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Original para a Internet

Quem está sendo julgado, realmente?

Da edição de outubro de 2022 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 24 de outubro de 2022


Você já observou quantos filmes e programas têm seus enredos e temas focados em vários processos judiciais? No centro desse fascínio popular pela lei está algo maravilhoso ― o desejo natural da humanidade por um governo justo. Penso que, mais do que nunca, agora o mundo quer justiça, segurança e liberdade para todos. O caminho para chegar a esse objetivo talvez pareça fora de nosso alcance, mas um governo harmonioso e justo é, na verdade, parte do plano de Deus para todos os Seus filhos. Quando nosso desejo de um bom governo na terra se apoia na compreensão do governo celestial de Deus, é possível vivenciar um padrão divino de justiça que abençoa e protege a todos. A história registrada na Bíblia comprova maravilhosamente esse fato.

Em um cântico de louvor que celebra a libertação que Deus proporcionou aos israelitas ― a libertação após centenas de anos de escravidão no Egito ― lemos: “Justiça e direito são o fundamento do teu trono; graça e verdade te precedem” (Salmos 89:14). Isso é o que os filhos de Israel aprenderam no deserto ― que a verdadeira justiça e o estado de direito estão sob a jurisdição de um Deus todo-amoroso. 

Um dos impactos mais significativos da libertação foi a mudança na maneira como os israelitas começaram a se identificar. Durante muito tempo eles haviam sido réus no tribunal da vida. Foram perseguidos, processados ​​e presos sem direito a qualquer recurso e defesa. Entretanto, depois de obterem a liberdade, passaram a compreender que, ao reconhecer que a autoridade de Deus é suprema, podiam comprovar que as leis de Deus os protegiam e os sustentavam.

Em certo sentido, podemos dizer que a libertação dos israelitas fez com que eles parassem de se sentir continuamente como réus e começassem a se sentir mais reivindicadores da justiça. Claro, o que muito os ajudou foi o fato de que tiveram um advogado extraordinário em Moisés, que habilmente levou o caso deles e suas queixas a Deus, o Amor divino, e alcançaram vitórias notáveis. Mas Moisés sabia e explicou a seus seguidores que um dia viria outro defensor (ver Deuteronômio 18:15). Muitos outros profetas do Antigo Testamento desenvolveram ainda mais essa profecia e ensinaram que aquele que viria seria maior do que Moisés e chegaria para trazer a salvação completa, não apenas para um determinado povo, mas, em última análise, para toda a humanidade.

Os cristãos reconhecem que essa promessa foi cumprida por meio da vida e dos ensinamentos de Jesus Cristo. O Cristo é o defensor das pessoas; compassivamente colocando a experiência humana sob a autoridade e proteção da lei divina. Como a Bíblia diz, nós temos um advogado em Cristo Jesus (ver 1 João 2:1). É por meio da advocacia celestial do Cristo que podemos aprender a parar de nos considerar réus infelizes e indefesos à mercê dos caprichos de leis materiais. Em vez disso, podemos reivindicar nossos direitos divinos e, por meio das leis espirituais de Deus, desafiar e vencer o mal e o sofrimento.

O próprio Jesus disse que a ajuda divina ainda apareceria sob outra forma, ou seja, como o permanente e impessoal espírito da Verdade: “mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (João 14:26). Os Cientistas Cristãos reconhecem esse Consolador, esse Confortador, como sendo a Ciência divina, o Espírito Santo, que revela a Vida eterna e que traz a energia divina e a atividade sanadora ao mundo inteiro.

Um dicionário grego define assim a palavra bíblica traduzida como Consolador, Confortador: “Aquele que defende a causa do outro perante um juiz, advogado, advogado de defesa, assistente legal; defensor”. De acordo com essa definição, a Ciência do Cristo pode ser literalmente considerada como um advogado celestial, defendendo e pleiteando nossos direitos diante de Deus. Isso pode ter sido o que Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, tinha em mente quando incluiu uma alegoria um tanto singular em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras (ver pp. 430–442).

Essa alegoria retrata uma dramática cena de tribunal, um caso em que a vida de um homem está em jogo porque ele ajudou um vizinho doente, ficando ele mesmo doente também. Esse pobre mortal está sendo julgado como réu e ostensivamente processado, sob a pretensa autoridade das leis materiais de saúde. Uma testemunha material após outra testifica que esse homem é um mortal doente e que merece morrer. No final dessa cena trágica, o homem mortal perde o caso e é condenado à morte.

Não era eu que estava sendo julgado, mas o mal, esse sim, era o réu.

Mas espere! Antes que a sentença de morte possa soar no recinto do tribunal, um novo advogado muito ousado vem em auxílio do homem moribundo. Em um novo julgamento, em um tribunal mais elevado ― o Tribunal do Espírito ― a Ciência Cristã assume o caso e defende o direito do homem à vida e à saúde. Nesse segundo julgamento, o homem é considerado inocente e sua saúde e vitalidade são totalmente restauradas. 

