Um professor entusiasmado da Escola Dominical pode, às vezes, ser um superintendente hesitante. À primeira vista, os detalhes administrativos podem parecer sem graça, em comparação com os desafios e a satisfação de ensinar. Mas isso muda quando ele percebe as alegrias e as oportunidades especiais, bem como a perspectiva diferente sobre a atividade na igreja, que esse cargo proporciona. Em uma carta endereçada ao superintendente e aos professores da Escola Dominical dA Igreja Mãe, nossa Líder, Mary Baker Eddy, escreveu: “É uma alegria saber que aqueles que são fiéis quanto aos encargos fundamentais, tais como a educação cristã das queridas crianças, colherão a recompensa por fazer o que é certo, se elevarão na escala do existir, e por fim cumprirão a promessa de seu Mestre: ‘E serão todos ensinados por Deus’ ” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 230).
O trabalho da Escola Dominical é realmente fundamental para o desenvolvimento vigoroso de cada jovem Cientista Cristão, para a expansão do movimento da Ciência Cristã no mundo todo, e para a atividade da igreja filial. É parte integrante do sistema educacional da Ciência Cristã, o qual é regido e protegido pelo Manual dA Igreja Mãe, escrito pela Sra. Eddy. Por isso, a vitalidade de cada igreja filial, sua capacidade de abençoar a comunidade na qual se insere, está diretamente relacionada à força e à prosperidade de sua Escola Dominical.
O trabalho de nossa Líder como Fundadora da Ciência Cristã assume uma dimensão maior, quando percebemos que o sistema educacional da Igreja de Cristo, Cientista, é completo e se autoperpetua. Afinal, o que faz com que uma escola seja bem-sucedida? Certamente, os resultados que ela propicia na vida dos alunos. E como a escola alcança tais resultados? Por meio do que é ensinado aos alunos, e do modo como esse ensino é transmitido; pela qualidade e pelo exemplo dos professores, ou seja, a atitude deles em relação aos alunos.
Na Escola Dominical da Ciência Cristã o tema das aulas e os métodos básicos de ensino são estabelecidos de maneira concisa e abrangente em apenas dezessete linhas do Manual da Igreja (ver Capítulo XX, Art. 2º e 3º). Para reconhecer verdadeiramente como essas instruções são completas, talvez precisemos ser convidados a ensinar, sem ter sido alunos da Escola Dominical, e sem ter experiência anterior como professores.
São convidados para serem professores os membros da igreja filial. A qualidade, o exemplo e a atitude em relação aos alunos dependem da sinceridade com que esses membros demonstram sua compreensão da Ciência Cristã, e do fato de estarem ampliando essa compreensão por meio do estudo constante. Estão eles aceitando o Curso Primário da Ciência Cristã, estabelecido na correspondente cláusula do Manual? Um superintendente pode constatar que é parte vital de seu cargo fazer constantemente com que os membros da igreja estejam cientes da importância e alegria de ensinar na Escola Dominical, de modo que eles se sintam atraídos a ensinar, e que a Diretoria da filial esteja disposta a liberar de outros cargos os membros mais bem qualificados para atender às necessidades imediatas da Escola Dominical.
Quando estava prestes a completar meu mandato de três anos no cargo de superintendente, fui surpreendida com a pergunta: “Se pudesse dar um único conselho ao seu sucessor, o que você diria?” A resposta me veio espontaneamente em poucas palavras: “Ouça com atenção!” Depois de pensar bastante, eu responderia da mesma forma. O superintendente só pode realizar seu trabalho apoiando-se na compreensão que tiver adquirido, e levando em consideração a necessidade do momento. Contudo, por mais que inicialmente se sinta despreparado, ele pode dar apoio à diretoria da filial, confiando em que os diretores oraram e ouviram a Deus e fizeram a melhor escolha possível para atender às necessidades atuais. Então, se esse superintendente também orar e ouvir a Deus, será inspirado a respeito de como desempenhar sua função, o que fazer, como e quando fazer o que for necessário. “Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos” (Salmos 91:11).
A primeira coisa que compreendi, ouvindo a Deus, foi que a igreja filial e a Escola Dominical são uma coisa só, no processo maravilhosamente integrado de nossa educação cientificamente cristã, e entendi também a necessidade de que esse fato fosse valorizado pelos membros, se a igreja quisesse ter um grupo de membros preparados para ensinar na Escola Dominical. Continuando a ouvir, percebi que a igreja e a Escola Dominical estão unidas em sua capacidade de atender às necessidades da família toda. Em uma época em que a família e sua importância para o progresso da sociedade são subestimadas, o desenvolvimento dessa capacidade de cada filial da Igreja de Cristo, Cientista, de envolver a família toda em seu ministério de amor, tem um valor inestimável.
