Giramos com o planeta Terra em sua órbita ao redor do sol, sem nenhum esforço de nossa parte. Não imploramos nem oramos por nós ou por nossos entes queridos, para conseguir acompanhar a Terra em sua trajetória. Não podemos discutir, confundir-nos, esquecer, pecar ou nos condenar a ficar de fora desse movimento giratório. Reconheceríamos facilmente como falsa e sem base factual qualquer sugestão que dissesse que não estamos nessa órbita. Não sentiríamos necessidade de voltar a ela; simplesmente saberíamos que a sugestão não era verdadeira, nunca havia sido e nunca poderia ser verdade — que não poderíamos nos desviar dessa rota, mesmo se tentássemos.
Da mesma forma, é normal que a imagem de Deus esteja sempre em concordância com Deus, e não conheça nenhum outro caminho além do que Deus estabelece. Essa é uma lei divina. É a Ciência de ser a imagem e semelhança de Deus. Não significa elevar-nos “por meio de nossos próprios esforços”, nem inclui tentarmos obter deliberadamente um determinado resultado. Essas não são abordagens efetivas para o progresso ou a cura.
Mas às vezes pode parecer que nosso primeiro instinto não seja o de recorrer a Deus — que seja o de não reconhecer a relação científica entre Deus e nossa verdadeira identidade, não pensar e agir de acordo com nossa natureza real como reflexão de Deus — mas sim reagir de maneiras negativas e não construtivas, especialmente diante de circunstâncias difíceis. Contrariando sua vontade pessoal, e depositando confiança exclusivamente em Deus, Cristo Jesus disse: “Eu nada posso fazer de mim mesmo; …” e acrescentou: “…não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou” (João 5:30).
Podemos seguir seu exemplo, sabendo que Deus está nos vendo e pensando em nós como Sua expressão espiritual e perfeita. É nosso direito divino reconhecer isso. Quando começamos a partir do que Deus sabe a nosso respeito como Sua criação totalmente boa, somos erguidos, em vez de termos de erguer-nos. Como imagem de Deus, só podemos expressar a Deus. Na verdade, não há outra possibilidade. E Deus nos assegura de que somos Seus filhos queridos, a quem Ele ama imensamente. Quanta bênção!
Uma vez vivenciei isso, quando minha oferta para a compra de uma casa foi preterida em favor da de outro comprador potencial. Inicialmente, quando me ofereceram para deixar minha proposta em aberto, caso a outra não se efetivasse, pensei em não aceitar. Mas imediatamente um pensamento de Deus abateu esse orgulho, com esta promessa de Jesus no Sermão do Monte: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mateus 5:5). Então concordei em deixar a proposta como reserva. O que afinal aconteceu foi que o outro comprador não conseguiu cumprir com os termos e condições a tempo, e o vendedor retornou à minha oferta. Sem nenhum esforço de minha parte — apenas a mansidão e a natural obediência a Deus. A casa se tornou nosso lar, e nossa família foi abençoada.
O que quer que pareça se opor à nossa relação científica com Deus, não tem validade na realidade de Deus, que é verdadeiramente o único fato real. À medida que nos esforçamos para compreender nossa verdadeira identidade espiritual e a dos outros, permitindo-nos expressar essa verdadeira natureza, testemunhamos sua manifestação em nossa vida.
Há alguns anos, tive um grave e persistente problema respiratório. Embora tivesse orado e, de vez em quando, recebido tratamento de um praticista da Ciência Cristã, muitas noites foram difíceis. Um dia, o praticista me disse que o homem (a verdadeira identidade de cada um de nós) é tão bom quanto Deus. Que conceito maravilhoso! A verdadeira natureza do homem não é nem doente nem pecadora. Cada um de nós é a amada imagem de Deus. Aceitar esse fato espiritual — “O homem é tão bom quanto Deus” — resultou na cura completa do problema respiratório.
Ficou claro que eu não fiz a cura acontecer. Eu não me levantei “por meio de meus próprios esforços” espirituais; eu fui erguido. Na verdade, não tive de voltar para o caminho certo; eu nunca o tinha deixado — nunca deixei o amor divino — e o Amor, Deus, jamais havia me abandonado. Reconheci meu verdadeiro valor em ser como Deus me fez. Somos todos dignos e merecemos ser curados e sentir o amor de Deus.
A Bíblia está repleta de declarações preciosas da nossa relação com Deus, e do fato de que Ele nos guia e somos amados de Deus. Por exemplo, lemos no Salmo 23: “…Leva-me para junto das águas de descanso” (versículo 2). E Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, dá o sentido espiritual da Deidade como o Amor, ao interpretar esta promessa em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “…[O amor] leva-me para junto das águas de descanso” (p. 578). Essa não é simplesmente uma promessa. É um fato a respeito de nosso existir — para sempre.
Estas palavras de um hino nos lembram ternamente de nossa relação com Deus, e de que caminhamos com Ele:
Me anima a esperança,
Já livre viverei;
Deus guarda meu tesouro,
Com Deus caminharei.
(Anna L. Waring, Hinário da Ciência Cristã, 148)
Se às vezes parece que não estamos seguindo o caminho certo ou não conseguimos encontrá-lo, seja nos negócios, em um relacionamento ou para alcançar uma cura desejada, podemos fazer uma pausa, recorrer a Deus e deixar que Ele nos mostre o rumo divinamente estabelecido. Deus nos fez para seguirmos Seu caminho, e ao compreendermos isso, passamos a realmente fazer isso. A obra perfeita de Deus não muda. Já está feita. Você, que é obra dEle, é perfeito. Compreenda e reconheça isso, e regozije-se!