“A Verdade está sempre em ação, mesmo em situações em que você esteja tremendo de medo.” Essa afirmação confortadora foi feita pela praticista da Ciência Cristã para quem eu havia acabado de telefonar. Eu pedira à praticista (que é alguém que ora por aqueles que buscam a cura) para orar comigo a respeito de uma situação difícil que eu estava enfrentando.
Para mim, o que ela estava dizendo era que a urgência da necessidade humana não altera de modo algum a atuação da lei de Deus, da Verdade. “A natureza divina está sempre pronta. Semper paratus é o lema da Verdade”, escreve Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras (p. 458).
A atuação da lei da Verdade não depende de nós. Essa lei é imutável e universal. Está sempre ao nosso alcance para que possamos recorrer a ela, está sempre em ação, sempre pronta para atender à nossa necessidade, porque é isso o que a lei faz. As leis da matemática atuam vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, e se aplicam da mesma forma, tanto para uma criança de oito anos que esteja fazendo a tarefa da escola, como para um engenheiro que esteja projetando uma ponte de grandes proporções. Assim é a lei de Deus: o tamanho da necessidade é irrelevante para a capacidade que essa lei tem de nos ajudar.
Então, por que nem sempre sentimos a presença dessa ajuda sempre presente? Isso depende da atenção que damos àquilo que o livro Ciência e Saúde chama de “mente mortal”. Aprendemos na Ciência Cristã que Deus é a única Mente que existe. A Mente imortal, Deus, é totalmente boa e inteiramente espiritual. Em realidade, pelo fato de sermos criados por Deus à Sua imagem, cada um de nós reflete, para sempre e com perfeição, a Mente divina imortal, bem com a inteligência e a sabedoria dessa Mente.
Mas, aos nossos sentidos físicos, parece existir mais de uma mente, ou seja, parece que cada um de nós tem uma mente separada, não fundamentada no Espírito, mas na matéria, e que essa mente contém crenças más. A respeito dessa suposta mente mortal, a Sra. Eddy escreve: “A definição espiritualmente não científica da mente está baseada no testemunho dos sentidos físicos, que cria muitas mentes e diz que a mente é tanto humana como divina” (Ciência e Saúde, p. 114).
Esse “testemunho dos sentidos físicos”, esse pensamento que diz que estamos separados de Deus e somos indignos de Seu amor e cuidado, é de natureza falsa e hipnótica. Na verdade, nunca estamos separados de Deus. Ele nos criou à Sua imagem e semelhança para refleti-Lo. Por sermos Seu reflexo, estamos tão seguros e em harmonia como Ele está, e para Ele sempre somos completamente dignos de Seu amor. Afinal, nossa verdadeira natureza é espiritual, a perfeita expressão do Espírito perfeito, Deus. Todo e qualquer tipo de mal está para sempre excluído dessa expressão. Quando reconhecemos e aceitamos plenamente essas verdades, nossa situação muda. E percebemos que estamos curados.
Mas, e se tivermos dúvidas? Podemos nos voltar para a Bíblia, na qual encontramos muitos exemplos de que a lei de Deus proporciona proteção imediata àqueles que precisam. Por exemplo, uma história que aparece no livro de Daniel (ver capítulo 3) conta que três hebreus cativos — Sadraque, Mesaque e Abede-Nego — tinham sido condenados a morrer em uma fornalha ardente porque insistiam em adorar a Deus, e não uma enorme estátua de ouro que o Rei Nabucodonosor havia construído. Os três não conseguiram prorrogar a data em que seriam lançados na fornalha, a fim de terem bastante tempo para orar antes. Foram arremessados imediatamente, por ordem de Nabucodonosor. E, apesar da fé e obediência diária ao Deus único, eles talvez tivessem dúvidas. Disseram a Nabucodonosor que Deus podia salvá-los e faria isso, mas acrescentaram a ressalva: “Se não…” Podemos dizer que eles deviam estar tremendo de medo! Mesmo assim, apesar das dúvidas que talvez tivessem, eles foram salvos. Quando Nabucodonosor olhou para dentro da fornalha, esperando ver três corpos queimados, viu quatro homens andando, vivos e bem.
Os Cientistas Cristãos entendem que o quarto homem era a manifestação do Cristo, a presença divina da Verdade. E quando deixamos de focar a imagem hipnótica que a mente mortal está apresentando, também nós podemos sentir que o Cristo está andando conosco. O Cristo destrói a evidência errônea de perigo, destruição e desarmonia. Desperta-nos da sugestão hipnótica e revela que nossa verdadeira natureza e identidade estão em segurança, são amadas e estão bem. Seja qual for a fornalha ardente em que a mente mortal alegue ter nos lançado, o Cristo vem ao coração receptivo e traz cura.
A situação pela qual eu estava passando não se comparava nem de longe com o perigo pelo qual Sadraque, Mesaque e Abede-Nego haviam passado. Mas a lei da Verdade estava, sem dúvida, em ação no meu caso também, como a praticista havia afirmado. Imbuída dessa certeza, o medo que eu sentia desapareceu. Compreendendo que a lei da Verdade estava no controle da situação, consegui superar a circunstância que me causara medo. A Verdade está sempre pronta a nos ajudar, sempre em ação, porque cada um de nós está, para sempre, envolto no cuidado amoroso de Deus — mesmo quando estamos tremendo de medo!
Lisa Rennie Sytsma
Redatora-Adjunta
