Em dezembro de 2019, recebi uma orientação muito clara de Deus para que pedisse demissão do meu emprego de professora em Viena no final de março e voltasse para a Austrália. Eu estava relutante em regressar antes do final do ano escolar, mas desejava obedecer a essa orientação e, então, entreguei meu pedido de demissão. Eu estivera orando com uma praticista da Ciência Cristã a respeito de uma doença e, logo depois de tomar essa atitude, constatei que estava completamente curada.
Avancemos para a metade de março, quando faltavam apenas duas semanas para eu cumprir o prazo de aviso na escola, e eu já havia reservado o voo de retorno para a Austrália para 1º de abril. De uma hora para outra, o governo austríaco anunciou que todas as escolas fechariam devido à Covid-19 e que seriam estabelecidas restrições.
Como eu tinha pouca comida em casa, fui ao supermercado. Contudo, quando tentei pagar, nem meu cartão de débito nem o de crédito foram aceitos. O gerente não tinha explicação para meus cartões não passarem e sugeriu que eu fosse a um caixa eletrônico para sacar o dinheiro. Contudo, os bancos estavam fechados e meu cartão não estava liberando minha entrada no prédio do banco, portanto, eu não tinha acesso aos caixas eletrônicos. Tive de deixar minhas compras no supermercado.
Com pouca comida em minha geladeira, sem acesso ao meu dinheiro e sem a menor possibilidade de consegui-lo de outra maneira, devido às restrições, vi-me em uma situação problemática. Mas, devido ao estudo da Ciência Cristã, eu sabia que sempre podemos confiar em Deus para cuidar de nós em qualquer circunstância. Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, nos assegura: “O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana” (p. 494).
Voltei-me então a Deus de todo o coração e ouvi atenta Sua orientação infalível. A resposta que recebi foi: “Deus não deseja que você fique confinada”. Também me veio ao pensamento que, já que eu iria ficar confinada em Viena, talvez fosse melhor regressar ao meu país mais cedo do que o planejado.
Quando voltei ao meu apartamento, olhei meus e-mails e encontrei uma mensagem da praticista que havia orado comigo em dezembro. Ela não fazia ideia da minha situação naquele momento, mas disse que, com tudo o que estava acontecendo no mundo, era muito importante obedecer a Deus, porque a obediência, que mantém nosso senso de estar unidos com Deus, é nossa vida. Eu sabia que meu dever era para com Deus em primeiro lugar.
Vi, então, uma publicação no Facebook, a qual dizia que a embaixada da Austrália estava pedindo que todos os australianos voltassem imediatamente para o país e que a companhia aérea Austrian Airlines suspenderia todos os voos saindo de Viena a partir da quarta-feira. Isso estava ocorrendo na segunda-feira.
Enviei um e-mail para minha chefe, perguntando se eu poderia antecipar minha viagem. Ela concordou, desde que meus alunos do último ano estivessem com suas tarefas em dia. Liguei para a agência de viagens, mas não consegui mudar o voo de abril. Então, fiz uma reserva online em outro voo, para o dia seguinte. O mesmo cartão de crédito, que não havia passado no supermercado, foi aceito quando fiz o pagamento da passagem.
Agora eu tinha duas coisas para fazer ao mesmo tempo — dar aula on-line para meus alunos e empacotar todas as coisas do meu apartamento. Com apenas 24 horas para embalar tudo, achei que seria impossível. Mas eu disse em voz alta: “OK, Deus, Tu estás aqui. Mostra-me o que fazer”. E passo a passo, tudo o que eu precisava organizar, para meus alunos e para a minha viagem, veio ao meu pensamento.
Fui guiada a reservar um táxi para o aeroporto e constatei que eles só aceitavam pagamento em dinheiro. Orei e o pensamento que me veio foi pedir o dinheiro a um rapaz que morava no mesmo prédio e reembolsá-lo por meio de transferência bancária. Ele concordou.
Empacotei minhas coisas durante todo aquele dia até as primeiras horas da manhã, e depois a maior parte do dia seguinte, até a parte da tarde. Com muita gratidão, cheguei ao aeroporto a tempo e embarquei. Na segunda etapa da viagem, sentei-me ao lado de uma mulher que me disse que estava exatamente na mesma situação. Ela também obedecera à orientação divina de partir na terça-feira com sua família e, assim como eu, teve de embalar todas as coisas de sua casa em 24 horas. Conversamos sem parar durante o voo, sobre Deus e a cura cristã, e falei com ela sobre a Ciência Cristã.
Um dia depois de eu chegar à Austrália, o governo anunciou que estava fechando as fronteiras e cancelando todos os voos internacionais, incluindo os que eu havia planejado tomar originalmente em abril. Dezenas de milhares de australianos no exterior ficaram sem poder voltar ao seu país — uma situação que seria resolvida apenas no ano seguinte. Continuo orando para que cada um dos filhos de Deus saiba que Deus está com eles e está mostrando o que precisam fazer, assim como mostrou a mim.
Essa poderosa experiência ensinou-me como é importante obedecer a Deus, não importa o que esteja acontecendo. Já faz alguns anos que oro para estar totalmente disposta a deixar que Deus me governe, e tenho a certeza de que esse desejo me tornou receptiva à orientação divina, que me ajudou a saber o que fazer durante essa situação.
Sou imensamente grata a Deus, a Cristo Jesus, à Sra. Eddy e aos praticistas da Ciência Cristã, que são muito leais, amorosos e desprendidos de ego.
Jodie Eva Cook
Bli Bli, Queensland, Austrália