Há vários anos, quando acordei certa manhã, eu me senti muito estranha, e percebi que um lado de meu corpo estava paralisado. No entanto, eu sabia, por experiência própria, que podia ser curada por meio da oração.
No dia anterior, eu havia lido um testemunho no Christian Science Sentinel no qual um homem descrevia como havia orado, ao não conseguir se mover nem falar, após receber uma descarga elétrica durante um trabalho de soldagem. Ele havia voltado o pensamento a Deus e, aos poucos, conseguira se lembrar e ponderar sobre cada palavra da “declaração científica sobre o existir” contida em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy. Essa declaração começa assim: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria. Tudo é a Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo” (p. 468).
Confiando em Deus, ele logo constatou que conseguia mexer um dedo, depois outro, e assim por diante, até obter total liberdade e ser capaz de terminar o trabalho de soldagem (ver Steven Berrie, “Electrocution overcome through prayer and gratitude” [Efeitos de descarga elétrica superados pela oração e gratidão], 6 de março de 2000).
Então, voltei-me para Deus e comecei a perceber que estava conseguindo, pouco a pouco, mexer meu corpo, assim como acontecera no testemunho que havia lido. Passei a maior parte do dia na cama, deitada de lado, orando e usando a outra mão para manusear e ler a Lição Bíblica da Ciência Cristã daquela semana, cujo tema era “Deus, o preservador do homem”. Eu sabia que superar esse desafio só poderia aumentar ainda mais minha compreensão acerca de Deus e de minha integridade como expressão perfeita e intacta de Deus.
No final da tarde, eu já estava em pé, varrendo o chão da cozinha, embora não com muita eficiência. Mas estava progredindo, varrendo as crenças errôneas da matéria, da incapacidade e da desarmonia, ou seja, “as teias de aranha da ilusão mortal”, como lemos em Ciência e Saúde (ver p. 403). Estava muito grata a Deus e a meu marido por seu apoio.
No dia seguinte, eu me levantei e me vesti, e realizei algumas pequenas tarefas da casa. Lembrei-me de que, quando os passageiros precisam sair de um avião no escuro, têm de seguir os sinais luminosos no chão. Essa ideia me ajudou a perceber que, para superar essa sugestão de doença, eu precisava ouvir as mensagens de Deus, e seguir os “sinais luminosos”, ou seja, as ideias simples da Verdade toda poderosa.
Nos três dias seguintes, pedi a um praticista da Ciência Cristã que me apoiasse em oração. Ele me lembrou de que Deus, o Espírito divino, é a fonte, a substância e o estado real de meu existir. Minha oração foi algo assim: “Sou uma ideia espiritual que habita na Mente divina (Deus) e que perpetuamente se desenvolve com harmonia, de acordo com a lei divina. Não existe a possibilidade de Deus criar ideias deficientes, ou que não consigam funcionar perfeitamente. O Amor — sinônimo bíblico de Deus — continuamente controla e eternamente mantém suas ideias”.
Também pensei muito na mensagem do Hino 64:
Sei que tocou meu pé sagradas lousas;
Da Mente alcanço o sublime umbral.
Há calma imortal de santas cousas,
Ao meu redor existe Amor real.
(Violet Hay, Hinário da Ciência Cristã, trad. © CSBD)
A cada dia eu conseguia realizar um pouco mais. Então, chegou o dia de irmos à casa de nossa filha para uma comemoração antecipada de Natal. Minha aparência naquele momento não era agradável. Meu rosto estava deformado, eu falava com dificuldade e não conseguia caminhar direito. A sugestão que me veio ao pensamento foi de que eu não deveria ir, mas, logo em seguida, veio-me outro pensamento: se você não se ver com olhos mortais, ninguém mais a verá dessa maneira. Dessa forma, eu e meu marido fomos e, em meio a todo o entusiasmo da comemoração, ninguém notou nada de errado.
Nos quatro dias seguintes, houve um rápido progresso. Continuei a orar, focando esta afirmação de Ciência e Saúde: “Por saber que a Alma e seus atributos são eternamente manifestados por meio do homem, o Mestre curava os doentes, restabelecia a vista aos cegos, a audição aos surdos, o uso dos pés aos coxos, trazendo assim à luz a ação científica da Mente divina sobre mentes e corpos humanos, e proporcionando melhor compreensão a respeito da Alma e da salvação” (p. 210).
Eu estava confiante de que Deus me livraria totalmente da mentira de estar incapacitada, e foi o que aconteceu. Dez dias depois do aparecimento da paralisia eu estava livre e já voltara a dirigir e a fazer todas as coisas que costumava fazer anteriormente. Durante grande parte desse período, como sou praticista com anúncio no The Christian Science Journal, pude atender os chamados de pacientes e testemunhar curas. Eu estou muito bem.
Sou muito grata pela Ciência Cristã e pelo que ela nos ensina a respeito do status verdadeiro do homem como criação de Deus.
Pauline Hutchinson
Glen Iris, Vitória, Austrália
