O universo de Deus é um reflexo infinito e espiritual da substância divina e da Vida. As leis de harmonia estão em operação contínua por todo o comprimento, largura, profundidade e altura desse universo. A Ciência divina é o governo desse reino imensurável, repleto de ideias divinas e suas identidades, que obedecem à Mente que as criou. Essas são declarações espiritualmente científicas de grande importância para estudantes de assuntos mundiais.
Os fatos espirituais, quando discernidos e aceitos, afetam os eventos globais tão naturalmente como as situações individuais. À medida que a humanidade avança para fora do caos da crença materialista, o pensamento inspirado, quando se conscientiza da ordem divina inalterada, necessariamente procura com avidez uma percepção espiritual maior, através da qual possa contemplar a realidade inabalável das coisas.
Só a percepção espiritual conhece a unidade eterna da existência universal e o controle da Ciência divina. Por meio de tão profundo discernimento, o Amor eterno, imparcial e constante, sempre dirigido a Deus em seus impulsos é visto como o único poder que dá ânimo a todos os elementos e formações, a toda inteligência e ação. O universo das ideias da Mente reflete, inteira e continuamente, a ordem científica divina, que opera de acordo com a harmonia suprema.
Aquilo que emana de Deus deve existir necessariamente dentro da infinidade da Mente divina, participar da natureza da Alma e ser formado pela substância do Amor, uma vez que os termos Mente, Alma, Amor e Deus são sinônimos na Ciência. O universo contém somente corpos celestiais mantidos no ritmo inquebrantável da harmonia celestial, controlados pelas forças morais e espirituais da Mente e que habitam na atmosfera da Alma.
Deus coexiste eternamente com Seu universo, com aquilo que está incluído em Sua absoluta totalidade. Referindo-se à Ciência Cristã, Mary Baker Eddy escreve: “Não é uma busca pela sabedoria, é a sabedoria: é a destra de Deus abarcando o universo, — todo tempo, espaço, imortalidade, pensamento, extensão, causa e efeito; constituindo e governando toda identidade, individualidade, lei e poder” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 364). Essa declaração sagrada assegura perfeição constante, governo incessante e soberania imutável para a existência universal.
Em nenhum momento e em nenhuma parte do universo pode ocorrer uma interrupção no controle divino. Deus não pode ser excluído, nem por um instante, da infinidade e Suas leis estão estabelecidas por toda a eternidade. A preservação permeia cada uma das ações em que essas leis se desdobram. Sem oposição, resistência ou demora, a majestade da lei espiritual prossegue em sua gloriosa trajetória. Consequentemente, a manifestação universal, elevando-se a partir da perfeição ilimitada, vive, move-se, e tem seu ser em termos de eternidade, totalidade, divindade.
Conhecendo somente a existência da imortalidade na substância do Espírito, intocado pelo pecado e pela morte, o universo expressa a glória de Deus, a realidade radiante e eterna. Todas as identidades que compõem o universo existem em unidade porque, na ordem divina, cada ideia é diretamente tributária da Mente divina e sempre compartilha sua essência inexaurível. Assim, a grandeza de toda existência, indestrutível em toda sua vastidão, é mantida pela Ciência de Deus.
Em contraste com essa imensidade e estabilidade unificadas da perfeição eterna, a crença em um poder separado de Deus é como um grão de areia em uma praia banhada pela maré. O sentido humano errôneo não concebe a infinidade ou perfeição, acreditando assim que o universo é material e dividido em partes tanto discordantes como harmoniosas. Ele acredita em subdivisões da terra chamadas zonas, e, em seguida, por meio dessa crença atribui a essas zonas certas condições boas ou más. Acredita que as zonas frígidas são regiões do universo onde se originam as tempestades que espalham desastres. Acredita que as zonas tórridas são grandes extensões nas quais febres e pestes são geradas. Outras divisões são rotuladas como zonas de terremotos, zonas de furacões e assim por diante.
