker Eddy, a Descobridora desta Ciência do Cristianismo, faz uma importante pergunta e em seguida a responde: “Como é que a senhora definiria a Ciência Cristã?
“Como a lei de Deus, a lei do bem, que interpreta e demonstra o Princípio divino e o governo da harmonia universal” (p. 1).
Por reflexo, tenho tanta riqueza hoje como sempre tive, e a fonte dessa riqueza é o Amor infinito, imutável e eterno.
Visto que Deus é o Espírito e o homem é Sua imagem e semelhança, a própria substância do existir do homem é o Espírito, não a matéria. O suprimento do homem não tem sua fonte na matéria ou em circunstâncias materiais e, portanto, não pode estar limitado nem demarcado por ela. Ao contrário, esse suprimento tem sua fonte no próprio Deus e é mantido em sua infinita plenitude pela lei de Deus. Portanto, o suprimento do homem não pode se esgotar, assim como Deus, a fonte da infinita substância espiritual, não pode se exaurir.
Uma vez que Deus é o bem infinito, o bem nunca pode faltar. A aparente falta do bem é apenas a falta de compreensão a respeito das verdades espirituais que revelam que o bem está sempre presente e é inexaurível.
O profeta Amós ensinou uma verdade importante a respeito da fome, ao dizer que não é: “[fome] de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor” (Amós 8:11). Quando há falta ou necessidade, compreender melhor a verdade espiritual suprirá essa necessidade.
Aqui está um exemplo: Certa vez, soube de maneira inesperada que alguns de meus recursos financeiros haviam diminuído substancialmente. Isso me perturbou muito, e passei a noite me revirando na cama.
Um dia, pouco tempo depois, senti uma nítida mudança em minha boca. Olhei no espelho e percebi que meus dentes e gengivas haviam se deteriorado subitamente. Aquele não era um cenário bonito de se ver. Fechei a boca, determinada a não olhar novamente para ela até que eu tivesse resolvido esse problema pela Ciência Cristã. Soube de imediato que o medo de que meu suprimento, ou substância, se deteriorasse era a fonte desse problema.
Quando comecei a orar, ponderei sobre a verdade espiritual deste versículo: “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém...” (Salmos 24:1). Ocorreu-me que, se a terra pertence ao Senhor, então Deus deve ser o possuidor de toda a verdadeira riqueza, e que o homem só a possui por reflexo; ele reflete todo o bem, que é Deus, ao cumprir seu sagrado propósito. Como nos diz Ciência e Saúde, o homem “...é a ideia de Deus, ideia composta que inclui todas as ideias corretas; ...é o que não possui vida, inteligência, nem poder criador próprios, mas reflete espiritualmente tudo o que pertence a seu Criador” (p. 475).
Ao ponderar sobre essas profundas verdades espirituais, compreendi que naquele dia eu tinha acesso à mesma riqueza infinita que eu tinha antes de receber a notícia sobre a diminuição de meus recursos financeiros. De fato, raciocinei, por reflexo tenho tanta riqueza hoje como sempre tive, e a fonte dessa riqueza é o Amor infinito, imutável e eterno. Veio-me então ao pensamento: “Ora, nada mudou”!
Durante esse período, embora eu escovasse os dentes, não ficava examinando no espelho como estavam os dentes e a boca. Eu estava determinada, durante o processo da cura, a ser obediente ao ensinamento da Bíblia e da Ciência Cristã, como explica esta passagem de Ciência e Saúde: “...o Cientista Cristão cuida melhor do corpo quanto mais o deixa fora do pensamento e, como o Apóstolo Paulo, prefere ‘deixar o corpo e habitar com o Senhor’ ” (p. 383).
Eu adiei uma consulta que havia marcado com meu dentista para fazer uma limpeza dental. Quando adquiri a certeza de que a natureza da minha substância espiritual é imutável, marquei uma nova consulta para fazer a limpeza dos dentes. Depois que o assistente do dentista os limpou, o próprio dentista veio examinar minha boca. Fiquei muito atenta para ouvir o que ele diria depois de examiná-los. Estas foram suas palavras: “Nada mudou”! A cura ficou assim comprovada. Minha maior bênção foi a compreensão mais elevada que resultou dessa cura, a de que a substância espiritual é inexaurível. Da provisão que meu marido e eu vivenciamos depois constavam fundos provenientes de uma fonte inesperada, os quais se tornaram disponíveis para nós pouco depois dessa cura.
Recursos abundantes nunca poderiam faltar para apoiar a atividade e o propósito corretos, direcionados por Deus. Respostas e soluções a perguntas e preocupações relacionadas a suprimento sempre surgem quando compreendemos melhor nosso relacionamento inquebrantável com Deus; quando compreendemos melhor a natureza pura e eterna de Deus, que é o bem imutável, o Amor divino; quando compreendemos melhor a individualidade espiritual e imaculada do homem, a imagem e semelhança de Deus, para sempre um com a fonte divina de todo o existir e da felicidade. Conforme esta orientação bíblica: “Reconcilia-te, pois, com ele e tem paz, e assim te sobrevirá o bem” (Jó 22:21).
Tradução do original em inglês publicado na edição de novembro de 2016 de The Christian Science Journal.
    