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Original para a Internet

Como trabalhar em equipe?

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 25 de agosto de 2022


Francis Kéré, que recentemente ganhou o prestigioso Prêmio Pritzker de arquitetura, comprovou o valor de um sólido trabalho de equipe, quando mobilizou toda a sua aldeia, em Burkina Faso, para construir uma escola com baixo consumo de energia elétrica. Ele comentou: “. . .todos podem contribuir no enfrentamento das grandes questões do nosso tempo” (A humble, climate-friendly pioneer in architecture [Um pioneiro humilde e amigo do clima na arquitetura], The Christian Science Monitor, 18 de março de 2022). 

Qualquer pessoa que trabalhe em um projeto de grande valor geralmente está motivado pelo desejo de fazer o bem. A tarefa pode ser pequena, como recolher o lixo do bairro, ou grande, como planejar um sistema de transporte coletivo. 

No esforço de apoiar uma boa causa, podemos nos perguntar o que é que leva aos melhores resultados. Aqueles que realizaram os grandes feitos relatados na Bíblia recorreram a Deus, a fonte de todo o bem, em busca de orientação para enfrentar os desafios. Davi, talentoso líder e rei de Israel, orou: “Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano” (Salmos 143:10). 

Para que um trabalho de equipe dê certo, quer a equipe tenha dois ou vinte membros, é preciso que exista a humilde disposição de fazer o que é melhor em prol de um bom propósito comum a todos — ou, como lemos na Bíblia, fazer a vontade de Deus. Quando Cristo Jesus descreveu seu maravilhoso trabalho de cura para a humanidade, disse: “...eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou” (João 6:38). 

O Deus que Jesus adorava e ao qual obedecia é o Espírito infinito, cuja vontade irresistível, sua lei, governa toda a criação do Espírito. O mestre cristão estava fazendo a vontade de Deus quando alimentou multidões de mais de cinco mil pessoas com pouca comida à disposição, curou doentes e ressuscitou mortos. Por meio desses atos, Jesus revelou a harmonia celestial e o poder do Amor divino, Deus. Era parte de sua missão mostrar-nos que nós também podemos vivenciar a sabedoria e o todo-poder de Deus nas obras de cura e nas tarefas que assumimos. Ele nos ensinou a orar com a Oração do Senhor: “Faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:10).

A obediência à vontade de Deus é o reconhecimento de que Deus é o bem todo-poderoso, a divina Mente única, independentemente de onde estejamos e do que estejamos fazendo. Mary Baker Eddy, que descobriu a Ciência Cristã, interpretou espiritualmente a linha acima, na Oração do Senhor, como: “Faz-nos saber que — como no céu, assim também na terra — Deus é onipotente, supremo” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 17). Mesmo que tenhamos apenas uma pequena compreensão do fato de que Deus é a única Mente verdadeira, sabemos que cada pessoa tem o direito de conhecer a orientação poderosa e inteligente de Deus. Nossa verdadeira natureza espiritual é o reflexo, a ideia, dessa Mente divina, que nos capacita a tomar decisões inteligentes e a trabalhar harmoniosamente em equipe. 

O Apóstolo Paulo diz que “Nós… temos a mente de Cristo” (1 Coríntios 2:16). A Mente do Cristo é nossa capacidade de reconhecer o que Deus está fazendo e quais são os passos espiritualmente sábios a serem dados. União, amor e paciência são a presença e a ação do Cristo na consciência humana, iluminando o caminho para todos. Ao mesmo tempo, o Cristo nos alerta a respeito das ações errôneas e improdutivas, pois estas são dessemelhantes do bem proveniente da Mente, Deus.

A prática da Ciência Cristã não tenta forçar a cooperação, mas dá a cada pessoa espaço para seguir a Mente do Cristo, pois esta é a verdadeira Mente de cada um. Os conflitos são resolvidos pela compreensão de que estamos todos em união com Deus e unidos por Deus, que conhece, ama e guia a ideia perfeita e individual que Ele criou — o homem espiritual. Essa verdadeira identidade de cada um de nós se torna mais clara para todos à medida que oramos para fazer a vontade de Deus. 

Essa verdade de nossa relação espiritual com a Mente divina é falsificada, no entanto, pela crença de que tenhamos uma vontade humana que possa dominar uma equipe e orientá-la na direção que acharmos melhor. Uma visão tão pessoal das coisas nos coloca em desacordo com os outros, seja por pautas conflitantes, seja pela manipulação de recursos limitados ou por ficar andando em círculos, sem um propósito definido. 

Por meio da humildade, os membros da equipe podem ver que a Mente é que governa, não as pessoas. Essa mudança de pensamento unifica a ação, à medida que o bloqueio da vontade pessoal é dissolvido pelo Amor divino. 

Como só há uma única Mente verdadeira, mesmo que haja apenas uma pessoa na equipe que acredite e ceda à supremacia e à sabedoria de Deus, como Cristo Jesus fez, o grupo inteiro é beneficiado. Há a realidade espiritual por trás do indivíduo que ouve a Deus: é o fato de que não é possível haver insubordinação à vontade de Deus. A ideia ou reflexo da Mente, que em verdade somos todos nós, não pode desobedecer ou desviar-se de sua fonte. 

Talvez estejamos trabalhando em um âmbito pequeno, mas nossa contribuição é parte de um bem maior e invencível que impulsiona o progresso da humanidade. Ciência e Saúde descreve nossa inevitável participação no propósito de Deus: “A unidade científica que existe entre Deus e o homem tem de ser posta em prática na vida, e a vontade de Deus tem de ser universalmente feita” (p. 202).

Que alegria é ver a vontade de Deus em ação, quando trabalhamos com outras pessoas para concretizar nossa dedicação ao bem.

Susan Stark
Gerente de Redação 

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