Quando a humanidade se envolve em aceitar crenças más, as subdivisões do sentido errôneo se multiplicam e parece haver zonas inimigas onde surgem as angústias da guerra, das zonas de batalha onde a carnificina mancha a terra e as zonas de perigo onde a destruição espreita o viajante. A mente mortal define essas zonas como regiões onde o mal impera e de onde o bem foi eliminado. Então, a crença mortal declara que, se os homens habitarem ou passarem por tais territórios, eles estarão sujeitos ao desastre e à destruição. Não tendo nenhum conceito do reino infinito de Deus, o sentido mortal gostaria de acreditar nesses pequenos espaços onde ele possa reinar por algum tempo.
Mas, a Ciência de Deus abrange todo tempo e espaço, toda causa e efeito, todo poder e lei. Não pode haver uma coisa tal como um território onde o mal tenha o controle, onde a lei de Deus tenha parado de funcionar. Não existe nenhum espaço abandonado por Deus ou proibido a Deus. Não existe nenhuma oportunidade para o erro começar, acumular ou dominar. Supor que exista um momento em que Deus não seja supremo é uma ilusão mortal.
Davi sabia que era falsa a pretensão que tem o erro de dominar e governar uma zona de existência em algum lugar. Ao declarar a presença ilimitada de Deus, o bem, ele escreveu: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua presença? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá” (Salmos 139:7-10, conforme a versão bíblica King James).
A onipotência de Deus impede a possibilidade de que haja uma zona de perigo na criação. O homem nunca passa pelo território do mal, nem existe por um só momento nele, uma vez que o mal, por ser inexistente, não possui domínio nenhum. Todas as ideias do Criador vivem e se divertem em perfeita segurança em todo o reino infinito da Mente. Elas não conhecem nem o medo, nem o perigo, no Amor ilimitado. Elas sabem que nunca podem estar além ou fora dos cuidados do Amor.
Com esses fatos espirituais, a Ciência Cristã despoja o erro da pretensão de que existam zonas nas quais se possa anular as leis de harmonia, restringir a ação do homem e ameaçar a paz universal. Não há circunstância no bem imensurável para o mal existir, não há tempo para o desenvolvimento do paganismo, não há espaço para o magnetismo animal, não há oportunidade para a guerra, não há lugar para a peste, não há região que possa ser capturada, não há oportunidade para discórdia, pecado ou morte.
Para que a humanidade possa se conscientizar da eterna segurança que o homem desfruta no universo da Alma, a Sra. Eddy deu ao mundo a revelação da Ciência divina. Em seu poema "Christ and Christmas" [O Cristo e o Natal], há uma declaração importante sobre essa Ciência:
“Deslocando-se celeremente, de uma zona a outra, —
Resplandecente, gloriosa, distante,
— acima da sombria noite do caos brilhou
Uma estrela solitária, audaz.
Em terna misericórdia, impulsionada pelo Espírito
Um raio leal
A despertar vivos, a ressuscitar mortos
E a apontar o Caminho —
A ideia-Cristo, que Deus unge —
Da Verdade e da Vida;
O Caminho na Ciência Ela aponta,
Que faz calar toda contenda”
Ao ponderar sobre essas palavras, o estudante de Ciência Cristã pode perceber mais claramente o poder do Cristo, a verdadeira ideia de Deus e Seu universo, estimulando toda consciência humana a tomar conhecimento da onipotência e onipresença de Deus. Sem nunca começar nem parar, mas sempre se deslocando, o Cristo desafia uma crença após outra em domínios, poderes e realizações do erro e acaba com todas essas crenças, libertando o desamparado, o temeroso, o cativo. A verdadeira ideia, ao aparecer onde quer que o erro pretenda estar, prova que somente Deus e Sua manifestação estão ali. Elevando-se acima da “sombria noite do caos”, a luz do Cristo dispersa a obscuridade do erro e “faz calar toda contenda”, revelando a tranquilidade imperturbada da existência espiritual universal.
