Há algum tempo, eu estava morando com uma família em um país bem distante do meu, quando houve um surto de cólera. Esse era o tópico principal dos noticiários e, como se pensava que a água contaminada fosse responsável pela disseminação da doença, a família com quem eu estava morando seguiu todas as recomendações de higiene. No entanto, fiquei muito doente, com os sintomas descritos na mídia, e acabei confinada à minha cama.
A dona da casa veio até minha cabeceira, extremamente preocupada. Disse que nunca vira amigo ou hóspede ficar assim tão doente e achava que eu deveria ir para o hospital. Agradeci o cuidado amoroso e perguntei se ela poderia ligar para uma Praticista da Ciência Cristã daquela cidade. Eu não conhecia a praticista pessoalmente, mas encontrei seu telefone na Lista de Endereços em um exemplar do The Christian Science Journal que eu tinha comigo. Eu não falava muito bem o idioma local naquela época, e estava muito doente para conseguir telefonar. A dona da casa amorosamente concordou em fazer a ligação. Em seguida, ela me contou que havia conseguido falar com a praticista.
Eu tinha levado comigo edições de bolso dos dois livros que constituem o pastor da Ciência Cristã: a Bíblia e Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, nosso livro-texto, de Mary Baker Eddy. Fiquei na cama, ponderando sobre algumas passagens desses livros. Comecei a me sentir profundamente amada por Deus e imensamente livre. Logo eu já não estava de cama, e podia comer de tudo e reter os alimentos. Eu me sentia alegre, radiante e complemente bem. Não apresentava mais nenhum sintoma da doença.
Liguei eu mesma para a praticista. Como eu não conseguia entender muito bem o que ela estava dizendo, ela simplesmente terminou com “Un beso” (um beijo). A cura e a gratidão a Deus, que nós duas sentimos, eram visíveis.
Eu estava tão feliz e tão bem que caminhei sem esforço algum até a rodoviária para viajar com o grupo da escola que participaria de um programa a várias horas de distância dali. Era noite e o ônibus só tinha lugar em pé, mas eu me sentia feliz e revigorada. Só pensava na gratidão por estar viva. Todos foram cordiais e atenciosos. Alguém me ofereceu uma caixa para sentar-me. Foi uma viagem alegre e eu senti amor por todos ao meu redor. O grupo me deu as boas-vindas com gratidão, felizes por eu estar bem.
Alguns meses depois, após inúmeras viagens, fiquei doente de novo. Não sei se essa doença seria considerada a mesma, ou algo diferente. Aconteceu no meio da noite e eu não tinha acesso a nenhum telefone. Depois de perder a consciência e recuperá-la, deitei-me no chão do banheiro e busquei a Deus com todo o meu coração. Uma poderosa mensagem angelical veio bem clara ao meu pensamento. “Se você vai fazer algo nesta situação, melhor que seja já.” Isso me despertou completamente e me motivou a orar com toda a minha fé e amor. A convicção da presença de Deus tomou conta dos meus pensamentos e sentimentos.
Enquanto orava, senti a gratidão pelo cuidado amoroso de Deus e uma profunda confiança nEle. Peguei a Bíblia e Ciência e Saúde, grata por meus exemplares serem leves e fáceis de segurar para ler. Muitas verdades espirituais vieram ao meu pensamento expectante, para serem ponderadas, afirmadas e apreciadas. Não me senti desconfortável com o chão duro nem me deixei perturbar pelos sintomas angustiantes; ao mesmo tempo, fiquei ainda mais plenamente consciente do terno amor e presença de Deus. Pela manhã, eu já estava bem. Nunca mais passei por algo parecido.
Um efeito colateral muito bem-vindo dessa segunda cura foi a solução de duas situações de desarmonia: uma, na casa em que eu estava hospedada, e a outra em um relacionamento em que eu me sentia pressionada por expectativas inapropriadas e mal dirigidas. Ficou claro para mim como sair dessas situações com naturalidade, simplicidade e segurança. Há muitos anos tenho carinho pelo país onde morei durante aqueles meses e pelos amigos que fiz por lá.
Desde aquela época, minha família teve muitas curas, incluindo da presunção de uma retidão pessoal, transtorno de aprendizagem e consequente subemprego, infecção de ouvido, relacionamento familiar abusivo e um grave problema interno. Uma erupção cutânea que já durava muito tempo, causada por gasolina derramada na pele, também foi curada. Minha mãe foi curada depois de um colapso repentino que a deixou sem conseguir andar. Recebeu o auxílio de enfermeiras da Ciência Cristã que a visitaram em casa, para dar-lhe alimento e ajuda para tomar banho. Em pouco tempo ela recuperou totalmente a mobilidade e seguiu feliz e independente por vários anos. Tenho muita alegria por haver testemunhado essas curas e por estar na presença de Deus, que é sem dúvida nosso maior tesouro.
Também foram superados assuntos de ordem moral. Em determinado momento, sofri assédio sexual por parte de uma pessoa conhecida, e me me libertei dessa situação quando a turma dos pequenos da Escola Dominical me perguntou o que significava a palavra adulterar, no Mandamento “Não adulterarás” (Êxodo 20:14). Usando linguagem apropriada para a idade deles, expliquei que era o que acontecia quando um marido ou uma esposa agia, com outra pessoa, como se fossem casados. Com os olhos arregalados, eles me disseram bem sérios: “Isso é errado”. Naquele momento, vi que Deus elimina totalmente da existência qualquer coisa contrária à Sua lei. Essa pessoa conhecida, um corretor de imóveis, estava mantendo em seu poder a chave da minha propriedade, havia várias semanas, propondo que tivéssemos um encontro, apesar de saber que eu era casada. Naquele domingo, ele deixou a chave do lado de fora da porta e nunca mais me procurou.
Experiências como essa me fazem ser grata ao nosso amado Salvador, o mestre sanador, Cristo Jesus. Fazem com que eu me sinta grata a Mary Baker Eddy, por me guiar em direção ao Cristo, por meio dos escritos dela. Também sou grata pelas muitas pessoas que ajudaram com tanto altruísmo a mim e à minha família, ao longo do caminho.
Nome Omitido
