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Original para a Internet

Impecável aos olhos de Deus

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 14 de novembro de 2022


Ultimamente, a existência de uma conexão entre nosso pensamento e nossa saúde tem sido aceita de maneira generalizada. Essa conexão certamente é compreendida por qualquer pessoa que já tenha vivenciado uma cura na Ciência Cristã. Mas alguns talvez se perguntem: levando-se em conta que o pensamento e a saúde estão conectados, se tivermos um problema físico ou mental, a culpa é nossa? Quando os discípulos de Cristo Jesus se depararam com um homem cego de nascença, fizeram-lhe uma pergunta semelhante (ver João 9:1–7). Eles perguntaram quem havia pecado, o homem ou seus pais, para que ele nascesse cego. Jesus respondeu: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus”. Em seguida, ele curou a cegueira do homem. Uma perspectiva semelhante à do Cristo revela o homem (a verdadeira identidade espiritual de cada um de nós) como inocente e puro. Aliás, compreender nossa própria perfeição espiritual traz cura. 

A Bíblia revela que Deus é o Amor e a Ciência Cristã é a Ciência do Amor, Deus. Por isso, é imperativo que o Amor se reflita em amor, na maneira como vemos a nós mesmos e a outros. Tal como os discípulos aprenderam a fazer, nós também podemos desviar o pensamento que busca encontrar falhas nos outros, o que não é natural para quem nós realmente somos. Podemos ver a nós mesmos e aos outros como Cristo Jesus os via, porque refletimos a Deus, que não reconhece nenhuma falha em nós. A consciência do Amor prepara o pensamento para ver a cura se desdobrando. 

Mary Baker Eddy, que descobriu a Ciência Cristã, escreve: “Um estado mental de autocondenação e de culpa, ou uma confiança vacilante que duvida da Verdade, não são condições adequadas para curar os doentes” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 455).

 Para que nós mesmos possamos vivenciar a cura ou ajudar os outros a encontrá-la, temos de deixar de lado o medo e todos os seus estados de pensamento correlativos, inclusive de orgulho, culpa, crítica, autocondenação e de encontrar falhas nos outros. Cristo Jesus curava por compreender que Deus é somente o Amor, e isso não deixa espaço para nada que se oponha ao Amor — o pecado, a doença e a morte. Esses elementos que se opõem ao Amor não fazem parte da individualidade genuína do homem criado à imagem e semelhança de Deus.

Suponha que, depois de cuidar do seu jardim, você perceba que alguns detritos vegetais ficaram presos em sua roupa. Você não concluiria que esses detritos agora fazem parte da sua identidade. Você simplesmente se livraria deles, sacudindo-os. Da mesma forma, uma doença nunca faz parte da identidade de uma pessoa. A Bíblia nos diz para: “Sac[udirmo-nos] do pó” (Isaías 52:2). Podemos nos sacudir do ponto de vista errôneo de que o homem é formado “do pó da terra” (Gênesis 2:7), ou matéria, e ver que o homem não está sujeito a nada que Deus não cause ou crie. Antes de curar o cego, Jesus cuspiu na terra, e tendo feito barro com a saliva, aplicou esse barro aos olhos do homem cego dizendo-lhe para lavar-se no tanque de Siloé. Talvez Jesus estivesse simbolicamente pedindo que o homem se lavasse do ponto de vista errôneo a respeito de si mesmo, de um ponto de vista fundamentado na matéria. Por isso, o Cristo nos convida a deixar de lado o errôneo conceito de que o homem é formado do pó ou da mortalidade, e a trocá-lo pelo modelo espiritual encontrado em Gênesis 1, em que Deus criou tudo “muito bom”. 

A ideia da nossa perfeição espiritual não é uma desculpa para não se fazer nada — ou para fazer qualquer coisa que desejarmos — mas, em vez disso, é um convite para vermos mais claramente aquilo que é verdadeiro. Na parábola de Jesus sobre o joio e o trigo, surge uma pergunta a respeito de onde veio o joio. O fazendeiro na parábola diz: “...Um inimigo fez isso” (Mateus 13:28). Jesus mostrou que o mal não é realmente pessoa, lugar ou coisa, mas simplesmente a sugestão de oposto ao bem; ele descreveu o diabo como: “mentiroso e pai da mentira” (ver João 8:44).

Mas dizer que o mal não tem nenhum poder não é suficiente. Ainda é imperativo ver sua impotência à luz do todo-poder de Deus. Nossas curas nos advêm mais prontamente quando escolhemos não dar vida ou lugar ao mal em nosso pensamento. Então, vemos que nada de mal pode estar ligado ao filho de Deus, porque Deus é Tudo.

