Algum tempo atrás, fiquei acordado a noite toda passando muito mal. Ao amanhecer, pedi à minha esposa que lesse para mim a Lição Bíblica daquela semana, que constava no Livrete Trimestral da Ciência Cristã. Uma passagem do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, realmente me impressionou. Ecoando passagens das cartas de Paulo aos primeiros cristãos (ver 1 Coríntios 15:54 e 2 Coríntios 5:4), esse trecho afirma: “Toda qualidade e condição da mortalidade se perdem, tragadas na imortalidade” (p. 215). Parecia que eu estava sendo tragado por aquele mal-estar, mas essa passagem me fez compreender que a realidade era justamente o contrário. O bem não pode ser tragado pelo mal. É o mal que é tragado pelo bem. A imortalidade de Deus, a Vida divina, estava presente e eu podia confiar no poder sanador de Deus. Comecei a sentir a força reconfortante e suave da onipotência divina me envolvendo e, em pouco tempo, eu já estava bem.
Como geralmente acontece em um caso de cura alcançada por meio da Ciência Cristã, o que ocorreu foi mais do que uma cura física. Fatos espirituais específicos me vieram à mente, revelando-me ainda mais a respeito de Deus e da presente imortalidade do homem como filho de Deus. Todos os dias nós temos a oportunidade de compreender que Deus é a Vida divina sem fim. Essa Vida nos concede a capacidade de vencer o pecado, a doença e as limitações de todo tipo, por meio da compreensão de que, como filhos de Deus, nossa verdadeira vida não é biológica ou psicológica, mas sim, é a expressão imortal da Vida divina.
Neste exato momento, o poder da imortalidade divina está ativo na vida de todos nós. Essa promessa não se refere a um acontecimento no final da existência, mas refere-se a tudo que acontece ao longo da vida, aqui e agora. Trata-se de o medo da doença ser tragado pela confiança em Deus, silenciando a cacofonia da materialidade e do pecado graças à paz e à pureza, e revelando que nossa verdadeira identidade é espiritual, não material. Isso traz cura.
Passo a passo podemos compreender e comprovar que nenhuma condição está além do poder de cura da Vida divina e que nunca estamos em alguma situação em que a inspiração de Deus não nos possa orientar e salvar. A Vida divina é sempre a nossa vida. Ceder a essa verdade e ao governo de Deus nos livra das circunstâncias mais terríveis, como mostra o relato bíblico de Jonas.
Jonas estava em apuros. Ele desobedecera à ordem de Deus de ir até a grande cidade de Nínive e denunciar publicamente o mal que ali imperava, mas, em vez disso, ele embarcou em um navio que ia em direção oposta (ver Jonas 1–3). Quando uma tempestade pôs em perigo a vida de todos no navio, Jonas disse aos marinheiros que o jogassem ao mar. Aconteceu então de ele estar se afogando não apenas na água do mar, mas também no mar de remorso e derrota.
Mas sua história não terminou ali. A Bíblia diz: “Deparou o Senhor um grande peixe, para que tragasse a Jonas…” (Jonas 1:17). O significado espiritual dessa história revela que Deus estava presente, protegendo Jonas e dando-lhe o amor e a orientação de que precisava para vencer a mortalidade da obstinação, do arrependimento e do fracasso, e até mesmo do perigo mortal das ondas. Os ataques mentais e o perigo físico que Jonas estava sentindo foram tragados pela imortalidade de Deus, a Vida divina, que estava presente. Como resultado, ele ficou inspirado, confiante em Deus e disposto a obedecer à vontade de Deus — algo que às vezes parece difícil, mas que é sempre bom. O peixe depositou-o em terra seca e ele pôde seguir em frente, obedecendo à ordem de Deus e propiciando arrependimento, reforma e cura para o povo de Nínive.
Isso é o que há de profundamente maravilhoso a respeito da compreensão da imortalidade. Passamos a perceber que nossa vida não está à mercê do medo, do orgulho ou da dúvida; nem está ela nas garras da doença e da morte. Nossa vida é a expressão da Vida divina, agora e sempre.
Tal como Jonas, talvez tenhamos de reexaminar nossos motivos, ou até mesmo dar uma outra direção à nossa vida. Mas quando nos voltamos humildemente para Deus, o Amor divino, e estamos dispostos a avaliar os pensamentos no fundo do coração, permitimos que o Amor divino nos ajude a perdoar não só os outros, mas também a nós mesmos. Podemos deixar que a Mente divina, Deus, nos ajude a ver a perfeição inata de todos (inclusive a nossa) como filhos de Deus. Também permitimos que a Verdade infinita remova as feridas do passado e revele o amor e a alegria permanentes que Deus tem por nós agora. Em outras palavras, permitimos que nossa preocupação e raiva sejam tragadas pela realidade imortal da Vida, da Verdade e do Amor divinos, substituídas pela paz, esperança, bondade e segurança.
Essa é a divina atividade da Vida imortal em nossa vida individual — a Verdade divina que Cristo Jesus viveu plenamente — e que cura a mente e o físico, inclusive em larga escala. Onde quer que a transformação, a redenção ou a regeneração sejam necessárias, o Cristo, a verdadeira ideia de Deus, está ali, falando ativamente à consciência humana da maneira que podemos compreender, contrariando toda influência da mortalidade. Essa é a única atividade verdadeira que está em curso — a cura divina que traz saúde, harmonia e paz, porque na totalidade de Deus, cada condição, característica ou medo da mortalidade está sendo tragada pela imortalidade.
Thomas Mitchinson
Redator Convidado