Há mais de um ano, fiquei assustada com o aparecimento de um caroço dolorido no peito. Pensei em alguns termos com que a medicina podia rotulá-lo, mas eu sabia que, o que quer que fosse, seu lugar não era ali. Apesar de ter tomado conhecimento desse caroço, hesitei em enfrentar o caso e tentei simplesmente ignorá-lo. Todas as noites, porém, ao ir para a cama, eu sentia um medo enorme quanto à situação. Eu tentava afastar o medo com trivialidades ou ideias a respeito de Deus, as quais soavam bem e eram aparentemente convincentes, mas eu reconhecia que isso era apenas adiar o momento de lidar com o problema.
Passado algum tempo, tive de ser verdadeira comigo mesma e caí na realidade de que era necessário orar sinceramente, se eu quisesse ficar curada. Naquela noite, ao tentar dormir, senti o medo voltar, sentei-me na cama e decidi parar de ignorar a dor. Com um ânimo recém-encontrado em mim, e determinada a enfrentar a situação, voltei-me para Deus em oração.
Dei-me conta de que eu precisava superar não apenas o medo, mas também o sentimento de culpa. Eu estava bastante preocupada sobre o que poderia acontecer se o problema se agravasse. E me sentia culpada, como se eu tivesse de alguma forma causado o problema. Com o desejo de me livrar desses sentimentos, pesquisei na Bíblia, no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras e em outras obras de Mary Baker Eddy, assim como no Hinário da Ciência Cristã, em busca de verdades sanadoras. Li vários trechos e versos, até que encontrei ideias que soaram verdadeiras para mim. Eu as anotava e ponderava sobre elas. Para cada uma das ideias boas que escrevia, uma alegação oposta irrompia, como que para desafiá-las. Essa luta foi cansativa, mas em meio à batalha, um sussurro de coragem persistiu: “Continue”.
Isso durou várias horas, até que de repente olhei para meu bloco de anotações e dei-me conta de que eu tinha uma página repleta de firmes e poderosas declarações, tais como: “Uma ideia espiritual não contém nem um só elemento do erro, e essa verdade remove devidamente tudo o que é nocivo” (Ciência e Saúde, p. 463) e “O ideal de Deus já não é personificado como um viandante sem lar; e a Verdade não é fragmentária, desconexa, desordenada, mas concentrada e inamovivelmente fixa no Princípio” (Mary Baker Eddy, Retrospecção e Introspecção, p. 93).
Essas verdades já não me pareciam uma coletânea de declarações desvinculadas. E não eram seguidas de agressivas alegações adversas. Já não havia protuberância, nódulo ou “caroço” entre minha compreensão e a verdadeira harmonia do meu existir. O que ficou foi um firme panorama da verdade referente a Deus e a mim — a incontaminada imagem de Deus.
Esse momento sagrado me comoveu e fortaleceu. Eu sabia que esses fatos espirituais eram verdadeiros, não apenas quanto a mim, mas quanto a todos os filhos e filhas de Deus. Naquele instante de compreensão, senti um poder inegável, que reconheci como sendo o Cristo, a Verdade. Conforme absorvia essas ideias, o medo e a culpa se afastaram até desaparecerem completamente.
Esse “romper do dia” (Gênesis 32:24), conforme a descrição da própria luta de Jacó com um problema que ele tinha desde muito tempo, trouxe-me um doce alívio, e reconheci que eu estava completamente curada. Adormeci rapidamente, e, ao término do dia seguinte, não havia nem sequer sinal do caroço, nem nenhuma dor. Meu corpo estava restaurado, mas mais do que isso, uma nova compreensão a respeito de minha identidade espiritual, livre e desimpedida, se estabeleceu em meu coração. É transbordante a minha gratidão pela Ciência Cristã.
Emma Herman
Saint Louis, Missouri, EUA