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Original para a Internet

‘Quem será o maior?’

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 15 de julho de 2024


Já perceberam como a maior parte das crianças brinca em harmonia na caixa de areia ou no pátio da escola, mas muitas vezes tem uma delas que tenta pegar todos os brinquedos ou briga com as outras? Deve haver muitas opiniões a respeito de onde vem essa tendência, mas acho que a maioria de nós concorda que está ligada ao desejo de ser “mais que os outros”, mais forte, mais capaz, mais tudo. A Descobridora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, escreveu: “Duas indagações pessoais servem de movente para as ações humanas: quem será o maior? e, quem será o melhor?” (Escritos Diversos 1883 1896, p. 268).

É possível que essa característica tenha início nas brincadeiras infantis, mas de uma maneira ou de outra, está presente no pensamento da maioria de nós, à medida que crescemos. Há alguns dias, um jogador de beisebol que se destaca na liga principal disse que fazia uso de drogas para melhorar o desempenho, pois queria ser o melhor jogador do mundo.

O desejo de ser o melhor não é novidade, obviamente. Ao menos uma vez, os discípulos de Jesus discutiram sobre quem seria o melhor deles (ver Marcos 9:33, 34). E a mãe de dois deles certa vez pediu a Jesus que lhes concedesse um lugar privilegiado junto a ele (ver Mateus 20:20, 21).

Conflitos competitivos podem ser estimulantes e até manter um cunho cordial, em um primeiro momento. Mas nem sempre permanecem nesse nível. Há uma escala ascendente de intensidade e a competição pode se tornar um aborrecimento, à medida que os desafios se aprofundam. Muitos importantes pensadores, como alguns no campo médico, teológico e científico, acreditam que o futuro de sua reputação pessoal fica comprometido, quando a posição que ocupam ou as descobertas que talvez tenham passado a vida inteira estudando, são colocadas à prova. Eles desejam fortemente ser os melhores ou maiores devido a suas ideias, teorias, descobertas, ensino, autoria, instituições e verbas recebidas etc. A Sra. Eddy observou: “A competição no comércio, a fraude nos colegiados, a desonra nas nações, a desonestidade nos pactos, começam com ‘Quem será o maior?’ ” (Mensagem À Igreja Mãe para 1902, p. 4).

Em algum ponto dessa escala ascendente de competição, desejos fundamentados no ego podem levar as pessoas a usarem meios mentais nocivos para atingir os próprios fins. Os problemas “na caixa de areia” podem se agravar e se transformar naquilo a que a Sra. Eddy chamou de magnetismo animal e prática mental errônea. Esses são o uso de práticas mentais hostis e muitas vezes cruéis para estabelecer a própria superioridade. A Sra. Eddy escreveu: “As formas brandas do magnetismo animal estão desaparecendo e seus aspectos agressivos estão vindo à tona. Os teares do crime, ocultos nos recantos escuros do pensamento mortal, estão tecendo a toda hora tramas mais complicadas e sutis” (Ciência e Saúde, p. 102).

A Sra. Eddy sabia do que estava falando. Contudo, ela não era uma ávida investigadora das sutis intrigas do mal. Provavelmente nenhum de nós é. Seria como explorar uma caverna mal iluminada e habitada por serpentes venenosas. Ela escreveu: “Jamais esquecerei o que me custou investigar, para esta época, os métodos e o poder do erro. Se bem que os meios, os métodos e a potência da Verdade houvessem afluído à minha consciência, tão espontaneamente como ao amanhecer fogem as sombras, o mistério metafísico do erro — com seus ocultos métodos, propósitos e frutos — foi, no começo, um desafio para mim. Eu dizia constantemente a mim mesma: ‘Nesse segredo não penetres’ — mas finalmente empreendi a pesquisa de acordo com o mandado de Deus” (Escritos Diversos, pp. 222–223).

