Eu estava conversando ao telefone com uma amiga da igreja, a qual tinha uma opinião política oposta à minha sobre um assunto que me afetava profundamente. Achei que talvez eu pudesse ajudá-la a entender a necessidade de pensar diferentemente sobre o assunto. Depois de eu fazer alguns comentários, ela ficou quieta por um momento. Mas então, falou de um conceito espiritual sobre o assunto, colocando-o nas mãos de Deus.
Depois de nossa conversa, que terminou com o tom amistoso de sempre, continuei pensando em minha amiga: “Ela simplesmente não entende!” Eu estava frustrada e confusa por alguém aceitar opiniões que não me pareciam moralmente corretas. Achava que as questões que estivéramos discutindo precisavam ser encaradas de maneira mais prática. Contudo, orei, e à medida que orava pude ver que a vontade pessoal estava bloqueando meu pensamento e que eu precisava enfrentar meus sentimentos e frustrações.
Ao continuar estudando e orando durante a semana, com o desejo de me curar dessa vontade pessoal, deparei-me com a definição do termo fariseu, em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy. Parte da definição diz: “…presunção de uma retidão pessoal…” (p. 592). Epa! Na Bíblia, Cristo Jesus condenou a hipocrisia da justificação própria dos fariseus, a qual os impedia de ver a necessidade de arrepender-se. Eu certamente não queria continuar com essa maneira de pensar e agir. A referência à presunção de uma retidão pessoal me atingira em cheio, e agora eu tinha o desejo sincero de abandonar qualquer esforço de tentar impor minha opinião.
Em auxílio ao meu despertar para essa necessidade de cura, os trechos lidos naquela quarta-feira, na Reunião de Testemunhos em minha filial da Igreja de Cristo, Cientista, centraram-se em uma das recomendações de Jesus: “Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão” (Mateus 7:5). A leitura, composta de passagens da Bíblia e de Ciência e Saúde, falou diretamente comigo. Até aquele momento, eu não havia realmente me dado conta de que estivera sendo hipócrita. Mas agora não havia dúvidas quanto a isso — eu havia tentado corrigir outra pessoa e me sentia justificada nesse esforço. Comecei a ver que talvez fosse eu quem não estava “entendendo”.
Orando e estudando sobre isso e o que estava se desdobrando em minha mente, percebi que, por quanto acreditasse que meus pontos de vista eram moralmente corretos, eu não estava conseguindo expressar esses pontos de vista da maneira correta. A Sra. Eddy escreve: “Golpear a neblina a torto e a direito não torna mais clara a visão; mas levantar a cabeça acima dela é suprema panaceia” (Escritos Diversos 1883–1896, p. 355).
Depois de alguns dias, consegui deixar de lado minha pauta política e a indignação que a acompanhava. Isso foi muito libertador e a cura em meu pensamento continua até hoje. Embora não seja errado defender aquilo que achamos certo, é possível fazer isso com tranquilidade e de maneira mais aberta para ouvir também a opinião dos outros.
Sou muito grata por essa visão corrigida e elevada. Muito obrigada, Deus!