“Pai nosso”. Essas são as primeiras palavras da profunda oração conhecida como a Oração do Senhor, que Jesus ensinou a seus seguidores. Eu devo ter repetido essa oração incontáveis vezes. No entanto, recentemente, essas palavras me chamaram a atenção, e tive uma nova compreensão a respeito delas.
Eu costumava considerar a paternidade de Deus de uma forma mais geral, abrangendo toda a humanidade, o que é um fato. Mas, tornou-se cada vez mais claro para mim que a paternidade de Deus significa que Ele é, em realidade, o verdadeiro e único Pai de cada um de nós, individualmente. Então, sempre que digo “Pai nosso” em minha oração, estou falando com meu único Pai, que está sempre comigo, de maneira muito tangível.
Qual é a natureza desse Pai sempre presente? Foi Ele constituído por condições materiais? É claro que não. A Bíblia identifica a Deus como Espírito. O Espírito jamais poderia depender da materialidade, e nós precisamos compreender isso (ver João 4:24).
Podemos conversar com bilhões de indivíduos em todo o mundo e pedir que nos expliquem de que forma eles acreditam que fomos criados. Por estarmos condicionados ao que nos é ensinado e ao que os sentidos materiais nos dizem, muitos inevitavelmente poderão responder que foi unicamente a matéria que deu início e continuidade à nossa existência. Mas Jesus nos fez considerar as coisas por outro prisma. Para encorajar seus seguidores a perceberem os gloriosos benefícios de renunciar a um senso físico da origem do homem, em favor de um senso espiritual do existir, Jesus disse: “Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á” (Mateus 10:39).
Jesus dava continuamente provas de que achar a vida em Deus traz cura e confiança. Todos nós podemos fazer exatamente a mesma coisa, nos dias de hoje. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras a fundadora do Arauto, Mary Baker Eddy, explica: “Na Ciência o homem é gerado pelo Espírito. O belo, o bom e o puro constituem sua ascendência. Sua origem não está no instinto bruto, como a origem dos mortais, e o homem não passa por condições materiais antes de alcançar a inteligência. O Espírito é a fonte primordial e suprema do seu existir; Deus é seu Pai, e a Vida é a lei do seu existir” (p. 63).
Quando eu era criança, às vezes ficava com outras famílias, pois nem sempre meus pais tinham condições de cuidar de mim. Durante esses períodos, quando meu pai me visitava, meu coração pulava de alegria! Quando comecei a frequentar a Escola Dominical da Ciência Cristã, porém, aprendi que, de fato, Deus é o Pai, não somente meu, mas também de meu pai. Uau! Essa ideia era tão confortadora que me fez amar muito a Deus! Posso dizer que todos os dias passaram a ser como uma espécie de Dia dos Pais.
A Bíblia proclama que Deus é Pai, encorajando todos a “ve[r] que grande amor nos tem concedido o Pai” (ver 1 João 3:1). Quando oramos, é muito animador ver a maneira incrível como nosso Pai ama a cada um de nós, sem exceção, e como Ele está sempre presente.
De quem nós, como criaturas espirituais, herdamos todas as nossas boas características e qualidades? De nosso único Pai! A todo momento, em nossa união com o Pai, o Espírito divino, estamos herdando tudo o que constitui o amor e o bem de Deus. Ser filho do Espírito, embora sejamos profundamente gratos por tudo o que nossos pais terrenos fizeram por nós, significa que nosso Pai nos criou com perfeição na Vida eterna, Deus.
O fato de Deus cuidar de nós como um pai traz-nos um senso de muito conforto e amor. Além disso, Sua paternidade é uma verdade poderosa. Por quê? Porque nosso único Pai é verdadeiramente a única presença. Isso significa que nosso Pai é o único poder presente.
Como constatei por mim mesmo, quando criança, ao permitirmos que o conhecimento do poder da paternidade de Deus permeie nossos sentimentos e perspectivas, nós somos transformados. Protegidos pelo cuidado bondoso de nosso Pai, inclusive por Seu poder supremo, podemos sentir o medo se desfazer, sendo substituído pela confiança e pela cura. Tendo Deus como nosso Pai, sabemos verdadeiramente que tudo está bem, o que nos faz sentir uma profunda paz.
No próximo Dia dos Pais, e em todos os outros dias, certamente podemos expressar amor sincero ao nosso pai e ser gratos por tudo o que nossos pais fizeram por nós. Mas consideremos também, com gratidão, o que significa para nós o fato de que Deus é nosso Pai, e que Ele é muito próximo e amoroso. Quando compreendemos essa verdade, sentimos uma alegria profunda. Não é de se admirar que Jesus tenha instruído: “A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus” (Mateus 23:9).