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Original para a Internet

Ver com clareza

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 13 de fevereiro de 2023


Durante muitos anos eu havia aceitado uma limitação física que se tornara para mim um modo de vida. Quando eu estava na quinta série, a professora disse à minha mãe que eu precisava de óculos. E acrescentou: “Ele não consegue ler o que escrevo no quadro-negro”. Mamãe providenciou óculos para mim, mas eu só os usava se realmente fosse necessário.

Aos dezesseis anos, fui tirar a carteira de motorista e me disseram que a carta viria com a restrição de ser obrigatório o uso de óculos, para dirigir. Então passei a usar óculos ao volante.

Muitos anos depois, já na meia idade, fui renovar a carteira e não passei no exame de vista. Disseram-me para trocar as lentes para um grau mais forte, antes de repetir o exame. Acontece que o optometrista disse que minhas lentes já tinham o grau mais alto que existe. Ele não podia fazer mais nada por mim.

Desanimado, pensei em comprar uma bicicleta elétrica e desistir de dirigir automóveis. Em vez disso, finalmente me voltei a Deus em busca de ajuda. Eu fora Cientista Cristão toda a minha vida, sempre achava que recorrer a Deus era a coisa mais natural, mas tinha certa relutância em orar especificamente sobre esse problema. Só que agora essa parecia ser a única solução. Abri a Bíblia no Salmo 23, que começa assim: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará”. Percebi que essa era a promessa de que eu podia confiar no divino Pastor para Ele me ajudar. Nada nos falta quando confiamos nEle.

Percebi também que não era natural minha relutância em ligar para outro Cientista Cristão, pedindo-lhe que orasse por mim, embora eu reconhecesse a necessidade de fazer isso. Lembrei-me do nome de uma praticista da Ciência Cristã e liguei, pedindo-lhe tratamento metafísico. Contei-lhe que não havia conseguido renovar minha habilitação. De modo muito convincente, ela disse que eu iria, sim, obter a carteira. Essa resposta acendeu em mim uma luz. Obviamente a praticista não aceitava nenhum pensamento de fracasso ou desesperança e, em vez disso, me colocou no caminho da confiança na ajuda de Deus. Ela emanava a convicção de minha irrevogável e perfeita existência espiritual. Eu sentia sua convicção.

Umas duas semanas depois, fui ao departamento de trânsito e fiz novamente o exame da vista. Fui reprovado outra vez, e me disseram para voltar em outra data. Minha fé em Deus ficou firme, e a praticista me assegurou do poder de Deus e de Sua presença. Quando finalmente obtive a carteira, havia ainda a antiga restrição: “Obrigatório o uso de lentes corretivas”.

Pouco depois disso, tive a cura completa da vista. Inicialmente, eu não tinha me dado conta de que minha visão estava perfeita. Continuara a fazer as coisas, sem perceber que estava enxergando tudo. Um dia, na praia, a pessoa que estava comigo me perguntou o que dizia um cartaz sobre a permissão de pesca, o qual estava no ancoradouro. Rapidamente, li em voz alta, sem óculos, e ele ficou impressionado por eu conseguir ler corretamente àquela distância.

Após mais de quarenta anos tendo de usar óculos para enxergar com clareza objetos à distância, consigo agora ler as placas com nomes de ruas, placas de carro, e sinais de aviso, além de reconhecer as pessoas vindo em minha direção, muito antes de chegarem perto. Como eu não conseguia mais enxergar com os óculos antigos, joguei-os no lixo com imensa alegria. Voltei ao departamento de trânsito e fiz o exame da vista outra vez. Pela primeira vez em toda a minha vida, recebi a carteira sem nenhuma restrição.

Ao pensar sobre essa cura, dei-me conta da importância desta declaração que Mary Baker Eddy faz no livro-texto da Ciência Cristã: “A visão, a audição, todos os sentidos espirituais do homem são eternos. É impossível perdê-los. Sua realidade e imortalidade estão no Espírito e na compreensão, não na matéria — daí sua permanência” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 486).

Não perder de vista a perfeição e continuidade dos sentidos espirituais, vindos de Deus, traz a cura; pelo que estou imensamente grato. Como diz o hino nº 93 do Hinário da Ciência Cristã: “Em plena ação exultarás” (William P. McKenzie).

Phra Arnsen Blakely
Newport Beach, Califórnia, EUA

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