Atualmente, o tema da violência e do que fazer a respeito desse problema povoa o pensamento de muitos. Parece que a violência afeta em maior grau a vida de crianças e adolescentes, e isso reforça ainda mais a importância de encontrarmos soluções.
Programas de prevenção da violência, tais como vigilância entre vizinhos e colaboração comunitária com a polícia, têm surgido em muitos lugares. Mas eu também constatei que a oração voltada a Deus — o próprio Amor divino — é uma maneira eficaz de combater tendências violentas. Quão verdadeiro é saber que, quando levamos a Deus nossos desejos mais sagrados e, no mais profundo do coração ficamos atentos às Suas respostas, Ele nos responde. Por meio dessa oração, surgem soluções sólidas e genuínas que nos ajudam a contribuir individualmente para um mundo mais pacífico.
A oração na Ciência Cristã tem como base os ensinamentos bíblicos, e há décadas essa Ciência, descoberta por Mary Baker Eddy, tem sido meu recurso para lidar com todo tipo de problemas. Por isso, recentemente, movida pelo desejo de ver uma diminuição da violência no mundo que nos rodeia, senti a urgência de chegar a um ponto de vista divino para enfrentar o problema da violência e, cheia de confiança, voltei-me a Deus em oração.
Embora a palavra “violência” seja geralmente definida como agressão física, com a intenção de causar dano, quando pesquisei a palavra no dicionário, o verbete também mencionava características tais como confusão, aspereza, intensidade de sensações e descontrole.
Ao ler essa lista, veio-me à mente a frase “o fruto do Espírito”, que reconheci como vinda de um versículo da Bíblia. A passagem específica em que essa expressão é usada inclui uma lista de qualidades: “…o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gálatas 5:22, 23).
Comecei a refletir sobre essas qualidades espirituais que provêm do Espírito, Deus, e que, portanto, não podem ser afetadas ou alteradas por impulsos materialistas. No Sermão do Monte, Cristo Jesus ensinou que a manifestação de qualidades tais como: mansidão, pureza e paz espiritualiza o pensamento. Isso inevitavelmente abençoa, trazendo à consciência individual a revelação de Deus e de Seu eternamente presente reino do amor e do bem — a revelação por meio da qual Jesus transformou e curou vidas, indicando que isso também era possível para todos nós.
O Espírito infinito não poderia incluir sequer um único elemento de materialidade ou de poder físico. Essa verdade poderosa significa que a semelhança do Espírito — que inclui a todos nós — é totalmente espiritual e boa, não mortal nem suscetível à brutalidade. A criação de Deus não inclui violência, e essa é a pura verdade a respeito de todos nós.
A partir dessa premissa divina, é natural que cada um de nós seja amoroso, alegre, paciente, gentil — que manifeste “o fruto do Espírito” — e isso não deixa nenhum espaço para agressões de qualquer tipo. Muito embora a imagem material muitas vezes sugira o contrário, essas qualidades constituem a própria identidade de cada um de nós. Não podemos ser separados delas, assim como não podemos ser separados de Deus. Todos e cada um de nós somos capazes de expressá-las com sinceridade.
De repente, o que me passou pela mente foram os momentos de impaciência e irritação aos quais eu às vezes ainda me entregava. Compreendi que essas formas mais brandas de antagonismo poderiam ser tratadas diariamente, em todas as circunstâncias, com base em nossa natural serenidade e gentileza, qualidades essas dadas por Deus, inatas à nossa identidade espiritual. Nos dias subsequentes, ao me empenhar nisso, observei que estar alerta para rejeitar qualquer tipo de irritação e, em vez disso, ceder ao “fruto do Espírito”, me ajudava a manter o pensamento mais claro e mais calmo, quando surgiam interferências ou empecilhos.
A radiância do “fruto do Espírito” que expressamos em nossa vivência é como a luz que ilumina a sala inteira e não deixa nenhum canto no escuro. Essas qualidades superam os pensamentos perturbados e perturbadores, porque tais pensamentos não se originam em Deus e, portanto, são impotentes.
Tal como apagar uma pequena faísca, antes que um incêndio maior possa irromper, cada um de nós pode orar diariamente para tornar impotente, em nosso próprio pensamento, qualquer pequeno lampejo de antagonismo, contribuindo para a diminuição da violência no mundo. Temos um longo caminho a percorrer, antes que toda a violência seja erradicada. Mas, dia após dia, podemos sentir a bem-aventurança dos momentos repletos do “fruto do Espírito” que traz à tona uma calma fortalecida e elevada.
