Durante algum tempo, eu estivera orando por minha saúde. Um dia, eu disse sinceramente: “Ok, Deus, por favor, mostre-me o que eu preciso saber”. De repente, estas palavras me vieram ao pensamento: “Desatai e deixai ir”. Essa mensagem espiritual vem da história bíblica de Jesus, ao ressuscitar Lázaro dentre os mortos: “…Desatai-o e deixai-o ir” (ver João 11:1–44). Quando ponderei sobre esse significado, percebi que eu vinha pensando na hereditariedade. Estava orando e estudando muitas verdades maravilhosas a respeito de minha origem espiritual e minha relação com Deus, o Espírito, mas naquele momento compreendi que eu continuava acreditando que era suscetível de sofrer as mesmas doenças que meus parentes haviam tido.
Foi aí que a luz despontou. Eu realmente queria orar partindo do ponto de vista de minha perfeição e integridade no presente, como explica o livro-texto da Ciência Cristã: “A compreensão como a de Cristo a respeito do existir científico e da cura divina inclui o Princípio perfeito e a ideia perfeita — Deus perfeito e homem perfeito — como base do pensamento e da demonstração” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 259). Na realidade, a doença e a mortalidade são falsas crenças de que nascemos, vivemos e morremos na matéria, e nenhuma dessas falsas crenças realmente jamais me havia tocado, nem havia tocado minha família. Eu precisava “desatar e deixar ir” a perspectiva baseada na matéria e compreender que o homem é e sempre foi puramente espiritual, imortal e livre — expressando infinitamente a saúde, a santidade e a harmonia do Espírito, e nunca separado de Deus, a Vida sempre presente.
Recentemente, reli a história de Lázaro, e ampliou-se minha compreensão. Jesus perguntou onde estava o corpo de Lázaro, quando disse: “Onde o sepultastes?” Viu então que Lázaro tinha sido sepultado em uma gruta, com uma pedra que fechava a entrada. Percebi que a pergunta de Jesus tinha um significado espiritual. E perguntei-me: “Coloquei meus entes queridos em um sonho de vida mortal?”
Hoje, o Cristo vivo e eterno, a ideia divina de Deus que fala à consciência humana, nos ajuda a remover a pedra de quaisquer impressões materiais ou da chamada lei física. O Cristo revela que Deus, o Espírito, é nosso único Pai, nosso Pai-Mãe, e que Ele cria, mantém e sustenta a todos nós como Sua expressão eterna, indestrutível e perfeita. De acordo com nossa relação com Deus, descrita no livro dos Atos: “….nele vivemos, e nos movemos, e existimos…: Porque dele também somos geração” (17:28).
Essa revelação também me alertou para o fato de que os atributos bons vêm apenas de Deus. Os atributos bons não são realmente traços desejáveis, físicos ou de personalidade, que herdamos de nossos ancestrais, mas qualidades espirituais, como graça, força, integridade e bondade, que são nossas, vindas de Deus e que se refletem em nós. Concordar com a sugestão de que herdamos algum traço físico desejável pode nos fazer também aceitar inconscientemente a ideia de que herdamos características indesejáveis. Quando ficamos atentos à nossa origem espiritual, podemos perceber a verdade desta afirmação no livro Ciência e Saúde: “Na Ciência o homem é gerado pelo Espírito. O belo, o bom e o puro constituem sua ascendência” (p. 63). O que poderia ser mais desejável do que essa herança? Somos descendência do Espírito, inteiramente espirituais, atemporais, para sempre intactos, expressando infinitamente as qualidades da Vida, tais como saúde, integridade e vitalidade. Nossa verdadeira substância é espiritual e vem de Deus, e é, portanto, imutável e imortal.
À medida que prossegui, reivindicando esses fatos espirituais para mim, para minha família, e para toda a humanidade, o medo foi eliminado, pois eu sei que a saúde é dada por Deus e é permanente; e que a cura é a revelação desses fatos espirituais. Sou muito grata pelas mensagens que esclarecem nossa compreensão e revelam esta gloriosa realidade afirmada no Salmo 16:6: “…é mui linda a minha herança”.