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Original para a Internet

Saiba o que você é

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 30 de março de 2020


Durante muitos anos, certas circunstâncias costumavam desencadear em mim uma reação de autocondenação, seguida por sentimentos de baixíssima autoestima. Era um ciclo vicioso extremamente infeliz. Então, um dia, dentro daquele cenário previsível, uma suave mensagem corretiva me veio ao pensamento: “Isso não é você”.

Ao reconhecer esse pensamento como uma mensagem trazida pelo Cristo, vinda de Deus, o Amor divino, considerei-a como um chamado instantâneo para despertar e deixar de guardar pensamentos pouco amorosos sobre mim mesma e, em vez disso, lembrar-me de quem eu sou como criação de Deus. Eu me senti instantaneamente lavada e limpa. Desde esse momento, nunca mais caí na armadilha desse padrão de pensamento destrutivo. Senti-me livre e em paz! É claro que sou grata por isso, mas sou ainda mais grata por essa prova do amor redentor de Deus.

Há um relato na Bíblia que me fala muito diretamente a respeito de como é importante conhecer nossa verdadeira identidade como filhos de Deus. Depois de um naufrágio ocorrido durante sua viagem a Roma, como prisioneiro, o apóstolo Paulo e outros companheiros do barco encontram segurança nas praias de uma ilha (ver Atos 28:1–6). Os nativos do lugar os tratam com amabilidade, fazendo uma fogueira para acolhê-los e aquecê-los. Mas, quando Paulo junta alguns gravetos e os joga ao fogo, uma cobra venenosa, fugindo do calor, se prende à sua mão. Vendo isso, os nativos presumem que ele seja um assassino que, nesse momento, livre do naufrágio, esteja recebendo seu justo castigo. A reação de Paulo é sacudir imediatamente a víbora para dentro do fogo, sem sofrer nenhuma consequência má. Sua clara compreensão de sua relação com Deus o capacita a sair ileso do incidente, apesar de essa experiência parecer dramática, e da expectativa de mau agouro que o rodeava. 

Levando em conta o simbolismo da serpente na Bíblia, como um tentador ou acusador, podemos também ver que a ação de Paulo, de sacudir a serpente e largá-la de novo no fogo, simboliza sua rejeição da acusação venenosa de que ele é um mortal pecador com um passado abominável. Embora não se saiba se anteriormente o próprio Paulo tivesse ou não sido um assassino, ele havia consentido que os cristãos fossem perseguidos e assassinados, e havia estado presente quando esses atos haviam sido cometidos. Mas Paulo vivenciou uma mudança de pensamento e de caráter, quando chegou a uma nova compreensão de Cristo Jesus como o Messias prometido (ver Atos 9:1–20). Ele resumiu essa mudança, assegurando aos outros que “...se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5:17).

Paulo havia alcançado uma visão corrigida acerca da identidade e do propósito de Cristo Jesus. Ele havia sido espiritualmente iluminado, e compreendera que sua vida estava “...oculta juntamente com Cristo em Deus” (Colossenses 3:3).

A experiência de Paulo demonstra que a presença do Cristo faz com que Deus seja conhecido por nós de uma maneira inteiramente nova. Mary Baker Eddy descreve o Cristo no Glossário de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras como “A divina manifestação de Deus, que vem à carne para destruir o erro encarnado” (p. 583). O Cristo está sempre falando à consciência humana, mostrando-nos o que cada um de nós é, e o que significa sermos feitos à imagem e semelhança de Deus. Essa percepção espiritual nos permite abandonar todo e qualquer ponto de vista destrutivo a nosso próprio respeito e a respeito dos outros, como pessoalidades materiais com uma história material. Nós somos renovados, feitos de novo. 

Estou convencida de que o meu próprio despertar e a consequente renovação que senti foi o fruto natural da oração e da busca espiritual. Durante algum tempo antes daquela mensagem que recebi, dizendo: “Isso não é você”, a qual transformou minha vida, eu estivera orando diligentemente com a “Oração diária”, que consta do Manual dA Igreja Mãe, de autoria da Sra. Eddy. O Manual declara: “É dever de todo membro desta Igreja orar diariamente assim: ‘Venha o Teu reino’; estabeleça-se em mim o reino da Verdade, da Vida e do Amor divinos, eliminando de mim todo o pecado; e que a Tua Palavra enriqueça os afetos de toda a humanidade, e a governe!” (p. 41).

Deus quer que nós O conheçamos. Ele capacita cada um de nós a conhecer-nos a nós mesmos e aos outros, como fomos criados por Ele.

