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Original para a Internet

Resoluções de Ano Novo e resolução diária

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 1º de janeiro de 2024


A cada Ano Novo, as pessoas expressam sua determinação para abandonar hábitos nocivos. Embora geralmente seja mais fácil declarar a intenção do que manter a resolução, essa tradição indica tanto um desejo de melhoria para nós mesmos, como a convicção de que isso é possível.

Eu também tenho essa convicção. Mas, ao longo de muitos anos, descobri que a melhoria não resulta tanto da observação das imperfeições humanas e do esforço de mudar. A melhoria se dá mais por discernirmos a perfeição mais profunda que realmente nos pertence. A Ciência Cristã revela que somos um com o Amor divino, Deus, e somos a própria expressão da perfeição do Amor.

O fato de compreendermos isso não nega a necessidade de um honesto autoconhecimento de nossa parte, mas aumenta sua precisão. Saber o que realmente somos traz à tona traços de caráter que não pertencem a essa verdadeira individualidade, impulsionando, por sua vez, nosso desejo de abandonar aqueles traços.

O mesmo conhecimento espiritual também nos dá a base necessária para abandonar tais falhas. Não podemos corrigir nossos erros partindo da crença de que eles façam parte de nossa identidade. Isso seria como tentar participar de uma corrida com os pés acorrentados, ou seja, não chegaríamos a lugar algum. A vida ímpar de Cristo Jesus e suas curas notáveis evidenciaram o poder de se começar pelo reconhecimento da gloriosa identidade do homem como reflexo de Deus, conforme retratado no primeiro capítulo da Bíblia (ver Gênesis 1:27).

No entanto, hoje em dia, ao invés de buscarmos a cura por meio dessa compreensão divina, somos frequentemente encorajados a assumir nossa fragilidade, até mesmo a usá-la como uma medalha de honra. Mas resignar-nos à crença de que estejamos presos a doenças físicas ou mentais, ou a falhas morais, e identificar-nos com essas falhas, não apazigua o clamor do coração pela libertação de tudo o que não é fiel à nossa natureza de filhos de Deus.

Há, contudo, uma atitude que leva à liberdade. Consciente dos próprios pecados, o Salmista rogou: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. … Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:10, 17).

O “espírito quebrantado” a que se refere o Salmista é aquela atitude penitente que renuncia ao histórico humano, meio bom meio ruim, a respeito de si mesmo, e chega à compreensão e aceitação de nossa identidade espiritual exclusivamente boa. Passo a passo, essa compreensão nos livra de nossos pecados.

Foi isso o que se deu com o rei Davi, que escreveu esse salmo depois que o profeta Natã o ajudou a reconhecer a gravidade de sua transgressão, ao cometer adultério com Bate-Seba e conspirar para matar o marido dela. Davi despertou para o fato de que havia pecado contra Deus, e sua lamentação lírica mostra a resolução de ver restaurada a “alegria da salvação [de Deus]” e de ser sustentado pelo “espírito voluntário” de Deus (ver versículo 12). Ele se voltou para Deus em sua resolução.

Séculos mais tarde, Jesus mostrou como ocorre tal restauração. Ele reconhecia que um “coração puro” e um “espírito voluntário” constituem a verdade intrínseca da identidade de todos. Sua compaixão ia muito além da empatia, ele libertava os outros da doença e do pecado por ver neles, não o problema, mas sim sua natureza ininterrupta e inquebrantável, como semelhança de Deus.

Nós podemos aprimorar nossa capacidade de seguir o exemplo de Jesus, dando testemunho de modo mais consistente dessa essência divina mais profunda que nos define e que não precisa melhorar nem é estática. A verdadeira individualidade está evoluindo continuamente no âmbito do bem infinito de Deus. Como escreveu a fundadora desta revista, Mary Baker Eddy: “Deus expressa no homem a ideia infinita que perpetuamente se revela, se expande e se eleva cada vez mais, procedendo de uma base sem limites” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 258).

Portanto, essa firme condição de desenvolvimento e crescimento é nosso verdadeiro status como ideia de Deus, e cada vez que aceitamos essa realidade, a vemos manifesta em progresso moral e espiritual. Quaisquer que sejam nossas fraquezas, ou falhas muito piores, como nas trágicas decisões de Davi, despertar para nossa identidade em expansão significa encontrar a duradoura Ciência de nosso verdadeiro existir. O impacto de se compreender um mínimo que seja desta Ciência apresentada na Bíblia e em Ciência e Saúde, aumenta a possibilidade de libertar-nos dos altos e baixos, euforia ou depressão, possibilitando uma vida mais realizada e abençoada.

Tomar uma resolução de Ano Novo e cumpri-la pode certamente levar a um progresso desejável. Em última análise, porém, há para cada um de nós o chamado divino mais profundo para uma resolução tácita, contínua. Somos chamados a ceder à amorosa, mas firme, exigência de Deus de deixar sempre mais para trás tudo o que parece ter sido aprendido e vivenciado na existência mortal — isto é, discordar de tudo o que for contrário ao fato de que somos um com a Mente imortal, Deus. 

Nós somos um com Deus. Nossa libertação das características que mostram o contrário ocorre, quando vemos que a ideia infinita e em constante desenvolvimento “se eleva cada vez mais”, partindo de sua base infinitamente boa, e não deixa lugar para que características negativas entrem, germinem ou dominem. Quando resolvemos compreender essa realidade espiritual, e a mantemos em mente, não apenas em relação a nós mesmos, mas em relação a todos, estamos apoiando a mudança diária para melhor, tanto a nossa como a de todos. 

Tony Lobl
Redator-Adjunto

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