Eu estava participando de um treinamento para me tornar orientador em um acampamento para Cientistas Cristãos. Nesse treinamento, eu estava trabalhando com um grupo voltado para a prática de montanhismo. Uma das atividades mais difíceis com os campistas era explorar montanhas — em outras palavras, fazer caminhadas até o topo de uma montanha de mais de 4.000 metros de altura.
Já havia participado dessa atividade como campista, e sempre ficara nervoso com essas caminhadas com mochilas nas costas, porque subir ao cume de montanhas é muito difícil. Mas, como membro da equipe de orientadores, eu queria superar esse medo, para poder apoiar os campistas que estivessem comigo, e até mesmo ajudá-los a superar seus próprios temores. O primeiro pensamento que me ocorreu foi que eu poderia tratar desse problema por meio da oração.
E, ao orar, veio-me ao pensamento um verso de um hino do Hinário da Ciência Cristã. A letra desse hino é um poema escrito por Mary Baker Eddy, e o verso diz: “Feliz me faz’, por meu atroz chorar” (Hino 207). “Mas, isso não parece muito bom. Será que eu não deveria pensar em algo mais positivo?”, ponderei. Contudo, quanto mais pensava nesse verso, mais eu relacionava a ideia de “meu atroz chorar” àquela caminhada difícil, e a meus temores a respeito dela. Percebi que eu poderia, de fato, alegrar-me por esse desafio, porque era uma oportunidade para voltar-me a Deus em busca de ajuda, em vez de tentar enfrentar as dificuldades sozinho, e isso acabaria fazendo com que eu me sentisse mais próximo de Deus.
A caminhada começou bem. Enquanto íamos subindo a montanha, as vistas ficavam cada vez mais bonitas, o que também ajudou a mudar minha perspectiva. Fiquei grato por poder fazer essa caminhada, por poder apreciar aquele cenário de tirar o fôlego e por estar me divertindo. Sim, a subida era puxada, mas me permitia observar o mundo a partir de uma perspectiva diferente daquela à qual eu estava habituado.
Enquanto íamos caminhando para alcançar o topo da montanha, pensei no primeiro verso do mesmo hino, que diz: “Gentil presença, gozo, paz, poder”. Gostei muito dessa ideia porque me ajudou a reconhecer que Deus estava comigo em cada estágio da subida. Sempre que eu começava a me sentir cansado, ou quando simplesmente sentia pressa de chegar ao topo, eu me lembrava dessa ideia. Lembrava-me de que, como expressão de Deus, eu corporifico força e alegria ilimitadas. Ter consciência disso permitiu que eu me concentrasse em ajudar os campistas em qualquer coisa de que eles precisassem, em vez de ficar preocupado com o que eu estava sentindo. No treinamento para me tornar orientador, minha função não consistia apenas em subir a montanha. Eu também deveria ajudar os campistas a chegarem ao final da caminhada e, se possível, desfrutarem da experiência! Então, fiz um esforço constante para pensar nas necessidades dos outros, antes de pensar nas minhas, e as duas ideias do hino que mencionei acima ajudaram-me a fazer isso.
Meus temores desapareceram, e eu senti verdadeiramente o apoio da presença e da alegria divina e da força espiritual, enquanto seguíamos adiante. Para minha surpresa, mesmo no último estágio da subida, pude estimular e apoiar os campistas — e até rir e fazer brincadeiras com eles — o que foi muito mais do que jamais pensei que conseguiria, depois de uma experiência que exigira tanto dos participantes. Acho que isso colaborou para que eles se divertissem também, e sou grato por ter podido ajudá-los durante uma atividade com a qual eu estivera preocupado, no início. Por fim, meu grupo chegou ao cume do Monte Yale, que tem 4.300 metros de altura, e todos tivemos uma experiência maravilhosa juntos.