Há muitos exemplos na vida dela em que vivenciou essa influência mental maligna, para a qual muitas pessoas eram — e ainda hoje são — tão cegas a ponto de naquela época ridicularizar a Sra. Eddy, e atualmente ridicularizarem os Cientistas Cristãos por discutirem a respeito.

Por exemplo, há problemas dentro da Igreja. Em Retrospecção e Introspecção, a Sra. Eddy descreveu em detalhes o que aconteceu com sua Igreja em Boston em um determinado período, e como ela resolveu o problema. Resumidamente, enquanto ela estava no comando, a Igreja prosperou. Quando ela foi inspirada por Deus a se dedicar a outras tarefas, parando de fazer o sermão todos os domingos, os membros não conseguiram manter o progresso e a harmonia. Ao analisar a situação, ela percebeu que a crise havia surgido porque os membros não se dedicaram nem se esforçaram para proteger o próprio pensamento dos elementos mentais contrários que ela mesma havia reconhecido e neutralizado por meio da oração. Eles brigavam entre si devido à influência oculta. Não compreendiam o que ela via claramente ser “…a inveja e a hostilidade de outras igrejas…” e não se haviam defendido contra “o perigo que sempre existe na luta cristã” (p. 44).

Ela recomendou que a igreja se dissolvesse. Aparentemente isso foi o suficiente para despertar os membros ou distrair os inimigos, ou ambas as coisas, porque um grau de harmonia e prosperidade foi restaurado. A igreja foi reorganizada alguns anos depois em uma base mais espiritual e permanente.

Podemos fazer um paralelo dessa situação dos anos de 1890 com os dias de hoje. Embora a Ciência Cristã tenha conseguido importante e apropriado reconhecimento em alguns setores do pensamento do público, um rápido olhar nas publicações na Internet mostra que, em outros setores, há oposição amarga e manifesta contra a Ciência Cristã.

Uma razão básica para essa oposição poderia ser o conflito embutido na pergunta: quem será o maior, a matéria ou o Espírito, Deus? O mundo da crença mortal organizada insiste em que toda a realidade se origina nas chamadas leis da matéria e é totalmente controlada por elas. Insiste na asserção de que o surgimento, a existência, e o fim de todas as coisas são condições controladas por essas leis, que não podem ser modificadas nem alteradas, assim como não podem ser alteradas as estações do ano ou o nascer do sol.

Em contraposição, a teologia da Ciência Cristã revela que toda a realidade é criada e sustentada por Deus, a Mente divina. Revela a totalidade de um Deus único e o homem como Sua perfeita expressão, para sempre em união com Deus. Por meio da cura prática e inegável, fica provado que aquilo a que chamamos mal, em qualquer uma de suas formas, é uma crença ou erro que pode ser, e certamente será, dissolvido pelo Cristo de Deus, ou seja, Seu amor que envolve toda Sua criação.

Essa verdade é o suave e poderoso Confortador que Cristo Jesus prometeu. É a revelação final da cura espiritual científica na mais ampla aplicação desses termos. É a esperança desta era, porque está salvando o gênero humano dos agressivos esforços organizados que visam a forçar a humanidade a aceitar a mentira de que a matéria, não Deus, é suprema. Essa sugestão agressiva talvez seja o maior problema da “caixa de areia”. Deus, não a matéria, é o maior. A superioridade de Deus prova que a matéria é nada. As leis de Deus provam que são falsas as chamadas leis da matéria.

Dada a natureza da oposição nos dias de Cristo Jesus e na vida da Sra. Eddy, não é de se surpreender que sua Igreja passe hoje por desafios.

Alguns dizem que esses desafios são os ciclos naturais dos eventos e organizações humanas, como os ciclos do mercado de ações. Outros acham que a teologia da Ciência Cristã tenha sido amplamente substituída pelo progresso da medicina material, embora o público em geral esteja abandonando a medicina material, em busca de métodos com melhores resultados, inclusive buscando o sistema da Ciência Cristã. Alguns observadores sustentam a opinião de que a Ciência Cristã simplesmente continua a ser desafiada com o passar dos anos, como já o era na época em que sua Fundadora estava atuante. E existem especulações de que algumas decisões internas, ao longo do último século, a tenham prejudicado.

