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Original para a Internet

O que o coração quer

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 20 de fevereiro de 2025


“O coração quer o que quer”, escreveu certa vez a poetisa Emily Dickinson a uma amiga. Talvez nem sempre queiramos aquilo que sabemos que deveríamos querer, nem que consigamos explicar por que queremos o que queremos. Simplesmente o fazemos. Muitos acreditam que, se focalizarmos firmemente o que desejamos e vivermos como se já o tivéssemos conseguido, o universo o concederá a nós. Como um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra: “O segredo é admitir e acreditar antes de provas concretas virem à tona”.

Os Cientistas Cristãos, contudo, por serem seguidores de Jesus, compreendem que o bem não provém de algum poder genérico que chamamos de “o universo”. Deus, a causa única e o único Criador, é a fonte de todo o bem. Por isso, caso pareça que nos está faltando algo bom, será que obtê-lo trata-se apenas de pedir a Deus e acreditar com convicção suficiente que o receberemos? Afinal, Jesus prometeu: “…tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis” (Mateus 21:22).

O livro de Tiago acrescenta uma advertência à promessa de Jesus. O autor explica: “pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (4:3). Um exemplo da vida de Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, esclarece essa advertência. Uma de suas primeiras alunas conta: “Certo dia… ela estava lendo uma carta; erguendo os olhos, ela me chamou e disse em essência: ‘Como é que eles demonstram dinheiro e móveis?’ ” Ou seja, como deveríamos orar para que Deus nos proporcionasse essas coisas? A aluna respondeu: “Não sei, não aprendi isso”. A Sra. Eddy replicou: “Agradece a Deus por não o teres aprendido. Nós demonstramos a Vida, a Verdade e o Amor, e eles nos dão o suprimento; nós não demonstramos coisas materiais” (We Knew Mary Baker Eddy, Expanded Version, Vol. I [Reminiscências de pessoas que conheceram Mary Baker Eddy, Versão Ampliada, Volume 1], p. 465).

Às vezes, as orações voltadas a atender às nossas necessidades humanas podem parecer totalmente razoáveis. É claro que não há nada de errado em ter móveis. A maioria de nós prefere não se sentar no chão!

O problema é quando tentamos informar a Deus o que nos trará felicidade. Deus, o Espírito, não nos criou — e, portanto, não nos vê — como seres materiais a quem Ele faz feliz provendo riquezas materiais. Então, estamos pedindo “mal” quando oramos por algo visando alcançar nossos próprios objetivos — quer sejam altruístas ou egocêntricos — ou para satisfazer um senso de merecimento ou desejo. Podemos tentar, o quanto quisermos, dizer a Deus que Ele realmente quer que sejamos felizes com bens materiais e sucesso. Mas a felicidade que o Espírito divino está sempre nos proporcionando não pode ser, e nunca será, material. Ela será sempre espiritual e, portanto, real e permanente.

Para ser eficaz, a oração precisa estar centrada em Deus, não em “si mesmo”. É claro que Deus satisfaz às nossas necessidades do ponto de vista prático. A Bíblia nos diz que Deus nos ama e, sem dúvida, Ele nos ama. Constatamos, porém, que nossas necessidades são atendidas à medida que aumenta nosso amor a Deus e ao próximo, e agimos com base nesse amor.

Meu marido passou por uma experiência em que ele não sabia como sair de uma dificuldade financeira. A tentação de sentir medo era muito forte. Mas, em vez de informar a Deus a quantia de que precisava, ele humildemente perguntou a Deus o que fazer. Sua oração foi respondida com a palavra Perdoe. Meu marido entendeu que deveria perdoar uma dívida relativa a uma quantia que emprestara a um amigo, embora precisasse desesperadamente daquele dinheiro. Também entendeu que precisava deixar de se sentir ressentido, ou seja, precisava perdoar o amigo que estava se recusando a devolver o valor que lhe havia sido emprestado. Meu marido fez isso. Logo depois seu telefone tocou e, durante a ligação, ele recebeu uma proposta para realizar um trabalho de curta duração, o qual atenderia precisamente à sua necessidade financeira. Esse relato foi publicado no Christian Science Sentinel (ver “Financial needs met” [Necessidade financeira atendida], de Douglas Sytsma, 12 de maio de 2014).

O segredo consiste em desejar, de modo genuíno, abandonar o material pelo espiritual. De certa maneira, todo coração almeja o que é espiritual. Mas nem todo coração está pronto para fazer a vontade de Deus, se isso significar abrir mão de algum bem ou objetivo humano — abandonar a busca pela felicidade na matéria e começar a encontrar todo o bem no Espírito. Como é que paramos de querer fazer nossa própria vontade e começamos a querer fazer a vontade de Deus?

No capítulo “A oração” do livro-texto da Ciência Cristã, a Sra. Eddy escreve: “O desejo é oração; e nenhuma perda pode ocorrer por confiarmos nossos desejos a Deus, para que sejam moldados e elevados antes de tomarem forma em palavras e ações” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 1). Querer fazer somente a vontade de Deus já é um bom começo. Se estivermos dispostos a permitir que Deus purifique e eleve nossos desejos a metas e realizações mais espirituais, veremos nossos desejos mudarem de uma base material para uma base espiritual.

Mais adiante, no mesmo capítulo, lemos que um dos testes de toda oração está na resposta a esta pergunta: “…Sentimos mais amor por nosso próximo graças a essa oração?” (p. 9). Sabemos que nossa oração sincera foi atendida quando percebemos que o sensualismo e o amor ao ego estão desaparecendo, e que estamos amando mais nosso próximo.

A oração para sermos semelhantes a Deus, para fazermos Sua vontade, para servirmos ao próximo da maneira como Deus nos orienta é sempre atendida, com um senso mais claro de Sua amorosa vontade e com tudo de que humanamente necessitemos para continuarmos a fazer Sua vontade. Quando nosso coração quer verdadeiramente compreender a Deus e fazer Sua vontade, nosso coração obtém o que quer cem por cento das vezes. Esse é um resultado pelo qual vale a pena orar!

Lisa Rennie Sytsma
Redatora-Adjunta

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