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Original para a Internet

A terna paternidade de Deus

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 5 de agosto de 2021


Há alguns anos, vi dois filhotes de andorinha azul aprendendo a voar, saindo da casinha que ficava no final do nosso ancoradouro. Um deles levantou voo de manhã, com um dos pais voando ao lado, até voar confiante por conta própria. O outro filhote permaneceu no poleiro por mais algumas horas, até se sentir pronto para voar. O outro adulto esperou junto dele e depois o acompanhou no voo, em meio a uma chuva torrencial.

Essa cena me fez pensar na terna paternidade e maternidade de Deus. Cristo Jesus compreendia claramente que Deus era o seu — e o nosso — Pai. Sempre gostei muito dessa ideia porque indica a ternura de Deus, que Ele expressa para com o homem, cada um de nós, por sermos Seus filhos espirituais.

A Ciência Cristã ensina que Deus, a fonte de toda a criação, é infinito, é a Mente sempre presente, e que o homem é Sua ideia e expressão. A Bíblia diz: “…vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor; eu sou Deus” (Isaías 43:12). Para mim, isso significa que damos testemunho de Deus quando expressamos as qualidades do Seu ser, tais como inteligência, graça e força. Essas qualidades são inatas em nós, vindas diretamente do nosso Pai divino, Deus. Aliás, Deus e a Sua expressão, o homem, não podem ser separados, deixando o homem a vagar por conta própria. 

Esse terno pensamento foi de muita ajuda na criação de nossa família. Por exemplo, quando nosso filho tinha cerca de oito anos, ele subia de bicicleta por uma extensa colina, no bairro para onde havíamos nos mudado recentemente, e desaparecia da nossa vista. Mas imediatamente após qualquer pensamento de preocupação, eu parava para me lembrar de que, por causa da ligação dele com Deus, seu Pai, o menino possuía toda a inteligência, obediência, e bom senso para estar sempre em segurança e nunca poderia desviar-se da presença dEle. Logo em seguida, eu via a criança descendo a colina a toda velocidade, divertindo-se muito e inteiramente a salvo. Alguns anos mais tarde, quando nossa filha aprendeu a dirigir, às vezes saía à noite com os amigos. Esse mesmo fato espiritual a respeito da ternura do seu Pai divino sempre presente, e da receptividade dela à Sua orientação, libertava-me da preocupação.

Deus e o homem não podem ser separados, deixando o homem a vagar por conta própria.

A compreensão a respeito de Deus como Pai-Mãe também me ajudou muito, ao orar sobre relacionamentos familiares. Tempos antes, na minha vida, ao passar da adolescência para a idade adulta, havia sido muito difícil o relacionamento com minha mãe. Depois que casei e constituí família, às vezes surgiam situações em que discordávamos. Meus pais viviam em outro estado, e suas visitas eram frequentemente tensas. Uma vez, durante uma dessas visitas, que já durava uma semana, eclodiu uma discussão entre nós, e eles foram embora para o hotel próximo onde estavam se hospedando.

De minha parte, fiquei pensando muito seriamente: “Se eu ao menos pudesse ter um pouco de paz!” Fui para um quarto no andar de cima e fechei a porta. Logo, as palavras de Jesus: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9) me vieram suavemente ao pensamento. Sempre havia pensado nesse versículo referindo-se “horizontalmente” a vizinhos ou a pessoas de outros países ou culturas. Mas, nesse momento de necessidade, ao recorrer a Deus, compreendi subitamente que também podia ser aplicado, “verticalmente”, de uma geração a outra — nesse caso, no relacionamento com minha mãe, e no relacionamento com meus filhos. Em realidade, todos nós somos pacificadores e filhos de Deus. Com essa nova compreensão, senti uma enorme sensação de alívio.

Na manhã seguinte, meus pais voltaram para o café da manhã sem nenhum sinal da discórdia da noite anterior. Mais tarde, pela primeira vez em vários anos, voltaram para a casa deles sentindo-se contentes.

Esse não foi o final dos momentos difíceis entre nós, mas nossa relação melhorou de maneira firme e constante, e eu sempre relembrei aquele instante de discernimento sobre ser um pacificador. Alguns anos mais tarde, quando minha mãe estava em um lar de idosos, dei-me conta de que ela estava expressando muito mais gratidão para comigo, e eu expressava mais bondade para com ela. Tivemos um relacionamento harmonioso antes de seu falecimento.

Uma manhã, mais recentemente, eu estava estudando um artigo do Sentinel que me fez lembrar da época em que meus filhos estavam crescendo. Pensei: “Ora, esse mesmo Deus Pai-Mãe que estava — e está — cuidando deles é também o meu Pai-Mãe Deus, que me conforta, sustenta e guia exatamente agora e sempre, em qualquer desafio! Oh, que alegria!”

Essa é a realidade para todos. Por isso, mesmo que não tenhamos uma família próxima, ou que nossa família não possa nos ajudar durante tempos difíceis, nosso divino Pai-Mãe está sempre conosco. Em um poema intitulado “Apascenta as minhas ovelhas”, Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, escreve sobre Deus conduzindo ternamente todos os Seus filhos. Parte desse poema diz:

Praia estranha a palmilhar,
  Lido em solidão,
Quero pela porta entrar,
  Onde os Teus estão.
(Hinário da Ciência Cristã, nº 304–309)

Se estivermos nos sentindo abandonados ou ignorados, podemos recobrar ânimo por saber que Deus não foi embora. Ele ainda é o terno Pai-Mãe Deus sobre quem o livro de Isaías fala: “Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei…” (66:13). À medida que aprendemos a ver a nós mesmos e aos outros como filhos do único Deus, compreendemos que somos todos verdadeiramente uma só família, e que cada um de nós é a expressão individual e completa de Deus, ternamente cuidada sob Suas poderosas asas.

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