Em 2020, fui vítima de uma fraude e perdi minhas economias. Ao dar-me conta do golpe, denunciei o furto à instituição financeira que havia mantido meu dinheiro, e também registrei a ocorrência na polícia. Por fim, disseram-me que, de acordo com o regulamento da empresa, o dinheiro não me seria reembolsado.
Em momento algum tive maus pensamentos a respeito dos fraudadores, pelo modo como haviam agido comigo. Ao contrário, orei reconhecendo que faz parte da verdadeira natureza do homem, como criação espiritual de Deus, expressar honestidade e integridade. Afirmei que apenas a influência da Verdade estava em ação na experiência dessas pessoas, e iria mostrar-lhes como se comportar de maneira honrada e corrigir seus erros.
O livro-texto da Ciência Cristã nos diz que podemos deixar tudo “…nas mãos de Deus, não nas do homem, aos cuidados do Espírito, não da matéria — reconhecendo jubilosamente, agora e para sempre, a supremacia, a onipotência e a onipresença de Deus” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 521).
Um Cientista Cristão com quem comentei o furto me encorajou, referindo-se a outra citação do livro-texto, que me ajudou bastante: “A Alma tem recursos infinitos para abençoar a humanidade, e seria mais fácil alcançar a felicidade e conservá-la em nosso poder, se a buscássemos na Alma” (p. 60).
Uma coletânea de artigos intitulada God’s Care is Equal to Any Emergency [O Cuidado de Deus está à altura de qualquer emergência], publicada pelA Sociedade Editora da Ciência Cristã em 1995, trouxe-me conforto e tranquilidade. Também me ajudou a leitura de um artigo do The Christian Science Journal intitulado “Nem vilões nem vítimas” (Paul Stark Seeley, Journal de fevereiro de 1943, publicado em português em 18 de março de 2019, no site Arauto-Online).
As Lições Bíblicas semanais do Livrete Trimestral da Ciência Cristã também foram bastante inspiradoras. Eu gostei especialmente do relato bíblico sobre Zaqueu, um rico coletor de impostos, que subiu em uma árvore para poder ver Jesus, que estava passando por Jericó (ver Lucas 19:1–10). Os coletores de impostos, os publicanos daquele tempo, geralmente eram desonestos, e Zaqueu pode ter pensado que não era digno de se aproximar de Jesus. Mas o Mestre o chamou, talvez reconhecendo que Zaqueu desejava melhorar sua conduta.
O resultado foi que Zaqueu disse: “…se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais”. Esse foi um passo para que ele recuperasse a confiança da comunidade. Percebi que os malfeitores hoje em dia podem ser igualmente redimidos, se estiverem dispostos a reconhecer seus erros e corrigi-los.
Há pouco tempo, passados dois anos da ocorrência da fraude, recebi uma carta da instituição financeira. Dizia o seguinte: “A senhora nos informou anteriormente que foi vítima de uma fraude e apresentou um pedido de reembolso, com o qual na época não concordamos. Contudo, revisamos continuamente os serviços que prestamos às vítimas dessa modalidade de crime e, no seu caso, acreditamos que deixamos de adotar as normas que procuramos sempre aplicar. Nós realmente lamentamos o ocorrido. Por essa razão, decidimos reverter nossa decisão original e restituir o dinheiro furtado”.
Recebi a quantia que me era devida, acrescida de uma indenização generosa, pelo que fiquei muito grata. Diz um hino de que gosto muito:
É Deus quem age em nós;
Cumprimos Seu querer.
A Ele glória vamos dar,
De Deus é o poder.
(Benjamin Beddome, Hinário da Ciência Cristã, 354, trad. e adapt. © CSBD)
Para mim, esse é um lembrete de que Deus é o Autor apenas da atividade correta e harmoniosa, refletindo toda a Sua presença e ordem. Deus é visto em ação por meio de nós, quando desejamos agir em concordância com Ele e somos receptivos à Sua orientação.