“Deslocando-se celeremente, de uma zona a outra”, o Cristo estimula os viventes a colocarem sua confiança em Deus e em Seu plano eterno de bondade. Abre um caminho para que a humanidade escape das crenças de perseguição e cativeiro, pois demonstra a unidade eterna de Deus com o homem, e essa verdade desafia e vence a mentira de que os homens possam estar separados da ajuda divina. Ele estimula os homens a resistirem à arrogância da mente mortal e a se tornarem cientes da presença dos anjos, pensamentos de Deus, que já estão com eles para que possam ser enviados aos lugares mais distantes.
O Cristo é o libertador dos homens tanto antes como depois que a pretensão de morte se imponha. O Cristo é o aniquilador das crenças em guerras e em sepulturas. Ele é o Salvador de muitos, o libertador das massas, a mensagem rápida e coincidente e a manifestação da Vida eterna para todos os homens. Nenhum decreto, muralha, guardas, circunstâncias ou localidades podem afastar o Cristo de alguém. A verdadeira ideia é inseparável dos homens, uma influência sempre presente no pensamento humano, um Salvador supremo e oportuno, que possui o poder apropriado para refutar e anular qualquer pretensão de que o mal possa ter realidade, presença ou poder em algum lugar no universo de Deus. Com relação ao Cristo, nunca se pode dizer que há pouco demais ou que é tarde demais para satisfazer à necessidade humana.
A verdadeira ideia do único Deus infinito, o bem, ataca as cidadelas do paganismo e exige o desmoronamento da crença em outros deuses. Diante de sua luz flamejante, as estruturas frágeis do misticismo, da superstição, da imaginação e da imposição desaparecem na obscuridade. O Cristo anula esse mesmerismo e liberta de tal escravidão. É realmente um Salvador ativo, sempre ao alcance de toda a humanidade.
O Cristo é a mensagem e a evidência para todos os homens da eterna presença do Amor infinito que tudo abrange. Ele faz com que tomemos consciência da altitude do Amor que alcança além dos céus, acima das estrelas e além dos ventos. Elevando-se cada vez mais alto, até onde o pensamento pode alcançar, o Amor segue sendo o Altíssimo. Mesmo o voo a uma grande altitude não ultrapassa as fronteiras de seus cuidados, nem fica fora da lei de sua abrangência.
O Cristo revela a profundidade do Amor. Abaixo do horizonte, por baixo das águas, sob todas as formações e do fundamento de toda a criação da Verdade reside o Amor. Mais fundo do que o raciocínio humano pode alcançar, imensuravelmente além da linha de exploração, muito abaixo das sondagens e escavações da pesquisa humana, no próprio centro do universo está o Amor.
O Cristo mostra a amplitude do Amor. Através de todas as águas e sobre todas as terras, além de todo espaço e tempo, sem cessar nem nunca estar ausente, aqui e no além, estende-se a amplitude do Amor. Mundos e mais mundos se revolvem dentro do seu domínio e mesmo a menor identidade da Vida se alimenta em seu seio. Continuamente em sua existência eterna, o Amor vive, conhece e mantém o que lhe pertence.
À medida que a consciência humana contempla essa infinidade do Amor, Deus, e Seu universo espiritual, as pretensões de ódio, guerra e desolação chegam ao fim, uma vez que não podem ter reino nem mandato onde se sabe que o Amor está. O zoneamento da crença humana, que concederia uma localização ao mal e lhe daria liberdade, torna-se obsoleto, e a onipresença do bem divino aparece como realidade.
Deus, o Criador de tudo, está em paz, e Seu universo prospera nessa paz. Em todo o reino da realidade não existe nenhuma zona de perigo, nenhuma zona de guerra; não existe nenhuma região onde o mal resida ou opere; não existe nenhum litoral estéril, nenhum lugar deserto, nenhuma profundidade traiçoeira, nenhum espaço desabitado, nenhuma muralha de prisão, nenhuma potência temida, nenhum território inimigo. Então, não tenhamos medo. Caminhemos pelos lugares em segurança e tenhamos a vitória sobre a crença em qualquer poder separado de Deus. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a Sra. Eddy diz: “A profundidade, a largura, a altura, o poder, a majestade e a glória do Amor infinito enchem todo o espaço. Isso é o bastante! (p. 520)”.
