Quando estava passando férias em uma ilha, com minha irmã e minhas sobrinhas, começamos a ouvir previsões meteorológicas, alertando que um furacão, originalmente esperado para muito mais tarde naquela semana, havia se antecipado e estava se aproximando rapidamente. A ilha estava sob um alerta de severas condições atmosféricas; o vento se intensificara, e as ondas cresciam ameaçadoras. Nossa companhia aérea ligou, informando que nosso voo tinha sido adiantado, na tentativa de levar os passageiros para fora da ilha em segurança, antes da tempestade.
Inicialmente fiquei ansiosa, mas depois me lembrei do exemplar do The Christian Science Journal que pegara na minha caixa de correio ao sair de casa para aquela viagem.
Encontrei um lugar tranquilo para ler e abri aleatoriamente em um artigo de Don Griffith, intitulado “Esse ‘cicio tranquilo e suave’ de Deus: é demasiado suave para falar com autoridade ante a tempestade?” (setembro de 2009). Senti imensa gratidão por essa mensagem espiritual específica, que com exatidão tratava da ameaça iminente! O autor escreveu com maravilhosa clareza sobre nossa capacidade de falar com autoridade ante qualquer condição destrutiva, anulando-a com a sempre presente lei da harmonia de Deus. Eu gostei especialmente desta ideia: “Reconhecermos e nos apegarmos ao fato de que o clima, espiritualmente discernido, é a criação de Deus, a Mente, é um antídoto eficaz e praticável ante condições atmosféricas desfavoráveis”.
Em oração, coloquei em prática o que tinha acabado de ler e prestei atenção àquele “cicio tranquilo e suave” (1 Reis 19:12) de Deus, o Amor divino. Comecei a ter muitos pensamentos inspirados. Um deles foi do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “O pensamento calmo e elevado, isto é, a percepção espiritual, está em paz” (Mary Baker Eddy, p. 506). Isso me alertou para examinar o que eu estava retendo em meu pensamento. Era medo, apreensão, confusão? Ou a serenidade, a confiança e a clareza que são de Deus? Eu sinceramente reivindiquei meu direito divino à mesma paz de espírito que Cristo Jesus expressou. E fui sentindo que uma confiança calma e silenciosa no todo-poder de Deus me envolveu. Fiquei imperturbável, com a mesma base espiritual que Jesus ensinou em declarações tais como “Eu e o Pai somos um” (João 10:30), e “As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras” (João 14:10).
O tema da Lição Bíblica daquela semana, no Livrete Trimestral da Ciência Cristã, era “A Mente”, palavra que na Ciência Cristã é um nome para Deus. A Mente é a origem de todos os pensamentos bons e verdadeiros — para toda a humanidade. Esse fato me ajudou, tornando mais claro na minha compreensão que qualquer pensamento inquieto e temeroso a respeito de mim mesma, ou de qualquer outra pessoa que parecesse estar em perigo, tinha de ser ilegítimo, portanto, eu não precisava acreditar nele.
A confiança calma e silenciosa no todo-poder de Deus me envolveu.
Lembrei-me, também, das palavras de um hino bem conhecido: “Amor, em Ti vivemos nós, / Em Ti respira o ser” (Hinário da Ciência Cristã, 144, trad. e adapt. © CSBD). Compreendi que a atmosfera do Amor, na qual vivemos, é calma e agradável.
Eu estava tão absorta em oração, que ficara alheia ao tumulto que estava acontecendo. Quando voltei a olhar, pouco tempo depois, as ondas revoltas no mar haviam se acalmado e o vento cessara. Estava tudo tranquilo.
Logo embarcamos, o panorama estava sereno e ensolarado quando decolamos. O voo para casa foi o mais tranquilo de minha vida. Embora o furacão tenha passado perto da ilha, houve poucos danos ali ou em qualquer outro lugar na costa leste, enquanto a tempestade percorria o litoral.
O que foi que trouxe a paz, que encontrei antes mesmo da mudança nas condições climáticas? Enquanto eu estava orando, o poder de Deus para acalmar e silenciar o medo ante o furacão destrutivo tornou-se tão claro, que acalmou meu pensamento; a tempestade já não me assustava, e pude orar efetivamente pela segurança de todos. Reconheci o poder de Deus, tanto para nos manter seguros diante da atmosfera ameaçadora, quanto para acalmar e silenciar o próprio furacão destrutivo. Embora eu não reivindique nenhum crédito pessoal pela dramática mudança atmosférica, certamente percebi que, quando esse cicio tranquilo e suave elimina nossos temores, ocorre uma completa preponderância da calma sobre o caos. Atribuí a Deus a glória pela mudança em meu pensamento, revelando evidências da sempre presente harmonia concedida por Deus.
Não importa qual seja a tempestade que enfrentemos — seja atmosférica, política, social ou econômica — podemos ter coragem ao reconhecer a natureza completamente pacífica e benéfica de Deus e vê-la demonstrada em nossa experiência. Essa compreensão nos dá poder sobre todas as condições desarmoniosas. A verdadeira consciência é a Mente divina e é calma, feliz, sábia e inspirada. À medida que aceitamos essa verdade, percebemos que nosso mundo expressa progressivamente essa Mente, refletida por todos e cada um de nós, e manifestada como o reino dos céus — o reino da harmonia — na terra.