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Original para a Internet

Por que a mansidão?

Da edição de junho de 2022 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 10 de fevereiro de 2022.


“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mateus 5:5). Essas palavras de Cristo Jesus, que conhecemos bem, foram ditas há séculos. Por que prestar-lhes atenção nos dias de hoje?

Na atualidade, pensamos que ser manso é demonstrar fraqueza, ser submisso e facilmente ser vítima de imposições. No entanto, a mansidão é uma poderosa qualidade espiritual que Cristo Jesus expressou durante toda a sua missão terrena. Mary Baker Eddy se refere a Jesus como sendo “tão manso quanto enérgico” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 597). O próprio Jesus disse: “...aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma...” (Mateus 11:29). O melhor homem que já viveu foi também o mais bondoso e o mais manso.

O que exatamente significa a mansidão? Os significados modernos nem sempre transmitem o sentido pleno da palavra. O dicionário de Noah Webster de 1828 define a palavra mansidão desta forma: “Suave de temperamento; delicado; gentil; difícil de ser provocado ou de ficar irritado; complacente; dado à tolerância sob agressões” (American Dictionary of the English Language [Dicionário Americano da Língua Inglesa]). Como claramente podemos perceber, as qualidades referentes à palavra mansidão são as qualidades do Cristo. 

Há vários anos senti, em uma situação difícil, o poder sanador da mansidão. Durante muito tempo fui professora-adjunta em período integral em uma classe de alunos do terceiro ano. Todas as manhãs eu cumprimentava os alunos à porta da sala de aula. Um garotinho (vou chamá-lo de Jake) chegava quase sempre atrasado. Muitos dias ele simplesmente não aparecia. A mãe de Jake costumava trazê-lo, mas nunca sorria e parecia não confiar nas outras pessoas.

Como Jake faltava muitas vezes, ele acabava perdendo lições importantes e eu precisava rever essas lições com ele individualmente e administrar-lhe os testes necessários. No entanto, com 25 outros alunos na sala de aula, era difícil encontrar tempo extra. Assim, uma tarde, quando os alunos estavam sendo levados da classe para uma aula recreativa ao ar livre no jardim da escola, decidi ficar com Jake dentro da sala a fim de administrar-lhe um teste importante. 

Quando Jake chegou à escola no dia seguinte, a mãe veio com ele e, com muita raiva, acusou-me de privá-lo deliberadamente de uma atividade divertida com os colegas de turma. Embora surpresa com essas acusações, percebi tristeza em seus olhos e senti compaixão por ela. Pensei: “aqui está uma oportunidade para expressar o amor de Deus!” Eu não discuti nem tentei me defender. Mesmo enquanto ela me repreendia severamente, eu a ouvi com mansidão.

 Depois que ela terminou de falar, expliquei-lhe calmamente que Jake precisara fazer um teste que havia perdido. Garanti a ela também que eu nunca o privaria de se divertir com seus amigos. Ao lhe dizer que eu gostava do Jake e que todos os outros alunos também gostavam dele, ela mostrou uma atitude mais simpática, e a raiva se dissolveu. A mansidão havia silenciosamente mudado todo o tom daquele diálogo, da aspereza para um senso de bondade e respeito mútuo. Senti o efeito da verdade contida em um provérbio bíblico: “A resposta branda desvia o furor...” (Provérbios 15:1), e da declaração da Sra. Eddy: “A mansidão e a caridade têm autoridade divina” (Ciência e Saúde, p. 270).

Pouco tempo depois, fui informada de que Jake iria em breve deixar nossa escola. Planejei uma festinha de despedida no último dia em que ele assistiria à aula e tive o prazer de convidar sua mãe. Jake sentou-se de frente para os colegas com um doce sorriso no rosto. Cada um dos alunos disse um elogio sobre Jake e lhe desejou êxito em sua nova escola. Notei que a mãe apreciou aquela demonstração de nosso amor por seu filho, e fiquei profundamente grata por nossa conversa anterior ter produzido esse doce desfecho.

Todos os dias interagimos com outros, seja em nossa família, no local de trabalho, nas igrejas, com amigos, vizinhos e, até mesmo, com pessoas totalmente desconhecidas. Esses intercâmbios diários são ‘campos de prova’, nos quais podemos praticar a mansidão, a gentileza e o amor — nosso verdadeiro Cristianismo. Cada vez que expressamos essas qualidades divinas, estamos crescendo em graça. Estamos abençoando e sendo abençoados. 

Para mim, a afirmação de Jesus sobre os mansos herdarem a terra — versículo 11 do Salmo 37 — significa que veremos que temos domínio sobre o senso material a nosso próprio respeito, senso esse que é totalmente falso. E nos damos conta de que na verdade possuímos, ou seja, herdamos o verdadeiro senso espiritual a nosso respeito, como filhos de Deus. Mas, e se falharmos na primeira tentativa de ser mansos? Ou em várias tentativas? E se ainda costumamos ficar zangados, usar palavras duras ou reagir negativamente com relação a alguém?

Embora alguns passos dados possam parecer insignificantes, cada vitória — mesmo que pequena — importa. À medida que aumenta nosso empenho em praticar a mansidão, com naturalidade nos tornamos mais semelhantes ao Cristo. A Sra. Eddy afirma: “A mansidão é a armadura do cristão, seu escudo e sua couraça” (Message to The Mother Church for 1902 [Mensagem À Igreja Mãe para 1902], p. 19). E ela nos encoraja assim: “Tende bom ânimo; grandiosa é a luta contra o próprio ego; dá-nos muito o que fazer, mas o Princípio divino opera convosco — e a obediência coroa o esforço persistente com uma vitória eterna” (Escritos Diversos 18831896, p. 118).

A mansidão é mais do que uma forma alternativa de pensar e agir. É vital para a cura cristã, e traz sua própria recompensa — esta bela promessa: “Os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz” (Salmos 37:11). 

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