Ultimamente, a maior parte do dia das pessoas inclui distanciamento físico, isolamento e até quarentena. Há uma compreensível preocupação com esse problema, pois pode levar a um estado mental obscuro, tal como uma profunda solidão. Mas esse não precisa ser o caso, especialmente se compreendemos que sempre existe uma presença tangível bem ao nosso alcance.
Logo no começo da Bíblia, há uma promessa animadora que Deus fez a Jacó, a qual realmente se aplica a todos nós: “Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores... porque te não desampararei...” (Gênesis 28:15).
Ao contrário do que às vezes parece, o tempo que passamos sozinhos pode ser quando menos nos sentimos isolados. Quando vislumbramos que Deus nunca, jamais, nos abandona, podemos começar a nos sentir muito conectados com Ele e centrados no puro bem da Deidade. Realmente, é impossível distanciar-nos de nossa origem divina. Deus está sempre plenamente presente. Começar a reconhecer isso, mesmo que seja um pouquinho, nos faz sentir muito menos solitários.
Uma amiga acabou de voltar de vários meses de trabalho na Antártica. Ela teve muito pouco contato com o mundo exterior. Eu lhe perguntei: “O que foi que a confortou e inspirou quando você se sentia isolada?” Ela citou uma frase do Hino 278, do Hinário da Ciência Cristã: “Céu, lar, são teus, peregrino na terra” (P.M., adaptada © CSBD). Isso a ajudou a perceber que, como disse ela: “Não era preciso eu estar em minha casa na América do Norte para me sentir amada, conectada, confortada e protegida. Onde quer que eu estivesse, o amor de Deus e o lar que Ele me dá já estavam ali”.
Reconhecer essa realidade espiritual lhe deu “um senso de propósito a cada dia”, e também a reconfortou e lhe deu “um senso do permanente amor de Deus”.
A Ciência Cristã revela que Deus, que é o Espírito divino, criou e conscienciosamente mantém cada um de nós, não como mortais, mas como imortais, espirituais, protegidos por Deus. A fundadora dO Arauto da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, explica em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “...o espaço infinito é povoado com as ideias de Deus, as quais O refletem em incontáveis formas espirituais” (p. 503).
É uma alegria aprender que é nessa unidade com o Espírito divino que nós realmente residimos. Como ideias do Espírito, não estamos em isolamento, não temos infecção, nem insuficiência, pois esses elementos jamais fizeram parte da origem divina que nós refletimos. É belo e poderoso vislumbrar como a essência do Espírito se expressa em nós, a criação de Deus. Cada um existe para demonstrar o amor de Deus, a inteireza, a inteligência, a pureza, a alegria, seja pessoalmente, pela internet ou simplesmente na agradável solidão, em serena comunhão com Deus. Visto que essas qualidades divinas estão presentes e ativas em nós, não podemos estar nem sequer um pouco separados de nossa origem divina.
Também me sinto inspirado quando me dou conta de que somos ideias do Espírito, somos filhos do Espírito e sempre estamos espiritualmente uns com os outros. Mary Baker Eddy diz isso desta maneira: “Onde Deus está nós podemos nos encontrar, e onde Deus está nunca podemos nos separar” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Escritos], p. 131).
Realmente não existe separação no amor de Deus, nunca nos separamos do companheirismo, nem do bem infinito. O desejo de abrir nossos olhos ao fato sagrado de que não podemos ficar distantes de Deus, o bem, é uma oração profunda e confortadora. Agora (e a qualquer momento!) é a hora em que podemos permitir que o Amor divino nos dê uma consciência mais sólida de como estamos em perfeita união com Deus, mesmo quando estamos fisicamente isolados dos outros. Esse Amor divino nos traz o conforto sanador e o companheirismo.