Sem qualquer sinal de alerta, um grupo alegre e ativo de estudantes do ensino médio tornou-se mal-humorado e difícil de lidar. No início, a professora sentiu-se insegura quanto ao que fazer e até com um pouco de medo. No entanto, como estudante da Ciência Cristã, ela sabia que a oração não somente a libertaria daquelas preocupações debilitantes, mas também a levaria a uma maneira de ajudar aqueles jovens.
A Ciência Cristã faz com que o pensamento se volte ao único Deus infinito, o bem, e Sua lei sempre presente, que governa toda a criação. Essa lei é o fundamento do fato espiritual revelado na Bíblia (ver Gênesis 1) de que cada um de nós é criado à imagem e semelhança de Deus —completo, espiritual, perfeito — e que refletimos o poder de Deus sobre todas as ameaças, desarmonias e aflições.
À medida que minha amiga aceitava a verdade acerca da natureza espiritual de cada um daqueles alunos, como a expressão de Deus, o bem, ocorreu-lhe ouvir algumas das músicas favoritas daquele grupo específico de alunos. Constatou então que focavam o suicídio. Grata por haver descoberto isso, orou com a firme convicção de que cada um daqueles alunos jamais poderia ser separado do Deus infinito, a Vida divina, e do bem infinito que a Mente divina, Deus, revela. Ela compreendeu que, devido à infinitude da Mente, as influências depravadas não podiam ter origem, existência nem poder, mas que eram meramente sugestões falsas.
Munida dessa compreensão espiritual, minha amiga conversou com os alunos e assegurou-lhes que eles possuíam a autoridade, dada por Deus, sobre quaisquer influências sutis ou agressivas que lhes ameaçassem o bem-estar. Ao vislumbrarem essa possibilidade de se libertarem daquela depressão, recuperaram a alegria quase de imediato.
Jesus ensinou que as crianças representam as qualidades encontradas no reino dos céus (ver Mateus 19:14). Por meio da oração, podemos proteger os jovens, vendo-os, e ajudando-os a verem a si próprios, como filhos espirituais de Deus, completos, em vez de mortais imaturos, vulneráveis, sujeitos a perigos e danos.
A natureza espiritual das crianças é sua verdadeira identidade. Tal como cada um de nós, como filhos de Deus, elas são inseparáveis de seu Pai-Mãe totalmente harmonioso e nunca podem ser separadas da Vida — sua verdadeira fonte de alegria e paz. Elas estão em união, são como um com a Mente divina, cuja sabedoria leva a decisões corretas e enche a consciência com o reconhecimento do bem sempre presente.
Essas verdades orientadoras são uma base firme para confiarmos no fato de que as crianças expressam o fato de que são livres das leis e influências materiais, que as levariam à tentação e as fariam gravitar para longe da luz de sua inocência e pureza, rumo a pensamentos e ações sombrios. Isso inclui a capacidade de resistir a influências negativas que aparecem nas mídias sociais e outros meios de comunicação. Acima de tudo, podemos confiar no fato de que as crianças sentem a liberdade espiritual quanto a qualquer impulso de autodestruição. Aliás, se parece haver tal atração, podemos permanecer firmes no Amor infinito e reivindicar de todo o coração, como o apóstolo Paulo fez, que não há nada que possa “...separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8:39).
A Ciência Cristã, revelada ao mundo por Mary Baker Eddy, nos ajuda a compreender a razão pela qual a união com Deus — o Amor e a Vida divinos — é sempre a realidade. Por exemplo, na Oração do Senhor, os cristãos oram: “venha o teu reino” (ver Mateus 6:10). A Ciência Cristã oferece a compreensão de que esse pensamento nos permite captar espiritualmente a ideia de que o reino de Deus já veio — de que a Vida e o Amor divinos estão sempre presentes (ver Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 16).
Como podemos dizer isso, quando vemos as influências e os perigos que parecem tão evidentes? Quando oramos e aceitamos espiritualmente a eterna presença de Deus e Seu reino de infinita harmonia, inevitavelmente compreendemos a natureza espiritual de todos aqueles que estão em nosso pensamento — homens, mulheres e crianças. Ao aferrar-nos a essa compreensão semelhante à do Cristo a respeito dos outros e a expressarmos em relação a todos aqueles com quem entramos em contato, conseguimos realizar nosso desejo inerente de ver a bondade em nós e nos outros — e a agir a partir dessa base. Dessa forma, cada um de nós pode perceber cada vez mais que todos são governados com segurança e em harmonia sob as leis do Amor divino.
Como filhos de Deus, os jovens são livres para exercer seus direitos divinos — para expressar suas qualidades divinas de inocência, pureza, saúde e força, onde quer que estejam. Armados com a consciência de ter esse domínio, eles são invulneráveis a influências e perigos nocivos e prejudiciais.
Mas, e quanto ao resto de nós, se as notícias sobre os eventos mundiais obscurecem nossa visão mais clara de que todas as crianças são filhos e filhas de Deus, sempre seguros e protegidos? Qualquer tentação que nos faça temer que exista um poder ou uma lei material que possa causar separação entre Deus, o Espírito divino, e Seus filhos, é anulada pela compreensão espiritual de que nenhuma outra causa ou criador existe senão Deus, o bem infinito.
Ao abraçarmos em oração as crianças do mundo com os fatos espirituais, ou seja, a verdade sobre seu existir, da mesma maneira como Cristo Jesus as abraçou, podemos confiar no fato de que sua inocência e pureza são permanentes, sempre intactas. Isso abre o caminho para que cada um descubra por si mesmo a alegria, a paz e o domínio que lhes pertence divinamente por serem filhos e filhas de Deus.
Lynne Buckley-Quirk
Redatora Convidada