Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer
Original para a Internet

Levanta-te e anda!

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 29 de junho de 2017

Tradução do original em inglês publicado originalmente na edição de fevereiro de 1945 do The Christian Science Journal.


No poema ilustrado, “O Cristo e o Natal”, de Mary Baker Eddy, há uma gravura de dois anjos sem asas, movendo-se pelo espaço com graça e ligeireza. Não será que eles mostram algo da atividade da ideia espiritual, algo acerca da celestial força motriz da graça divina, vivificando e estimulando o pensamento com o ímpeto da inspiração e da inteligência divina? Tal atividade do pensamento é descrita de forma figurada por Ezequiel (1:12, 14), em sua visão do querubim, onde lemos: “Cada qual andava para a sua frente; para onde o espírito havia de ir, iam; não se viravam quando iam. ... Os seres viventes ziguezagueavam à semelhança de relâmpagos”. 

Em um momento de visão espiritual, são reveladas verdades eternas que, de outra forma, levaria anos para a mente humana compreender. Não é de admirar, então, que quando, por meio do senso espiritual, começamos a compreender estes dois livros, a Bíblia e Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, temos lampejos da luz divina e vivenciamos a cura instantânea.   

Diz-se que um impulso elétrico dá a volta ao redor do globo em menos de um segundo, mas o pensamento espiritual é ainda mais rápido, pois é independente do tempo, e seus resultados são instantâneos. “...num momento, num abrir e fechar de olhos”, como disse o Apóstolo Paulo (1 Cor. 15:52), uma cena de desespero pode, por meio da ação da compreensão e da reflexão espirituais, ser transformada em uma cena de plena realização. Com a velocidade do bem e com a celeridade das ideias divinas, nossa experiência pode ser transformada, passando de um senso material incapacitado, aleijado, para um senso de plena liberdade e exuberante atividade.

“As ideias infinitas da Mente correm e se alegram. Em humildade, escalam as alturas da santidade”, lemos no livro-texto da Ciência Cristã (p. 514). Quando o pensamento é movido pelo Espírito, quando nosso coração está repleto de liberdade e felicidade espirituais, como pode haver inação ou impotência? Às vezes, ouvem-se estas palavras entre aqueles que recorrem à Ciência Cristã em busca de cura física: “Sinto-me como se estivesse caminhando no ar”. 

Entretanto, os processos de pensamento e impulsos da mente humana são muito diferentes. O pesar e o desespero se arrastam pesadamente. Lentos e desajeitados são os movimentos do amor ao ego e da ganância. A presunção de uma retidão pessoal, tateante e vacilante, bloqueia seu próprio caminho. Se o pensamento está ressentido, é orgulhoso ou egotista, ele fica limitado pelos sulcos restritivos do senso pessoal. A inveja e o ciúme paralisam importantes atividades. A pressa da ambição desmedida e da raiva é desastrosa. A ação da vontade do ego e da agressividade tende a ser explosiva e destrutiva. 

A movimentação meramente material parece sempre nos sobrecarregar a todos, de muitas maneiras. Quando desprovidos da proteção dos meios espirituais, os mortais ficam confusos no turbilhão das investidas do pensamento mortal, da mesma maneira que os flocos de neve rodopiam ao sabor dos ventos. As incômodas forças da atividade material, bem como a apatia da inatividade, têm de ceder à oniação do bem divino, e é preciso demonstrar que elas são irreais.  

Em seu sermão intitulado “A ideia que os homens têm de Deus” (p. 10), a Sra. Eddy escreve: “O pensamento é a essência de um ato e o elemento mais forte da ação, assim como o vapor tem mais força do que a água, simplesmente porque é mais etéreo”. Por essa razão, o funcionamento harmonioso no reino físico é o resultado, não da matéria, mas da ação mental. A Mente não está no corpo. Portanto, o corpo não move o pensamento de um lado para o outro. É o pensamento que move o corpo de um lado para o outro. Por conseguinte, a ação não é produzida por nada que esteja dentro de um corpo físico, nem está subordinada a nenhuma de suas condições.

Será então de estranhar que, com uma mudança na maneira de pensar, do material para o espiritual, ocorra uma mudança repentina nas condições físicas? Será de estranhar que quando o Amor lança fora dolorosos temores e liberta o estado mental que estava preso a dúvidas paralisantes e teorias claudicantes, o resultado seja a cura instantânea? Em uma consciência onde o perdão, a humildade e a pureza estejam radiantemente ativos, não existe nenhum pensamento doentio para ser manifestado em ação doentia. Para alguém que esteja deixando atrás a crença na ação material e passando a apoiar-se, em espírito de oração, no Princípio divino, não pode haver propensão a tropeçar, a cair, ou a machucar-se; não pode haver estado trêmulo nem estado de agitação; não pode haver um caminhar claudicante devido à idade avançada. A compreensão a respeito da incorporalidade demonstra o domínio sobre a crença de que a atividade possa ficar reduzida ou prejudicada, ou de que ocorram desastres.