Por mais razoáveis ​​que sejam essas explicações baseadas em perspectivas humanas, parece justo perguntar se elas alcançam o nível de percepção moral e espiritual que a Sra. Eddy teve de atingir, para resolver problemas similares nos primórdios de sua Igreja. Ela viu que os desafios pelos quais a Igreja passa podem surgir de sutis influências mentais, escondidas e às vezes intencionalmente maldosas, as quais não foram enfrentadas espiritualmente. Por exemplo, acaso existem inclinações não naturais nos pensamentos e no caráter dos membros, as quais deveriam ser vencidas, visto que minam a santidade da qual a doce cura espiritual se desdobra? Acaso o amor fraternal e a disposição de entrar em acordo permeiam os pensamentos dos membros, ou estes exigem que suas próprias opiniões sejam seguidas, no esforço de se sentirem os mais importantes? Acaso a gentileza, a boa vontade e a apreciação cristã definem o tom das conversas de uns sobre os outros, ou será que comentários e críticas pessoais acabam se infiltrando na conversa?

Para derrotar o mal é preciso não confundir efeitos externos ou secundários com as causas primárias e ocultas. Estar alerta para o propósito secreto e intencionalmente maldoso da oposição mental nos ajuda a compreender que a desarmonia, a contenda etc., são o efeito colateral da aparente operação do mal. O nível primário é o mal intencional e a inveja inerente ao que Paulo chama mente carnal, à qual a Sra. Eddy se referiu como mente mortal. Esse mal básico se manifesta nos sistemas que buscam ser os mais poderosos de todos, e que não hesitariam em tomar quaisquer medidas para atingir esse fim. A Sra. Eddy explicou francamente: “As forças do mal se associam em secreta conspiração contra o Senhor e contra o Seu Cristo, como é expresso e atuante na Ciência Cristã”. Ela também disse que um “grande número de pessoas” está a “organizar ações contra nós” (ver Escritos Diversos, p. 177). Ela explicou em outra de suas obras: “Os frutos naturais da cura pela Mente na Ciência Cristã são harmonia, amor fraternal, crescimento espiritual e atividade espiritual. O objetivo maldoso do poder mental pervertido, ou seja, do magnetismo animal, é o de paralisar o bem e ativar o mal. Dá início a facções e engendra a inveja e o ódio…” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 213). Essa ação, frequentemente sutil e intencionalmente maldosa, é discutida em detalhes no livro do Apocalipse, na Bíblia, e no capítulo de Ciência e Saúde que tem o mesmo título.

Para grande alívio da humanidade, a Sra. Eddy também descobriu que toda fase do mal, não importa quão intrincada ou sutil seja, é impotente diante de Deus, o Amor divino. Ela escreveu: “O mal não é supremo; o bem não está desamparado; nem são primárias as chamadas leis da matéria, e não é secundária a lei do Espírito” (Ciência e Saúde, p. 207). Sua experiência, naquele início do movimento, indica que os membros simplesmente estavam menos atentos do que deveriam, ao estudo sincero para desmascarar e anular os elementos mentais ousados ​​e malignos que visam a minar seus melhores esforços e privariam toda a família humana do único sistema de cura que salva de todo o mal. Ao deixarem que o Cristo os despertasse para a oração que consistentemente afirma a nulidade da invisível e secreta oposição mental, a Igreja e seus membros foram despertados para cumprir sua missão de cura para o mundo. Esses dons de cura não diminuíram, mas se expandiram de maneira natural e prosperaram de maneira correta. Mantendo-nos vigilantes e obedientes hoje, o mesmo resultado é garantido. Deus é o único, o grande Eu Sou.

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