A maioria das pessoas provavelmente concorda que, em geral, é necessário muito trabalho para atingir as metas que estabelecemos para nós mesmos. Mas, às vezes, nossos melhores esforços — seja tentando alcançar o melhor desempenho pessoal, encontrar a cura ou apenas sentir paz — só resultam em dificuldades e fracassos. Quando isso acontece, o problema é que falta um ingrediente essencial: a confiança em Deus. Encontrei uma boa analogia para isso em uma experiência que tive quando criança.
Eu me esforçava tanto para tentar nadar, mas acabava ficando em pânico, espirrando água para todo lado e com água entrando pelo nariz. Então meus pais me inscreveram em um curso de natação, e a primeira coisa que a instrutora me ensinou foi a flutuar sobre a água, ou seja, me ensinou a boiar. Ela gentilmente me virou de costas sobre a água, colocou as mãos debaixo de mim e, em seguida, começou a removê-las lentamente, enquanto permanecia bem próxima de mim. Descobri, para meu espanto, que a água me sustentava e que eu conseguia flutuar! Ela me garantiu que se me sentisse cansada, tivesse problemas ou ficasse com medo dentro da água, eu poderia virar de costas e simplesmente flutuar, deixando que a água me sustentasse. Que presente maravilhoso: descobrir que eu sempre tivera essa capacidade! Depois disso, aprendi rapidamente a nadar.
Falando a respeito da grande força encontrada na paz espiritual, Mary Baker Eddy, que descobriu a Ciência Cristã, escreveu: “Essa força é como o oceano, capaz de sustentar uma frota de navios, mas que cede ao toque de um dedo” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 121). A lição que vejo inserida nesse trecho é que a paz espiritual é dada e sustentada por Deus, o Amor divino, que sempre nos mantém em segurança, bem supridos e saudáveis. Essas são as dádivas do Pai para nós — não há necessidade de luta e esforço para alcançá-las. Como a Bíblia diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tiago 1:17). Que conforto isso nos proporciona! Nós também podemos ter certeza de que todo senso de luta pode ser descartado, podemos acolher os dons espirituais de Deus e confiar neles de todo nosso coração.
Essa confiança espiritual ficou bem evidente, quando Jesus fez mais do que flutuar — ele realmente andou sobre as águas (ver Mateus 14:25–33)! Ele tinha tanta certeza de que Deus sempre o sustentava, que não teve medo de afundar. Pedro, um dos discípulos, quis também tentar, e Jesus o convidou, dizendo: “Vem!” E Pedro saiu do barco e conseguiu dar alguns passos. Mas quando percebeu quão fortes eram as ondas e o vento, ele começou a entrar em pânico e a afundar, até que Jesus, estendendo-lhe a mão, o levantou. Então ambos subiram para o barco. Foi o Cristo, a verdadeira ideia de Deus que Jesus vivia, que o capacitava a saber que Deus, o Amor divino, o sustentaria sempre, seja onde for ou o que quer que ele fizesse. E exatamente esse mesmo Amor está sustentando a todos nós, também.
Cristo Jesus ensinou: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:3). Somos bem-aventurados quando sabemos que só precisamos de Deus. Mas às vezes, em nossas orações, ficamos tão restritos à tentativa de alcançar o resultado desejado, que nos fechamos e não atentamos à resposta calma e segura que Deus nos dá.
Certa vez, eu estava sobrecarregada com o pesado senso de responsabilidade pela realização de uma cura. Eu orava diligentemente e estudava a Bíblia e os escritos da Sra. Eddy, mas nada acontecia e eu estava afundando cada vez mais na desesperança. Foi então que esta declaração em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras me veio ao pensamento: “Espera tu pacientemente que o Amor divino paire sobre as águas da mente mortal e forme o conceito perfeito” (Mary Baker Eddy, p. 454). Isso foi reconfortante, porque compreendi que eu não estava realmente lidando com um problema tenaz, mas apenas com uma crença falsa.
Foi então que, da parte de Deus, me vieram ao pensamento três palavras simples e valiosas: “Confia em Mim”. Eu sabia que poderia confiar em Deus para me dar o verdadeiro conceito — para me mostrar o que Ele sabe. Quando deixei que meu entendimento fosse sustentado pelo Amor divino, a resposta veio: a responsabilidade não era minha; Deus é que era responsável. Imediatamente fiquei tranquila. Esperei, confiei, “flutuei”. E o bom resultado veio de uma forma tão maravilhosamente inesperada, que eu nunca poderia ter previsto.
Isso é verdadeiro para todos. Às vezes, talvez precisemos chamar um praticista da Ciência Cristã para fazer algo semelhante ao que aquela instrutora de natação fez por mim: apoiar-nos em oração até sentirmos confiança no amor de Deus. Podemos, mentalmente, nos deitar de costas e deixar que os braços do Amor divino nos sustentem.
Sempre que me sinto mal, cansada ou assustada, lembro-me da aula de natação. Então paro, me acalmo, e deixo que Deus me sustente. Então, consigo parar de espirrar água e, em vez disso, aceitar o fato de que Deus criou a todos nós para sermos bons, saudáveis e amados, descansados no terno conforto do Amor.
Cristo Jesus sabia isso muito bem, quando disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). Portanto, aprenda a flutuar e confie em Deus.