Definir mentalmente uma linha de separação e recusar-nos a ver o erro como parte integrante do filho de Deus, é o ponto de partida para deixar de lado a crítica, a acusação, a culpa ou o julgamento humano. A Ciência Cristã mostra que o magnetismo animal (qualquer coisa que pareça afastar o pensamento de Deus, o bem) ou qualquer erro (o suposto oposto de Deus, a Verdade) não é pessoal nem para nós nem para os outros. O Primeiro Mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3), indica que há um único Deus, uma única Mente — não Deus e mais uma outra pessoa com uma segunda mente que é a culpada. Essa é uma visão distorcida que vê o homem como controlado por uma mente mortal ou um cérebro material, separado da Mente divina.

Então, se a doença não é pessoal, como podemos vencê-la? Ciência e Saúde nos ensina que devemos primeiro lidar com o medo à doença, e que a “...doença é sempre provocada por um falso senso mantido no pensamento, não destruído” (p. 411). Se aceitarmos o que parece ser desarmonioso como se fosse real e fazendo parte de nossa identidade ou da identidade de outra pessoa, e não atribuirmos isso a um “falso senso” que estivemos entretendo erroneamente, nós nos sentiremos presos ao problema. Mas se, com humildade, aceitarmos que somos a imagem e semelhança espiritual de Deus, e que a disarmonia é meramente o resultado de um senso errôneo a respeito de nossa identidade, então estamos livres para descartar esse ponto de vista errôneo a respeito de nós mesmos ou de outros, e para substituí-lo pelos fatos espirituais verdadeiros sobre a existência, os quais mostram que o homem é saudável, puro e incapaz de pecar ou adoecer.

Certo dia, meu cachorro apanhou a bola que eu havia jogado para ele e veio até mim sangrando pela boca, aparentemente por ter batido em uma parede ou em algum outro objeto duro. Enquanto eu orava, fui tomada pela doce inocência desse cachorro. Comecei a me culpar por ter causado a lesão, ao brincar com ele dentro de casa e não lá fora no quintal. Mas, assim como seria impensável culpar meu cachorro pela situação, compreendi que eu podia me manter no mesmo padrão de inocência. Naquele momento, todo o sangramento parou e meu cachorro, já livre do sangramento, começou a brincar novamente.

Podemos naturalmente ver a nós mesmos e os outros como puros, exatamente como vemos a pureza e a inocência das criaturas do Amor. A única coisa digna de culpa é a própria imperfeição, que é crença, e não é a criação de Deus nem é verdadeira. Quando nos deparamos com um desafio, pode parecer difícil mudar nossa visão a respeito do problema. Mas nos ajuda afirmar que o que os sentidos materiais relatam não é o que o homem realmente é.

A Sra. Eddy fez uma pergunta importante: “Acaso o homem doente é mais pecador do que todos os outros?” (Ciência e Saúde, p. 318). Aos olhos de Deus nós somos irrepreensíveis, sempre. No entanto, se um pecado não é detectado ou é justificado em nosso pensamento, é vital vê-lo e reconhecê-lo para nós mesmos. Caso contrário, estamos convidando-o a continuar existindo. “Em geral, se admites que estás doente, teu caso se torna mais difícil de curar, enquanto que, se reconheces teu pecado, ajudas a destruí-lo” (Ciência e Saúde, p. 461). 

 Se alguma vez nos sentirmos doentes, será que isso significa que devemos suspender nosso trabalho de cura para os outros? A Sra. Eddy certa vez fez uma pergunta semelhante e, fazendo um comentário sobre o tremendo histórico de cura de Paulo, apesar do fato de que ele tinha “um espinho na carne” (ver 2 Coríntios 12:7), ela respondeu: “É inquestionável que é correto fazer o certo; e curar os doentes é a coisa certa a fazer” (Escritos Diversos 18831896, p. 71). É importante, para aqueles que curam, ver que Deus é o único sanador. Então, eles não julgarão sua própria compreensão espiritual, suas habilidades para curar ou sua receptividade ao tratamento pela Ciência Cristã, nem as de outras pessoas.

Certa vez, quando eu estava sofrendo de uma forma de contágio, outras pessoas com a mesma doença me pediram que as ajudasse por meio da oração. De início, fiquei tentada a me sentir impotente, mas a oração me direcionou à minha pureza como o reflexo de Deus, e acabei aceitando aqueles casos. Graças à onipotência e onipresença do Amor divino, que ficaram muito claras para mim enquanto eu orava, aquelas pessoas foram rapidamente curadas e minha cura veio logo depois.

À medida que enxergamos sob a perspectiva do Cristo — o que Jesus compreendia — um ponto de vista errôneo e impuro é eliminado. Quando compreendemos e vemos o que é verdadeiro, fica impossível culpar a nós mesmos ou a outros por um problema. Como reflexo espiritual de Deus, podemos ver apenas o que o Cristo, a Verdade, vê — a imagem perfeita de Deus.

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