Podemos nos empenhar seriamente em compreender como obter domínio sobre a mecânica dos processos do pensamento material, e entender como a ação sanadora do Espírito pode ser demonstrada. Às vezes, isso pode acontecer em uma emergência, ou em alguma experiência purificadora como a ocorrida no Getsêmani, em que as iluminações do Espírito despertam o pensamento para uma ação súbita e dinâmica. Mas, muito frequentemente, é na oração silenciosa que a ação da Mente divina é vivenciada. Assim como as folhas se movem ao sopro de uma suave brisa, assim também o pensamento receptivo se move no recinto sagrado da oração. Na oração silenciosa, o pensamento é libertado do tempo, da distância e da locomoção material e fica livre para se elevar ao reino do existir incorpóreo. Com o pensamento assim estimulado, o mecanismo mental do pensamento indisciplinado é silenciado. A Alma comanda os sentidos e a matéria não pode resistir à ação harmoniosa e sanadora do Cristo. 

Quando a Ciência Cristã veio a esta autora, achou-a inválida em uma casa de repouso, sofrendo de uma dupla curvatura da coluna vertebral. Os médicos não lhe ofereciam nenhuma esperança de viver de outro modo, exceto como inválida. À medida que os meses de inatividade passavam lugubremente, ela começou a achar que seria preferível deixar este palco da experiência terrena. Ela fez muitas perguntas com relação ao céu e à Alma, mas ninguém lhe deu respostas satisfatórias. No entanto, certo dia, uma amiga lhe falou sobre a Ciência Cristã e seu ensinamento de que o reino dos céus não está lá em cima no azul, nem é ele uma localidade, mas sim um estado divino de consciência. Essa resposta fez com que ela desejasse saber mais sobre tal ensinamento que trazia tanto conforto. 

Uma praticista da Ciência Cristã foi chamada. Depois de dar um tratamento, a praticista recomendou que a paciente ficasse em plena liberdade para se levantar e andar, e salientou que essa liberdade estava de acordo com a lei de Deus. A praticista contou a história bíblica sobre a cura de um homem paralítico que fora conduzido em um leito, o qual haviam baixado através de uma abertura feita no telhado de uma casa, e depositado aos pés de Cristo Jesus. E contou também que esse homem correspondeu imediatamente à ordem libertadora do Mestre, conforme consta do Evangelho de Marcos (2:11): “...Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa”. 

Refletindo com atenção sobre essa experiência, esta autora compreendeu que a ordem de levantar-se e andar se aplicava a ela também e imediatamente se sentiu elevada e inspirada como que pelo terno toque sanador do Cristo, e ficou contente, confiante e grata. Ora, exclamou ela para si mesma, por que realmente deveria sua vida inteira ficar sujeita a um pedaço de matéria torcida? Por que deveria ela ser inútil e inativa? Então, começou pouco a pouco a tentar se levantar e constatou que não sentia dor. Ela se vestiu, tomou um bonde e foi visitar sua mãe, que estava em um hotel. Os elevadores não estavam funcionando. Ela olhou para a escada e, repetindo fervorosamente a Oração do Senhor, subiu cinco lances sem dificuldade e irrompeu no apartamento da mãe, exclamando: “Estou curada!” Depois disso, a mãe insistiu em que um médico a examinasse e, quando esse exame foi feito pelo mesmo médico que a havia examinado anteriormente, ele exclamou atônito: “Ora, sua coluna está perfeitamente ereta!” Algum tempo mais tarde, ele comprou o livro-texto da Ciência Cristã, na esperança de verificar como a cura havia se realizado. 

Controlado pela ação da Mente, o corpo expressa graça, flexibilidade e agilidade. Davi deve ter vislumbrado algo sobre essa verdade, quando declarou: “Ele deu a meus pés a ligeireza das corças...” (2 Samuel 22:34). A visão espiritual dá novas energias à ação. A gratidão salta e corre com alegria, canto e louvor. E o amor, em sua reflexão já não confinada, pisa a terra com passo exultante. Com toda a certeza, hoje como ontem, a potência divina do pensamento semelhante ao do Cristo capacita o triste e o cansado a correr e a saltar com alegria, o abatido sofredor a sair da inatividade e viver uma vida útil, e o coxo e deficiente a levantar-se e andar.

Tradução do original em inglês publicado originalmente na edição de fevereiro de 1945 do The Christian Science Journal.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

More web articles

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.