Embora o Senso Pessoal ainda seja o autor da queixa e o Homem Mortal o réu, no Tribunal do Espírito o tom do julgamento sofre uma mudança radical, porque agora é o Homem Mortal que reivindica, ele é quem move a ação, com base no poder da Ciência Cristã, seu advogado. Por meio da compreensão da verdadeira natureza espiritual do homem, a qual a Ciência Cristã traz à luz, é o fraudulento senso material da vida, com seu pecado, doença e morte, que é colocado em julgamento (ver Ciência e Saúde, pp. 435:17 e 441:20). Em última análise, na sequência dos fatos espirituais vitais que entram em evidência, o Homem Mortal é libertado de uma sentença totalmente injusta. A Ciência Cristã, o advogado que é o Cristo, sempre faz com que o testemunho divino, a evidência divina, seja ouvida em todas as épocas e em favor de todas as pessoas. Assim, o poder sanador do Cristo está em pleno vigor.

Há alguns anos, tive uma experiência que exemplifica como é de extrema utilidade lembrar que não somos réus indefesos no tribunal da vida, mas que o amor de Deus nos coloca na ofensiva e nos permite agir para desafiar decretos injustos.

No início da minha carreira como praticista da Ciência Cristã, fui solicitado a dar uma palestra que trouxesse consolo e conforto após um incidente muito triste ocorrido em minha comunidade. Por meio da graça amorosa de Deus, a inspiração e as palavras de conforto me vieram à mente, e uma enxurrada de comentários repletos de agradecimento, recebidos após a palestra, mostrou que minha mensagem havia dado o apoio necessário. Houve também relatos de curas mentais, emocionais e até físicas que ocorreram durante a palestra. Fiquei muito feliz por Deus ter ajudado todos nós a sentir Seu amor de maneira tão profunda e prática. 

No entanto, algumas horas mais tarde, quando eu estava no supermercado, senti como se estivesse sendo atacado. Do nada, todo o meu corpo ficou repentinamente fraco e passei a me sentir muito mal. Incapaz de me mover, apoiei-me em minha esposa e comecei a orar. Orei para que Deus me ajudasse a compreender melhor que eu não era uma vítima indefesa sendo julgada, mas sim, que podia reivindicar meus direitos.

Isso ajudou a me lembrar de que, no Novo Testamento da Bíblia, o diabo, um termo sinônimo do mal, às vezes é chamado de acusador. Essa é a natureza traiçoeira do mal; ele se esconde culpando ou acusando o bem, mas não tem nenhum poder real para causar dano ou destruir o bem, pois, como disse Jesus, o mal é simplesmente uma mentira (ver João 8:44). No entanto, parece se posicionar como autoridade e lança acusações como se fosse uma mente ou uma personalidade. Costuma sussurrar sugestões sutis, tais como: “O bem não tem poder. Deus não pode curar você. Sua vida está comprometida. O mal é mais poderoso do que o bem”. É claro que isso é exatamente o que o mal ilusório alega, porque reconhece que o amor e a bondade de Deus são seus algozes e destruidores. Mas o mal não tem nenhuma inteligência ou identidade, como também não tem poder para fazer coisa alguma. Desmascarar essa mentira assegura sua destruição.

A Bíblia declara: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Romanos 12:21). E a Sra. Eddy escreve: “O bem que fazes e incorporas te dá o único poder que se pode conseguir” (Ciência e Saúde, p. 192).

Esse tipo de pensamento fortaleceu minha oração no supermercado. Eu sabia que estava fazendo o bem, quando me pediram para transmitir uma mensagem de amor e consolo a minha comunidade. Eu sabia que o bem era o único poder real. Também sabia que o Cristo estava presente para me defender, por eu ser um filho querido de Deus, e que a Ciência Cristã, a lei de Deus, estava pronta para defender minha saúde e segurança. Eu não estava em julgamento. Era o mal que estava sendo julgado. Aliás, eu sabia que o ministério de Cristo Jesus por meio do seu triunfo absoluto, já havia provado que o mal é totalmente impotente; o mal já estava desmascarado. Após um ou dois minutos de oração consagrada nesse sentido, todos os sintomas debilitantes desapareceram instantaneamente.

A esperança humana anseia por justiça com persistência e resiliência. Benevolente e supremo, o Amor divino certamente pode fazer justiça. Quaisquer que sejam as provações que enfrentemos, podemos encontrar conforto no fato de que Deus capacita cada um de nós a sair vitoriosos. Não fomos feitos para o papel de perseguidos e processados. A Ciência Cristã revela que cada um de nós tem o direito de agir contra o mal, nas provações da vida. Esse Consolador, esse Confortador celestial, o Espírito Santo, defende fielmente nosso direito divino à saúde, à felicidade e à justiça, fazendo-nos cantar: “Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15:57).

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