Eu estivera orando todos os dias com um desejo sincero de ter o “reino da Verdade, da Vida e do Amor divinos” poderosamente estabelecido em mim. Assim ficaria descartado tudo o que se opusesse ao fato de que Deus é o bem. Eu não tinha nenhuma agenda em especial, a não ser a de me renovar, de ser lavada e purificada de tudo o que não me representasse como o reflexo do bem, que é Deus. Tenho a certeza de que o que se seguiu para mim foi a ação do Amor divino, cumprindo esta promessa: “Quando um coração faminto pede pão ao divino Pai-Mãe Deus, não recebe uma pedra — porém mais graça, obediência e amor” (Mary Baker Eddy, Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 127).  

Eu também estivera refletindo, durante algum tempo, a respeito de uma declaração interessante que a Sra. Eddy ditou ao seu secretário de longa data, Calvin Frye, com relação à pessoalidade humana: “Tudo quanto diminui o senso de amor e aumenta o senso de pessoalidade lança tua influência para o lado do mundo, da carne & do diabo...” (Yvonne Caché von Fettweis e Robert Townsend Warneck, Mary Baker Eddy: Uma Vida Dedicada à Cura, Edição Ampliada, p. 397).

Pareceu-me importante compreender a advertência implícita nessa declaração — e, da mesma forma, ver como a atenção a essa advertência poderia ser particularmente significativa em minha própria vida. A pessoalidade inclui características dualistas: as ideias e as qualidades boas e produtivas, que são reais e dadas por Deus, e os conceitos e traços opostos, que não têm nenhuma realidade ou autoridade. Esses conceitos e traços negativos e perturbadores são supostamente formados e moldados por fatores relacionados ao mundo material, tais como as influências genéticas, as experiências vividas na infância e assim por diante. Sob esse ponto de vista, o mundo é visto como material, tendo seu próprio poder de criar e governar, e o homem criado pela matéria, tendo uma mente própria, boa e má. Tal conclusão sugere algo que parece diferente de Deus. Mas Deus é o Espírito, infinitamente bom, é o Criador do homem e do universo.

A Ciência Cristã declara que é impossível existir um criador que não seja Deus, ou que o homem (qualquer um) seja algo a não ser a criação espiritual de Deus. O primeiro capítulo da Bíblia afirma que Deus é o bem e criou o homem à Sua imagem, segundo a Sua semelhança. Esse homem não é uma pessoalidade material formada pelo mundo, mas sim uma individualidade espiritual semelhante a Deus. Assim o explica Ciência e Saúde: “O Ego único, a Mente única, o Espírito único chamado Deus, é a individualidade infinita que provê toda forma e beleza e que reflete a realidade e a natureza divina no homem espiritual individual e nas coisas espirituais e individuais” (p. 281). 

Talvez para algumas pessoas não seja fácil, de inicio, aceitar a verdade de que são espirituais, criadas por Deus, constituídas somente pelo bem. Isso nos exige sacrificar o senso de que somos identidades finitas, materiais. Mas, com esse sacrifício, alcançamos uma percepção clara, precisa e espiritual do que realmente somos. Isso traz um genuíno senso de autoestima e verdadeira alegria à nossa experiência humana e também nos dá uma base sólida para rejeitar a visão limitada e terrenal acerca de nós mesmos.

Jesus prometeu aos seus discípulos, antes de deixá-los, que um Consolador, um Confortador, viria para lhes ensinar todas as coisas (ver João 14:16, 26). Eles não ficariam sozinhos; o ensino e a missão transformadora do Cristo continuariam. E assim foi. Por meio da Ciência do Cristo, ou a Ciência Cristã, podemos, cada um de nós, sentir o conforto do Cristo, abraçando-nos e mostrando-nos a nossa verdadeira natureza espiritual, semelhante à de Deus. O Cristo, o Confortador, fala a cada um de nós. Ele transforma o nosso pensamento quanto ao que é real. À medida que nos tornamos mais conscientes da realidade espiritual e a aceitamos, o conceito equivocado a respeito da nossa individualidade começa naturalmente a ruir, libertando-nos para que possamos ser, de maneira mais clara, aquilo que fomos criados para ser. Foi isso o que aconteceu comigo.

Deus quer que nós O conheçamos. Ele também capacita cada um de nós a conhecer-nos a nós mesmos e aos outros, como fomos criados por Ele, pois grande é Seu amor por nós. Dessa maneira, Deus está constantemente nos ensinando, constantemente nos conduzindo, por meio do Cristo, a uma visão mais plena da realidade divina a respeito do que realmente somos.

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