Talvez porque anteriormente eu houvesse sido presidente de uma comissão voltada especificamente para a região da cidade em que a igreja se encontrava, eu havia desenvolvido um conceito de certa forma geográfico daquela área, muito embora — como a maioria dos membros — eu morasse um pouco distante. Agora, ao ouvir a Deus a partir da perspectiva de superintendente da Escola Dominical, percebi que a área de atuação da igreja era muito mais ampla. Entendi que ela incluía as pessoas com quem os membros tinham contato diário, onde quer que morassem, trabalhassem ou estudassem. (Não fosse assim, o quadro de membros de uma igreja filial poderia, rapidamente, ser apenas uma agradável associação como um clube, cujos membros moram e trabalham na cidade, mas não são identificados como Cientistas Cristãos).
Conforme essas ideias se ampliavam, eu passei a falar sobre elas, e os professores também falavam um pouco de seu trabalho — dificuldades e conquistas — durante a assembleia anual de nossa igreja. Dessa forma, o trabalho da Escola Dominical era trazido à atenção de todos os membros, independentemente do cargo de cada um, e assim ficava claro que as nossas atividades constituíam uma unidade.
Os membros e os alunos começaram a trazer mais crianças para a Escola Dominical, e era visível o modo como esses novos alunos eram estimulados, não apenas pelo contínuo apoio dos professores, mas também pelo constante interesse em seu progresso, por parte daqueles que os haviam trazido. E seus pais também vinham à igreja. Assim como os riachos correm para o rio, as crianças são atraídas para onde se sentem valorizadas, amadas e compreendidas. Se os alunos gostam dos ensinamentos que recebem na Escola Dominical, se percebem que podem usá-los, se podem pegar livros emprestados e se podem ajudar ativamente nas diversas funções de sua Escola Dominical, eles logo querem trazer seus amigos também.
Percebemos que pequenas reuniões com os professores, realizadas no início do período anual de rodízio de cargos, ajudavam os novos professores a se adaptarem rapidamente e com confiança, adequando o trabalho de sua classe à experiência de cada aluno em relação à Escola Dominical como um todo. (Além dessas reuniões, havia outras duas reuniões anuais com a participação de toda a Escola Dominical, a fim de manter a unidade do trabalho, e para ajudar a trabalharmos em conjunto com os professores, a bibliotecária, a secretária, os professores substitutos, os recepcionistas e os pianistas, os quais eram todos incluídos em pelo menos uma dessas reuniões mais restritas). Um professor que zela pelo progresso individual dos alunos — que procura conhecer melhor a eles e seus amigos, passando tarefas de casa apropriadas, encorajando-os a aprender, usando durante a semana aquilo que compreenderam — tal professor vivencia muitas das mais profundas alegrias da paternidade, com essa família que se transforma e se expande constantemente.
O papel do superintendente é, de alguma forma, diferente. Ele nutre um grande apreço pelo trabalho desenvolvido na Escola Dominical como um todo, apoia os professores e os que têm outras funções, recebe os alunos, encaminha os visitantes às suas classes e tranquiliza os pais. Na verdade, ele sente o que pode ser descrito como o sentimento sublimado dos avós: o cuidado amoroso que não é interferência, a manutenção de valores e de perspectiva, o encorajamento para que outros descubram e comprovem a capacidade que Deus lhes dá, e a abertura para que falem de seus problemas e de suas vitórias. Algumas crianças bem pequenas participaram recentemente de um programa de rádio em que falaram sobre os avós. “Eles sempre têm tempo para nós”, confidenciou uma delas, e outra acrescentou: “Eu acho que os avós são muito jovens. Eles só parecem um pouco velhos — às vezes — por fora”. Será que os superintendentes da Escola Dominical também não se enquadram nessas características? Eles sempre têm tempo. Acima de tudo, em vez de se esforçarem tentando fazer com que todos expressem o Amor, eles, silenciosamente e com gratidão, veem o Amor divino, a Mente única, expressando a si mesma, pois essa Mente é Tudo.
Nossa Líder certa vez escreveu estas palavras para as igrejas de Chicago, nos Estados Unidos: “Uma grandiosa sanidade, algo poderoso enterrado nas profundezas daquilo que não se vê, efetuou uma ressurreição entre vós e levantou-se em amor vibrante”. Ela estava se referindo ao recente crescimento e prosperidade da Ciência Cristã naquela cidade. Em seguida, pergunta: “O que é esse algo, essa chama de fênix, essa coluna durante o dia, que cintila, guia e protege o vosso caminho?” E ela responde: “É a união, o vínculo da perfeição, a expansão mil vezes maior que irá cingir o mundo — a união, que desdobra o mais íntimo de nossos pensamentos, levando-o ao que é mais grandioso e melhor, à soma total de toda a realidade e todo o bem” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 164). O cargo de superintendente oferece uma perspectiva privilegiada, a partir da qual se pode observar esse “algo poderoso” em ação, silenciosa e firmemente expandindo a atividade sanadora da igreja e da Escola Dominical, a qual abrange a todos.
